Com a ínfima distância que nos separava, uma vez que me aditava perto da borda de meu desmedido sofá de seda e, consequentemente, no alcance do corpo de meu Robert, agachara-me perante seu deitado corpo, de maneira que assim, ficasse bastante próxima de seu rosto, olhando e desfrutando, cada exímio detalhe de seu inigualável fronte e, sem poder conter-me com aquela tamanha vista, deixara em seus lábios um quente, mas pouco demorado beijo, sendo que ainda tinha um trivial dia laboral para poder seguir, mas antes que pudesse ir, cicio em seus ouvidos frases tais como: "Esperando ser tua hoje e, nem tu, me vais poder impedir", pois sabia que não me podia ouvir, pelo profundo sono em que constava e, se assim ouvisse, eu ia ficar completamente embaraçada.
Com isso, erguera-me, visto que permanecia agachada, me pilotando, desse forma, a saída, porque desviara da cozinha e, com efeito, de Matilde, posto que se me visse, ou me encontrasse, haveria de me fazer ficar para o pequeno-almoço e, isso por conseguinte, avivaria Robert, apesar de meu Robert ter um acentuado repouso, este, era leve, o que certeiramente me tinha extasiado, no momento em que em seu ouvido tinha sussurrado e, ele, não havia acordado, porque sentira o seu corpo tenso pelos arrepios, que com certeza, a minha frase em seu ouvido havia causado, sendo que estava acercada o suficiente de seu viço, para ver os seus poros estarem abertos a nível do corpo e, de experienciar o ardor em seu tórax, durante o pouco carregado beijo, quando precisamente hoje, não dispensava qualquer vestígio alimentício, não obstante de suas refeições inebriantes, isso pelo facto de que, no instante em que voltasse, contemplaria do mais aprazível festim que pudesse nos proporcionar, dado que no actual dia, se exigia o mais variado paladar, posto que estaria mais descansada, pelo motivo de já ter ido as minhas correctas incumbências, pois mais cedo retornaria, além de que sem dúvida, na British Company, também se constaria conjuntos alimentícios, sendo pela razão do dia que tínhamos, para mais, meus funcionários gostavam de usufruir as poucas horas de trabalho do dia hoje, com a mais diversificada culinária, o que era permitido, porém, apenas na corrente data.
No íntimo de meu meritório carro, apercebera-me que abandonara o meu telefone por cima de minha banca, depois de retirá-lo de minha consagrada carteira, para ler o lembrete do Thanksgiving day, visto que fora o último lugar em que colocara, antes de prosseguir com o meu banho pela manhã, porém, sem mais demoras, o senhor Park deu origem a via, com o itinerário sabido por todos, impedindo-me que regressasse, embora seja necessário, hoje não era um dia que pudesse severamente precisá-lo, por isso, não interrompera o deslocamento. Em alguns minutos com o pé na estrada, mostráramo-nos à empresa, sendo que no período vindouro, descera do meu meu simples Ranger, despedindo-me simultaneamente, de senhor Park, introduzindo-me, logo de seguida, à British Company. Na recepção e com a vista dos preparativos do Thanksgiving day, conduzira-me ao elevador, para dar início ao movimento de ascensão ao piso alteroso, para adiante, exibir-me ao meu escritório, depois da regular receptibilidade calorosa de meus colaboradores, logo pela manhã.
Já presente em meu gabinete e, de idêntico jeito, instalada em seu recinto, após mover-me em seu comum passadouro de introdução, organizava-me para estrear o meu dia de ofício, quando brusca e inesperadamente, a porta da minha sala se descola, revelando a figura, que neste intervalo, desejava que não aparecesse.
— Que diabos fazes aqui?! — Grito rude.
— Lúcia, eu preciso sentir-te. — Concebe Amaro desesperadamente e, já se encostando a minha compleição.
— Qual raios de que te quero para fora que tu não consegues perceber?! — Elevo ainda mais alterada — Ou será que a tua capacidade disléxica não te permite? — Cuspo continuando na mesma inflexão e, com a configuração de Amaro, a milímetros da minha.
— Desculpa, porém, a minha inteligência agora, não fala mais alto do que o meu ardente desejo de querer provar, os teus carnudos lábios. — Atesta Amaro no congênere timbre e, roubando-me prontamente, mais um beijo, todavia, desta vez, já não era um impossível beijo, mas sim, o beijo que cada vez mais, se tornava autêntico.
Eu não percebia o porquê do meu corpo não reagir as suas acções, eu queria poder liberar-me, eu queria poder culpar-me, mas, simplesmente, não conseguia. Entretanto, de símil forma, não me liberaria resignar uma vez mais, do homem cujo qual, o meu ser consente, por não me possibilitar viver, isso, por causa deste desprezível ser, que ainda mantinha os seus lábios colados aos meus, com isto ocorrendo, em um movimento bem estudado por mim, pois de alguma maneira, já calculava que o seu acto, pudesse repetir-se, visto que não era novo e, eu identificava cada mobilidade, à medida que se abeirava de meu vigor, marcara-o ruidosamente, com a motilidade de meus cinco dedos em seu rosto, na sucessão de largar-me por falta de oxigénio em seus pulmões, para que prosseguisse o beijo, porém, desta feita, eu não havia falhado o alvo, como acontecera anteriormente, uma vez que memorizara toda sua cinesia e expressão corporal outrora e, com ele não tendo opções para que reagisse, causando assim, a sua tamanha paralisação.
— Tu nunca mais me voltes a tocar! — Vocifero desalmada.
— Desculpa, mas essa promessa, eu não vou poder cumprir. — Repõe Amaro insolentemente.
— Alguma vez já pensaste em como a Milena se vai poder sentir?! — Averiguo totalmente desacreditada e permanecendo descarinhosa.
— Que me desculpe a Milena, mas de ti, eu não poderei desistir. — Ressurge Amaro zombeteiro e, já agarrando, vigorosamente o meu braço.
— Se alguma coisa acontecer a Milena, pelo teu assassinato, vou responsabilizar-me, porque não me vou importar, de te mandar para o teu devido altar. — Certifico madrasta, desentrelaçando-me indelicadamente, de seu aperto.
— Então, que seja um altar que ambos possamos desfrutar, porque da Milena, eu me vou livrar. — Pronuncia Amaro mordaz, saindo de meu escritório no desencadeamento, batendo a porta desmesuradamente.
Na série de sua ida, pingos consecutivos saíam de minha face, eu não sabia o que poderia fazer, em como poderia desprender Milena do homem pela qual se apaixonara, porque muito mais do que ser a irmã que nunca tive a oportunidade de ter, eu não poderia meramente, chegar e dizer que, o homem a que agora unia-se o seu ser, era o responsável por nunca me permitir viver e, enquanto me perdia em raciocínios, de como esta situação, não mais perdurasse, naquele dia que deveria ser de alegria, sendo que pensara eu, que mais nenhuma surpresa me traria, segundos após a saída daquele sórdido varonil, Robert, o meu Robert, o homem que preservava a minha maior emotividade, adentrara ao meu presente escritório e, eu atinava que tudo que não queria de nenhuma guisa experimentar, aconteceria, dado que não mais poderia omitir, uma vez que conhecia, o que ele tinha presenciado, ainda mais quando em seus marejados e destroçados olhos, encontrara a minha resposta, contudo, pressentia que, desta vez, pudesse realmente ser o fim, daquilo que já não queria fugir...

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EYES & EYES
RomanceArrogante para muitos e incompreendida para os mais próximos. Fria, ríspida e asentimental, assim é Lúcia Morgan, a mulher que esconde em seu olhar, a sombra de um passado turbulento, no que diz respeito ao amor, portanto, abstém-se do mesmo. Alegr...