Parte II

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Robert

— Bom, eu realmente encontrara um corpo por volta das 8h00 da manhã de um dia frio de Novembro neste ano, que fazia referência a uma mulher, recordo-me perfeitamente das suas características e feições físicas, pois fui eu que havia reportado o incidente, o que me permitiu analisar as suas propriedades minuciosamente, antes dos paramédicos chegarem e levarem o corpo até à ambulância e, consequentemente, com os colegas do detective Cowell fazendo o reconhecimento da figura, através de um dos cartões-de-visita presentes no carro abandonado que lá se situava, sendo que eles não chegaram a ver o corpo da mulher. — Exibe cordialmente.

E, a cada palavra dita por Gregory, mais a realidade temida, tornava-se inquestionável, dado que a verdade, era que a minha pequena Lúcia ainda continha oxigénio em seus pulmões, alimentando assim os seus sentidos vitais e, revigorando, deste jeito, a sua vida.

— Sabias de que figura se tratava? — Questiona sossegadamente dective Cowell, a Gregory.

— Eu creio que se tratara da senhorita Lúcia Morgan, pois pareciam a mesma pessoa. — Manifesta Gregory com grande sinceridade.

E, foi nesse momento, que dectetive Cowell retirou o meu telemóvel de minhas mãos, acessando a fotografia de Lúcia Parker, visto que na tela do meu instrumento, não existia outra espécie de dado e, pegando simultaneamente, um dos arquivos que estava numa pilha de papéis a nossa lateral esquerda, que incluía, dessa maneira, a efígie de minha pequena, dado que reparei nisso, na medida em que dectetive Cowell agachou-se para pegar os arquivos, deixando eu e o senhor Goslin totalmente concentrados com tal acto.

— Diga-me, a mulher que viu naquela manhã de Novembro, tinha ou não uma mancha de nascimento a nível do pescoço? — Pergunta Dectetive Cowell tranquilamente, porém consistente — Questiono isso, porque a única diferença que posso constatar entre ambas agora, é exactamente esta mancha. — Divulga a Gregory, ao apontar o dedo com a diferença momentânea entre ambas, que provocou, no mesmo instante, a paralisação de Gregory.

— Inimaginável! — Prega estatelado — Quanta semelhança! — Vozeia Gregory incrédulo, apresentando  uma suspensão em sua pronunciação, mas prosseguindo na sequência — Pois bem, relembrando os atribitos daquela mulher, eu afirmo com tamanha certeza, que a mulher encontrada por mim, naquela manhã de Novembro, detinha a mancha de nascimento em seu pescoço, o que realmente agora, tem um ponto de convergência com as declarações de alguns colegas de trabalho, dos estabelecimentos alimentícios perto da praia, que pernoitaram por lá, visto que os preparativos da época natalina foram demorados, que diziam que por volta das 3h00 da manhã, viram uma mulher claramente perturbada, indo em direcção à praia e, quando decidiram ir ver o que se passava, já era demasiado tarde, pois já somente se ouvia o barulho do corpo da mulher que caía contra às águas. — Encerra Gregory amigavelmente e, dizimando de uma vez por todas, qualquer dúvida que eu pudesse formar, acerca da morte de minha pequena Lúcia.

— O que realmente tem coerência, sendo que neste dia, eu havia acordado precisamente às 8h00 da manhã, e quando despertara, a minha pequena Lúcia já não se encontrara comigo, horas mais tarde, dectetive Cowell ligara para nós, para dizer o sucedido, porém, a esse horário das 3h00 da manhã, a minha pequena Lúcia ainda estava comigo, eu só deixei de sentir a sua presença, propriamente dita, quando eram 5h00 da manhã, mas como estava embriagado pelo sono, julguei que tivesse saído para alguma necessidade fisiológica, como comumente se faz nestes horários, mas quando despertara, já não a encontrara. — Palestro supreendido com as informações que eu tinha em meus pensamentos, mas que havia, imperceptivelmente, ignorado.

— E, se realmente saiu às 5h00 da manhã, para chegar à Formby Beach, supondo que este, fosse o seu destino, levariam aproximadamente 2h, o que quer dizer que chegaria aqui, às 7h00 e, se entrasse ao mar a esse horário, o seu corpo haveria de aparecer boiando a horas acima das 8h, o que já diverge com o horário que Gregory encontrou o corpo, então, sim, a senhorita Lúcia Morgan não poderá ter morrido naquela manhã. — Esclarece dectetive Cowell, aturdindo-me com o seu admirável raciocínio.

Nesse mesmo instante, as minhas funções vitais voltaram a dar sinais de melhoramento, isso porque elas sabiam, que o combustível que as alimentava, ainda estava intacto. Sem mais atrasos, despeço-me de dectetive Cowell, que logo após, entregara-me o meu telefone, agradecendo-os, desse modo, no minuto a seguir pela ajuda que me cederam, mas antes mesmo que comparecesse à porta da delegacia, dectetive Cowell, Mr. Goslin e Gregory pronunciam em tom alto, algumas palavras.

— Ficamos felizes em te poder ajudar e, sempre que precisares de ajuda, já sabes que podes contar! — Vociferam sincronizadamente os três.

— Agradeço sinceramente! — Inicio em idêntico tinido — E comigo, eu digo que é igualmente! — Replico com o tom alto também.

Apressadamente, alcanço o meu seleto Mercedes, adentrando na sucessão e, empeçando a trajectória, que era bastante conhecida por todos, pois era a casa de minha pequena Lúcia, já que eu necessitava falar com senhorita Rara e senhorita Milena sobre os factos ainda não revelados. Em um par de horas, mostrava-me a sua estância, descendo prementemente, de meu distinto Mercedes e indo ao encontro de sua memorável porta.

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