Capítulo 59

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Amaro

Depois de deslocar-me do escritório de Lúcia, guiara-me ao meu elegante Mustang, onde me guardava perdido em meus pensamentos, por longos períodos de tempo. A verdade é que o nosso reencontro tinha sido irregular, porém, quando os nossos olhos se alcançaram, eu tivera certeza de algo, Lúcia se tornara uma mulher com um corpo escandalosamente quente, uma vez que reparara nisso, ainda que por breves segundos, na proporção em que transitava em movimentos apressados de sentido ao seu indiscutível escrínio, desviando assim, a minha garantida conformação, no corrediço de acesso ao igual gabinete. Era uma configuração com curvas acentuadas e ao ponto, esbelto e simultaneamente delicado, um traseiro extremamente chamativo e, o melhor, uns doces e carnudos lábios, além de carminados, para finalizar, um irresistível eflúvio que era capaz de te fazer queimar, o que já acontecera comigo, pois eu estava totalmente desnorteado em seu encantável corpo, dado que soubera de tudo isto, porque a minha análise havia começado no seu passadiço de entrada ao estúdio e, terminado, na sua sala.

A realidade era que, após aquele esbraseante toque de lábios, a sede por seu enlevado corpo mais aumentara, sendo que sempre a amara, contudo, eu a rejeitara porque não estava preparada, nem física e nem psíquica, apesar de já ser detentora de uma anormal beleza, e, por isso, tivera que entregar-me aos braços de uma nobre mulher, diferente de Lúcia, para que o meu irreplegível desejo para sua física constituição ter, eu pudesse esconder, visto que não a poderia fazer minha, em tão tenra idade. Não que no corpo de outra mulher eu não tivesse gostado, mas era Lúcia que me perseguia e, a sua estrutura se reflectia em todas as contemplações, quando estava nos momentos mais íntimos com aquela exímia mulher, que eu tinha dito que gostava, há alguns anos, no tempo em que tudo isso se passava.

Eu retornara da velha França, na sequência de uma longa viagem de negócios, já que vivia em algures na Inglaterra, quando partira de meu lar, para que então, tivesse potencial para ir formar-me. No desenrolar disso, e com projectos desenvolvidos, precisaria de uma relevância para chegar ao mais alto patamar, mas como retivera grandes amigos ao longo da formação, então, estes hão-me impulsionado, com o propósito de que na velha França, eu chegasse.  Em solos parisienses, o projecto se estabelecera, e já uma empresa se estruturara, porém, sócios e amigos que lá encontrara, me tinham dito que na expansão apostássemos e, com isso, o lugar pretendido, seria a emérita Manchester. Sem oposições ou objecções, tudo na velha França deixara, para voltar à distinta Manchester como um possível cliente, uma vez que na consagrada Manchester, nada detinha e, eu depreendia, que necessitaria de serviços de assessoria, foi então que, antes da minha ida, eu mantivera contacto com à Lincome Company, uma das empresas de coadjuvação mais renomadas a nível de Manchester, pois para se ser um excelente negociador, antes tens de ser um excelente acumulador de dados e, um deles, é saber quais as melhores no ramo em que te posicionas, posto que monopolização, todo negociador quer ter.

Fora atendido por um tal dito Joseph, porque naquele mesmo instante, se identificara e, a seguir aos conhecidos processos de formalização e recognição, um cliente já me tinha transformado, no entanto, eu requerera de mais impacto e, por isso, perguntara a Joseph se mais uma excelsa firma existia, e ele me presenteara com à British Company, que consequentemente, seria o órgão de minha Lúcia, mas como naquele comenos não tinha conhecimento da entidade referida, confiando em suas qualidades, pelo motivo que em Manchester já residia, dado que me mostrara a sua eficiência ao longo daquela presente ligação que mantínhamos e, sendo assim, aceitara sua sugestão, e mesmo que atinasse que de minha Lúcia se tratara, apenas contribuiria muito mais na minha aceitação, sendo que Lúcia sempre havia sido bastante inteligente, desde a nossa época.

Como o meu regresso a atraente Manchester pudesse demorar, uma vez que assuntos na velha França ainda tinha por tratar, antecipara a minha ida com o Bovery, meu braço direito, e um de meus amigos da velha França, além de ser abundantemente efectivo. Assim sendo, Bovery fora à Manchester e eu na velha França ficara. Passado alguns dias e já instalado na generosa Manchester, sendo que Bovery me contactara e, isso, apenas acontecia quando ele já se encontrasse familiarizado com o lugar, Bovery me dissera que Joseph prontamente mantivera a comunicação com à British Company, e como não dispunha de todas as informações acerca de minha figura, então, Bovery teria dado a ele, as referências que restavam, para que desse jeito, pudesse Joseph passar, aos responsáveis pela British Company, posto que Bovery pusera-me a par de tudo, apesar da distância em que na qual nos localizávamos, além de já ir me antecipando e agendando, o dia em que tivesse capacidade de, finalmente, revir a nobre Manchester, o que coincidira com a minha agenda, pois os assuntos na velha França já tinham terminado, porque apenas detalhes faltavam.

Naquele exacto dia, e já desfruindo da tranquilidade de minha singular casa, conhecera Milena, a representante da British Company no sector "assessoria", uma vez que soube deste particular aspecto, na medida em que conversávamos por entre mensagens em uma tela. Milena possuía uma maneira atrevida e, ao mesmo tempo, embaraçada de palestrar, visto que deduzira isso através dos telegramas que trocávamos e, quando a sua fotografia chegara, pois ambos permutáramos, logo soube que o raciocínio acerca da sua pessoalidade outrora feita, estivera correcta. Milena era morena e de olhos castanhos na sua comum versatilidade, reunia seios grandes e curvas avassaladoras e, uh!, como eu gostara de ver aquele traseiro, e essa não era a melhor parte, sendo que possuía uns lábios num tom rubro imensamente convidativos, um nariz bastante afinado, além de um corpo arrasador, um sorriso encantador, ela era um sonho para qualquer homem, especialmente para um que há meses em sua cama não usufruía, o que de certa maneira, era apenas a confirmação daquilo que eu já soubera, posto que já havia deixado claro em nossa presente interlocução.

Conforme o tempo se ia, mais a data para a minha volta se aproximara, isso porque as minúcias que faltavam na velha França, já tinham-se encaixado. Milena e eu reserváramos colóquios, sendo a nossa última preleção, antes da minha chegada a munificente Manchester. Eu revelara a minha então mais nova companheira, uma vez que havíamos dado o "nó" na nossa primeira conferência, o dia da minha esperada ida a notável Manchester, que agora haveria de ser, a minha nova colocação, sendo que uma dessas minuciosidades em que trabalhara a partir da velha França, eram as pendências das propriedades que teria de deixar, não somente a casa em que residira, mas como também, minuciosidades acerca do comando da empresa, que neste caso, seria Bovery a assumir, pois ele haveria de voltar, assim que me enfiasse na considerada Manchester.

Continua...

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