Capítulo 62

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Após Rara retirar-me de meu escritório, arrastara-me para o recinto que tinha o cognome de "cafetaria". Na sequência da nossa saída da empresa e, connosco, posteriormente, interiorizando ao meu simples Ranger, para que o senhor Park abrisse o trajecto até ao tal dito estabelecimento, uma vez que Rara, fora comigo no meu consagrado  carro, pelo estado em que estava e, sendo ainda mais, que eu precisava, a todo custo, de seus amaciantes braços. Ela era a única capaz de compreender o porquê de minhas preocupações e, o meu universo denegrido.

Rara abandonara o seu veterano Porsche na empresa, dado que partira comigo ao local em que nos localizávamos há um par de horas, isto porque a nossa ida à cafetaria, tinha servido apenas para acalmar-me e, sucessivamente, para que eu pudesse ingerir alguma coisa, já que saíra de casa sem algum vestígio alimentício em meu organismo, e era como se Rara tivesse percebido, de correlata forma, isso. O que de certa forma, não me admirava, pois Rara era dotada de uma capacidade de perspicácia elevada.

A seguir ao egresso da ambitude em que há um par de horas nos cimentávamos, levara Rara até sua moradia, a qual era a minha segunda casa, uma vez que Rara afirmara, que eu e meu Robert precisávamos de um certo grau de privacidade, assim que nos firmamos à porta de minha segunda estância, pela ocasião que actualmente vivenciáramos e, pelos assuntos que por mais que adiasse, chegaria o dia em que o meu Robert saberia, na qual, o protagonista da história, seria o homem com olhos de coloração apretada, o responsável pelos meus dias mais escuros, assim como pelo meu universo mais enegrecido. No aposento de Rara, me despedira dela no seu imorredouro portão, após ter arriado de meu simples Ranger para o sucedido e, antes que se introduzisse em seu adorável domicílio, dissera-me para que não me importunasse em ir a sua busca no dia seguinte, posto que haveria de pegar um táxi até à empresa, onde se situava o seu veterano Porsche e, depois, voltar à casa. Assim sendo, entrara em seu admirável endereço no minuto a seguir, despedindo-se mais uma vez, de mim. Logo, adicionei-me ao meu simples Ranger, para que senhor Park inaugurasse um novo percurso, porém, já com um itinerário muito sabido por todos, que era nada mais e nada menos, do que a minha indelével porta, isto é, minha "Mini mansão".

No núcleo de minha viatura e, já avançando pelas estradas de Manchester, o caminho até meu assento foi muito brando e acessível, visto que andáramos em menos tempo do que habitualmente se faz, contudo, já em minha memorável porta estávamos e, com isso, rapidamente descera de meu veículo, sendo que hoje, não queria calcorrear a curta distância entre minha porta e minha oficina, porque o dia havia sido excessivamente atribulado e, já com vestígios de cansaço de minha parte, então, somente dessa maneira, permitira ao senhor Park, ir com o seu muque, estacionar o meu benemérito Ranger em minha garagem, sem a minha rotineira assiduidade. Isto feito, despedira-se de mim, indo andar por seu caminho, na decorrência de mais um dia de regular trabalho e, de ter realizado suas funções, para que no dia pospositivo, regressasse as suas utilidades, dado que depois de sair de minha garagem e, já sem o meu simples Ranger em suas mãos, eu ainda constava em minha lembrável porta, permitindo que ele fosse dispensado, na sequência de sair da divisão em que se fixava, tal como sempre acontecia, todas as vezes em que em minha relembrável porta chegássemos, pois a maioria delas, ocorria dentro de minha oficina.

 Internizara em minha "Mini mansão", apenas rodando a maçaneta de minha porta, posto que já anoitecera e, eu sabia que Matilde, já não se encontrava, sendo que o horário de suas funcionalidades,  assim como de senhor Park, tinham terminado e, por isso, decidira não tocar a minha infinda campainha, porque eu detinha em minha posse, as chaves de minha porta, que se posicionava em minha carteira, uma vez que Matilde, me havia dado as chaves de minha residência, depois de reintegrar-me outra vez em minha "Mini mansão" e, de ter voltado para a minha estância, todavia, não precisara ter tocado em minha carteira para procurá-las, pelo motivo de que à medida em que girava a maçaneta e, por conseguinte, abrindo a minha memorosa porta, logo soube que a fechadura de minha porta estava destrancada, o que possibilitou, dessa guisa, descerrá-la sem alguma tarefa árdua, o que de certa forma, deixara-me com ânsia, isso porque Matilde, apenas deixava a porta naquela condição, quando as suas regulares ocupações chegassem ao final, de mais uma data de trabalho e, de minha fisionomia, de semelhante feição, comparecer.

Com isto ocorrendo, na sucessão de inserir-me em minha morada, cerrando a porta no mesmo triz, dirigira-me na centésima contínua, a minha ilimitada sala, a fim de encontrar alguma configuração conhecida, que me pudesse dar explicações desta presente peripécia e, assim que me mostrara em minha grande divisão, em prontidão  entendera o motivo de Matilde ter-se ido, sem devidamente trancar a porta.

A razão era meu Robert que se estabelecia na mais funda letargia em meu comprido sofá de seda, e Matilde apercebendo-se desta circunstância e, de idêntica forma sabendo em que horário eu pudesse vir, mesmo que durante o meu dia tenha acontecido alguns imprevistos e, isso se devia, pelos longos anos que já se acompanha a mim, além de que Matilde era uma mãe para mim, tal como de ser dotada de uma tamanha intuição incontroversa, o que era de esperar, não apenas por ser do género feminino e de ser uma mãe, mas porque detinha uma experiência indiscutível pelo tempo que já lhe havia passado. Compreendendo que não existia algum perigo, pois Matilde conhecia severamente a vizinhança em que nos púnhamos, deixara a porta aberta, para que penetrasse em minha "Mini mansão" sem alguma repressão, para deste jeito  encontrar Robert, talvez para uma possível conversação, uma vez que com certeza, notara em que posição estávamos e, isso, era fruto da maternidade a minha figura, pelos anos ao meu lado.

A adocicada irradiação de meu Robert, se fazia presente em todos os cantos de minha grandiosa sala, eu queria tocá-lo, queria despertá-lo e dizer-lhe que não abdicara dele e, que podia fazer-me sua, sem que eu precisasse omitir ou fugir, porém, eu não podia porque, simplesmente, não conseguia, ainda mais agora que tinha mais motivos para deixá-lo ir, já que me permitira sentir os lábios do homem que conservava o sabor do meu impossível beijo.

Lágrimas traiçoeiras começavam a cair de meu rosto, porque mais uma vez, eu me prendia para o homem a que vinculava-se o meu ser,  pelo facto de não me anuir para novamente sentir, portanto, antes que pudesse avivá-lo com o ruído de meu tom de voz, pelas incessantes gotas de água que escorriam sobre minha face, decidira assim, dessa maneira, iniciar o processo de subida, posicionando e direccionando o meu corpo as minhas extensas escaleiras nos minutos vindouros, para assim, ir ao pavimento superior, em orientação a minha alcova.

Continua...

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