Parte II

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Alçara as extensas escaleiras e, cindira a passagem até ao meu compartimento delicadamente, para que não fizesse algum barulho sequer, pois depreendia que se assim acontecesse, avivaria o meu Robert, que não era algo que queria que sucedesse, sendo que não desejava que visse a condição em que estava, porque compreendia que tensões por parte dele surgiriam e, eu não teria as respostas para as suas possíveis questões.

Dentro do meu distinto nicho e, ainda com o pranto que despenhava sobre o meu fronte, despira-me instantaneamente, de todas as minhas peças de roupa, após colocar em minha banca que ficava próximo de minha espaçosa cama, todos os meus pertences, ou melhor, a minha recorrente carteira. Sem qualquer tecido sobre meu corpo, guiara-me ao banheiro para o meu frequente banho nocturno, que ultimamente, já não ocorria, para que em seguida,  possa vestir o meu suave pijama e, tentar aconchegar-me em minha lata cama, mesmo que soubesse que nem o meu noctívago mergulho hoje, seria capaz de me revigorar, isso, pelo meu estado.

Quente e relaxante, assim podia descrevê-lo. Mas, nem mesmo com aquelas gotículas, que outrora decaíam sobre minha silhueta, eu conseguia confortar-me, sendo que apesar de seu efeito, servir como um analgésico para as feridas invisíveis de meu corpo, elas não tinham a capacidade de me poder sarar. Pós banho, seguira ao meu dormitório outra vez e, depois do trivial procedimento para envergar o meu doce pijama, que de igual modo, actualmente também não decorria, pude deitar em minha dilatada cama e, assim, dessa feição, nanar.

Pensara eu que na minha noite anterior, tivesse potencial para dormir, no entanto, estava equivocada, porque a minha noite passada, havia sido carregada por fortes insónias de minha parte e, isso tudo, devido a intensos pensamentos durante a escuridade, fruto dos últimos acontecimentos. Despertara ao som característico de meu telefone, indicando assim, que tinha chegado um lembrete, ou que existia uma informação que devesse ler, pois quando assim se desenrolava, era porque se aproximava, ou era um dia especial, ou também, de um evento importante, seja a nível da empresa, ou de minha "Mini mansão".  Ao retirar o meu telefone da minha carteira e, na sequência, da banca que permanecia perto de minha exímia cama, uma vez que deixara todos os meus pertences na categoria daquele lugar, depois de ter saído da cafetaria com Rara e, de ter, por conseguinte, voltado à casa com senhor Park, pude finalmente ler a já esperada nota, ao acender a tela de meu telefone.

Era Thanksgiving day, ou popularmente conhecido a nível de nosso território, como Harvest Festival of Thanksgiving. O que significava, que mais tarde poderia chegar à empresa, sendo que era o dia em que se devesse ficar, mais período de tempo em casa com a sua família, ainda mais quando os preparativos em torno da empresa, nunca eram de minha responsabilidade, posto que era sempre Rara e Milena que gostavam de fazê-lo, dado que Rara era uma inquestionável decoradora e, Milena, uma em ascensão, porque pela influência, passara a querer descobrir mais sobre a área, não que eu desgostasse, porém, eu apreciava mais a minha área de actuação, que consistia em elaborar estratégias para projectos com as suas devidas vantagens e desvantagens, aglomerando o melhor Marketing, que era a função de Rara, uma vez que era responsável pela parte comunicativa da empresa e, que resultasse e seria crucial para o posterior trabalho. Um conjunto de custos, função de Romando, pois era o "cabeça" pelo supervisionamento dos custos da produção, que provinha depois de contratos e de clientes, sendo esta, a função de Milena, que era a encarregada pela assessoria da empresa, além do trato com clientes e na constituição de acordos.

No seguimento de minha discussão com Milena, os ânimos entre nós, ainda não eram os melhores e, também, não haviam cessado, pois na decorrência de sua saída de meu endereço, que deixou atordoados a todos, isto é, Rara, Matilde, meu Robert e, igualmente, sem fôlego a mim, visto que senhor Park, talvez não tenha questionado, por perceber a situação em que nos encontrávamos, pela razão de assim como Matilde, aprendera a identificar quando algo me preocupasse, além de que eu sempre fazia transluzir pela minha posição, apesar disso, esperava que neste dia, os nossos infortúnios se pudessem solucionar, tal como os meus e de meu Robert, porque hoje, estava disposta a tudo contar-lhe, no que dizia respeito ao meu universo mais sombrio, para que tudo se resolvesse e, eu, de correspondente guisa, me permitir entregar, já que era com ele, que o meu ser, haveria de sempre pertencer e, o meu corpo prevalecer. De todo esse abismo, eu me queria livrar e, apenas como ele caminhar, de equivalente forma, aconteceria com Milena, sendo que ela, eu não estava a disposta perder e, que a todo custo, eu recuperaria, mesmo que após saber a verdade, soubesse que provavelmente, não me perdoaria.

Depois de estar perdida em minhas reflexões, acerca do dia que se estabelecia, definira finalmente, sair de minha notável cama para uma imersão, para mais um dia de trabalho, entretanto, este vinha acompanhado de factos especiais, pois apesar de poder partir mais tarde de minha residência, para a minha filha British Company, pelo dia que detínhamos, eu tinha acordado no genérico horário e, haveria de ir à empresa, na habitual programação, isto é, a hora específica para a realização de funcionalidades na classe da empresa, visto que mesmo que fosse uma data para "descanso", eu detestava atrasos.

Assim sendo, orientara o meu corpo ao meu banheiro para mais um mergulho. Pós revitalizador banho, voltara ao repartimento que recebia o nome de "meu quarto", para seguidamente vestir-me, no resultado de minhas higienes matinais, além de íntimas, ainda dentro daquela divisão. Terminadas as arrumações na qualidade de vestuário e também corporal de minha parte, abandonara a minha alcova na milésima próxima, para que chegasse ao chão inferior, uma vez que sabia que senhor Park, já se situava no exterior de minha "Mini mansão", posto que era bastante pontual.

Já no lajeado ínfero, na derivação de calcorrear, os já conhecidos caminhos para chegar até ele, direccionara a minha conformação para a presente saída, todavia, quando me deparara com o corpo de meu Robert, ainda dormindo em meu vasto sofá de seda, fixado em minha dilatada sala, não pude resistir àquela visão e, então, dessa maneira, chegara perto de seu certo corpo.

Continua...

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