Parte VIII

41 5 32
                                    

Robert

Consequentemente, já no exterior daquele veículo e, também, com o som das vibrantes vozes, de todas as pessoas que lá se fundiam, ecoando nos meus respectivos ouvidos, já que como tivera dito, nenhuma comunicação ocular, haveria de estabelecer, mas pelas suas sonoridades, era reconhecível, o espanto pelo meu lancinante estado, como, anteriormente, analisado por mim.

Isto posto, e com os meus olhos apenas na direcção, do lugar em que residia, o corpo de minha pequena Lúcia, caminhara para aquele enorme buraco terrâneo, onde se concretizaria, a minha última despedida, ao seu letargo vigor. Nem precisava fazer menções, as minhas  condições emocionais e psíquicas, pois eram reconhecidas, para qualquer silhueta, em que o seu olhar, a mim, embatesse, que era deplorável, ou algum outro adjectivo, a nível do dicionário, que apresentasse um conceito de mortificação total. Se debilitado estava? Excessivamente, não só pelo meu desestabilizado corpo, que nem dignamente erguido, se poderia preservar, mas porque, fora mais uma vez, rasgado pela cortante efígie, da constituição de minha pequena Lúcia, agora, em torno daquelas enormes madeiras, tão minuciosamente, bem trabalhadas, no fundo daquele vasto buraco, para que a sua conformação, pudesse por entre ele, toscanejar.

Com lágrimas, que já não tinha como classificar e, sem mais respiradouro mental, para grandioso sofrimento e anóxia, definira, colocar na sua devida acção, a ideologia que, detalhadamente, já vem sendo premeditada por mim, desde o dia que recebera, por parte de Dr. Miller, que neste local, eu poderia estar e, que de certo modo, era desconhecida por todos. Com isso, sem mais demoras, refizera a trajectória pela qual andarilhara, até chegar ao amplo buraco, em que se assentava a minha pequena Lúcia, porém, desta vez, em sentido contrário, fazendo com que ao veículo, de onde proviera, outra vez, me fosse deparado, e com este meu mais moderno acto, provocara, instantaneamente, a estupefação de todos, uma vez mais, através de seus timbres, que sempre os hão denunciado, todavia, não me interessando, porque agora, no meu actual feito, a minha fisionomia, se há concentrado.

Assim sendo, abrira, repentinamente, as portas do "traseiro", daquela militar viatura, adentrando, no interstício a seguir, para o seu espaço, o que produzia, igualmente, a surpresa dos "guardas de protecção", que a todo momento, no intrínseco do transporte, ficaram, pois a um par de minutos, os havia deixado, aturdidos, por causa da minha brusca e inesperada movimentação, uma vez que o mais correcto, era a porta do presente veículo, bater, assim que o meu "lamento", fosse terminar, ou quando as suas observações, se dessem conta, que o meu tempo, se estava a esgotar, a partir de avisos do condutor do militar veículo, sendo que supusera eu, que ele detinha as certas horas e, soubera do pedaço de horário, acerca do meu comparecimento, em que no recinto, devesse ficar, por meio de avisos passados por determinada abertura, que se desenhava no interior daquele automóvel, que permitia uma conexão entre a cavidade onde eu e, aqueles polícias que me acompanhavam, se cimentavam e, a do próprio piloto, dado que aqueles dois agentes, que perduravam no meu acompanhamento, apesar de preparados, para uma situação de "ataque" estarem, não possuíam em seu equipamento, um relógio e, depreendia esta propriedade, porque reparara em suas roupas, e, neste particular caso, seriam eles que, retirar-me-iam da área, em que pudesse descobrir-me.

 Entre os revestimentos do veículo, suplicara a ambos muques masculinos, que solitário me deixassem, posto que afirmara a eles, que precisava de alguns momentos, na frequência de minha real convivência, pelo estrago que cabal aerosfera e, suplício, haviam-me  originado e, eles, compreendendo a minha dor, verificando que dentro dos limites, eu me estruturava, antes de ser, novamente, movimentado para o meu mais novo domicílio, renunciaram, na milésima vindoura, o centro daquela militar viatura, largando-me, com a minha citada permanência. Logo, excluindo atrasos, e já colocando em prática, a minha tão bem planeada concepção, retirara do bolso de meus tecidos, que era o meu novo "uniforme", constituído por uma larga calça e, de idêntica maneira, uma alongada camisa de coloração alaranjada, sendo que muita massa corporal, perdera, o que fazia citação ao meu recente aposento, um bloco de notas, para, posteriormente, em registo escrito, uma declaração a minha pequena Lúcia, fincar, antes que ao seu encontro, fosse, em escrituras que eram marcadas no papel e, expressavam o palato do mais doce e amargo amor, que a nossa história, experienciara.

Perdido,

Doentiamente nos teus contornos

O som da tua irrefutável voz

Estremece,

Aparece e enlouquece

Cada milímetro

Do meu olhar

Perdido,

No desenho das tuas mãos inteligentes,

Que se projectam

Assim como sombras

Ardentes

Perdido,

No desejo

De te poder tocar,

Porque assim como

As alucinações

Ambas jamais,

Te poderemos alcançar...

Finalmente rendido,

Em cada roupa que

Reveste o teu corpo,

Pois são tão felizardas

Tal como o arrepio

Que me causara

O teu dócil timbre

Após a certa caneta pousar, o que identificara, que por caligrafia, o meu mais profundo amor, acabara de declarar, o meu desconsiderado legado, que neste papel estava, alguém haveria de encontrar, todavia, eu não mais existiria, para esta peripécia, poder narrar, apenas tinha uma utilidade a mais, que precisar exercer, ou realizar.

À medida em que, antecedentemente, internizara esta viatura, isso, desde quando ainda nos introduzíamos, por cima do perímetro da minha nupérrima casa, notara que o seu meio, era munido de armamentos e munições, que variavam no seu diferenciado padrão, que  caracterizava, ainda mais, o nome "militar" em seu apelido, por conseguinte, não fora labuta difícil, manipular, uma das que lá se ordenavam, pois não seria a primeira vez que, uma, usaria, sendo que a última, fora uma distinta AK 47, para a minha pequena Lúcia tentar, de todo o seu enegrecido transato, desprender, causado por aquele lúbrico homem.

Que todos me possam perdoar, no entanto, sem a minha pequena Lúcia, eu não tenho potencial, para poder continuar a oxigenar, porque, se a morte, era o único caminho para que o nosso amor, pudesse concretizar-se, então, até ela, nós haveríamos de partilhar, e depois da  já operada arma, conhecida agora por todos, como AK 47, através de sucedidos que ilibavam-se de argumentos, visto que também, a escolhera para presenciar, este meu distinguido feito, murmurara o meu último e breve discurso, a silhueta de minha Lúcia, antes de, na sequência, ir ao seu reencontro, que permanecia isento de qualquer descrição, a respeito da característica de minha voz, posto que esta, de semelhante guisa, constava eximida de tópicos.

— Até breve, my jolie...

— Fim.

EYES & EYESOnde histórias criam vida. Descubra agora