Parte III

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Amaro

Presente naquele âmbito, pude notar que se encontrava, autenticamente, lotado de figuras, o que de certa forma, não me incomodara, porque era um local aberto, para que as pessoas pudessem operar os seus desejos, em tudo que fosse fornecido e, possível, entre as taipas daquela atmosfera. Escolhera uma mesa, cujo material que a revestia, era a tão conceituada madeira, assim como as restantes que lá se assentavam, porque desde o meu primeiro contacto com o seu ambiente, na sua entrada, instituíra uma comunicação ocular, ao redor de todo espaço, pois era algo inevitável. Não me importara em demasia, com a posição da mesa que optara, uma vez que como tivera dito, a ambitude estava suficientemente saturada, e para um bom apreciador de áreas, é indispensável saber, que reservas e marcações, fazem-se antes da tua chegada ao habitat, então, não tinha com o que me exaltar.

Assim sendo, no prosseguimento de ser educadamente atendido por um copeiro, que além de me ter auxiliado em toda instalação, a minha respectiva mesa, me há dado, identicamente com afabilidade, o referido cardápio, porém, como em minha residência, já havia desfrutado de um bem-feito repasto, proveniente de minhas matreiras mãos, limitara-me a pedir, o líquido inodoro, incolor e insípido, que tinha a função de intervir nos nossos processos metabólicos, nos padrões do nosso organismo, sendo responsável por cerca de 70% da nossa constituição corporal.

Dito isto, o cortês copeiro retirara-se de minha mesa, para que cumprisse com o pedido assinalado. Minutos após ao egresso do amável servidor, erguera nos instantes posteriores, o meu corpo da assídua cadeira, também de madeira, da tábua em que me colocava, porque já tinha vislumbrado as curvas de minha precedente cônjuge, no núcleo daquele lugar, e o acto de elevar-me, perante a chegada de uma figura, seja ela do género em que pertences, ou da categoria a qual não possuis referências, é digno de um gentleman, além de que educação, não me fizera falta, dado que meus progenitores, souberam executar a sua cabida tarefa.

Contudo, à medida que aqueles desvios corporais, se aproximavam de mim, no grau da mesa em que me situava, minha anterior correligionária, desfilara as suas esbeltas pernas femininas, tal como o seu garboso corpo, por intermédio de um verdadeiro catwalk, dado que era um caminhar bastante atrevido, sendo que compreendia esta especificidade, por causa do contacto visual, que a todo momento, conservávamos. E, quando a milímetros de meu corpo se locava, sem sequer poder prever, estapeara uma de minhas laterais fortemente, causando a admiração e intermináveis murmúrios, por parte de todos que lá constavam, pois era reconhecível pelos seus altos tons e, no intervalo que voltara o meu olhar ao seu muque, já com uma de minhas mãos, suportando o lado lesado e, de símil maneira, com os olhos escuros, porque irritado me punha, surpreendera-me imprevisivelmente, com a mesma acção, no entanto, desta vez, no outro lado de minha banda, o que provocara não apenas a minha perplexão e neurastenia, como também, ruídos que se intensificaram, provindos das pessoas lá sentadas.

 Incrédulo e extremamente austero, pois os meus olhos denegridos, estavam obsessos por repulsivo comportamento, procurara compreender as razões de tamanho concerto. Foi quando então, minha amargurada e transata companheira, depois de seu repugnante acto, empeçara o seu discurso e, aos gritos, explicando o porquê de sua detestável atitude, o que ao final de tudo, servira para deixar-me, ainda mais desacreditado.

 Era real. Minha pretérita prosélita, já havia sido informada dos aspectos, que faziam parte de um passado, que tinha como protagonistas a minha física compleição e a de Lúcia Morgan, sendo que deduzira, na proporção em que expressava, a sua recorrente ameaça a mim. A seguir a sua partida, depois de ter ferido ambos lados de meu rosto, segundos na sucessão, calcorreara o mesmo caminho, que minha anterior vinculada fizera, para a igual saída daquele estabelecimento, uma vez que eu precisava encontrar, a todo custo, Lúcia Morgan e, apenas a minha passada pretendida, levar-me-ia até ela, deixando assim, todas aquelas pessoas e os seus respectivos barulhos, para trás.

Soubera desta particularidade de que minha retroactiva afeiçoada, era a única chave da porta que poderia levar-me à Lúcia Morgan, porque assim como tivera dito, a nível de pensamentos, ainda esta manhã, Lúcia, não se poderia deparar em sua empresa, por causa dos últimos acontecimentos e, por mais que tentasse sair com a rota de British Company, para mais um dia laboral, pelos seus amigos, ou melhor, "irmãos" que possuía, não poderia, pois eles realmente, se importavam com Lúcia e, se a minha antepositiva coligada, teve a audácia de me vir acorbardar, não era somente porque já conhecera os factos, outrora não revelados, como também, era porque os seus ânimos, possivelmente, foram concertados e, portanto, depressa, encontrar-se-iam.

Sendo assim, no abandono daquela repartição, vira o admirável Volvo de minha antecessora união, afastar-se de modo apressado, para não perdê-la do meu campo de visão, de imediato, subira ao meu seleto Mustang, inaugurando o trajecto, sem perder muito mais tempo, para que pudesse segui-la, uma vez que afortunadamente, o meu escolhido Mustang, se localizava amplamente perto, de seu reconhecido Volvo, já que estacionara o seu destacado veículo, no mesmo perímetro de meu notável Mustang, estando apenas, a uma distância de 2 metros, ambos carros, dado que reparara nisso, quando me posicionava ainda à porta, da aerosfera em que nos descobríamos. Não soubera o final da trajectória que andarilhava, seguindo terreamente a minha arcaica companheira, porém, sentira que me abriria portas, para posteriormente, reencontrar Lúcia Morgan.

Com dilatados intervalos ao pé na estrada, comparecêramos ao local intencionado, que era nada mais e nada menos do que um hospital. Aquela vista, bestificara-me abundantemente, visto que atinava que, evidentemente, a estrutura física que se encontrava no interno daquela unidade, era Lúcia, já que desde tempos, digo fazendo citação ao nosso longínquo passado, Lúcia, sempre se deixara levar pelos cortes em seus pulsos, já cansados de tanto mutilados, toda vez que alguma situação, em que prevalecesse, ou afectasse o seu desespero nos pontos de suas emoções, nos mantivéssemos, e esta presente, não era diferente.

Paralisara o meu Mustang, numa posição em que me permitisse ver a extensão da visão de minha predecessora consorte, mas que não me possibilitasse ser visto, uma vez que o seu admirável Volvo, estava em minha imagem frontal e, a uma distância considerável de meu elevado automóvel, momentos após a chegada de minha imemorial acompanhante, ao âmbito daquele território, Rara inegavelmente, saíra do seu íntimo, para ir ao encontro de sua fraterna, que se dispunha em sua viatura, posto que eu conhecera a silhueta de Rara, mesmo entrevendo-a, a alguns metros de longitude, pois era impossível esquecer tamanha forma, quando esta, fazia parte, de parecida maneira, de um transcorrido, cujos relevantes, já eram muito exibidos, assim sendo, dizimara qualquer dúvida, que pudesse deter, acerca de que fisionomia, ali, se reservava.

Pois bem, eu, a todo custo, tiraria Lúcia deste nosocómio e, levá-la-ia para uma zona diferente, mesmo que não fosse de sua vontade, sendo que Manchester, já havia gastado as suas infinitas opções de lugares em seu cartão postal, posto que eu não a hei reencontrado, para perdê-la, outra vez, visto que já passara por isso, uma vez quando num pretérito ábdito, a hei renegado e, não tivera aceitado suas emoções, simplesmente, porque ainda não era o tempo apropriado, além de que, existia muitos pedaços agradáveis de cobertura animal no talho, para agarrar-me a uma sensação, que nem sequer tinha definido a sua direcção, porém, agora estava preparado para restaurar e voltar ao lugar de sua vida, que sempre me há pertencido.

Continua...

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