Robert
Ao chegar ao piso inferior, depois de calcorrear os passadiços de acesso aos dormitórios e, de iniciar o movimento de descida de meu corpo, para correspondentemente percorrer as vastas escadas e, assim, me encontrar ao piso ínfero, deparara-me com Matilde, que a todo custo queria que comesse algumas porções de seus inebriantes pequenos-almoços e, de similar forma, suas refeições, porém, como estava sem algum apetite, limitara-me a dizer àquela carismática e simpática mulher, que esboçara um rosto abatido e se podia compreender o porquê, uma vez que a inegável partida de senhorita Milena, da casa de minha pequena Lúcia, a tinha arrasado, mas que mesmo com este aspecto, tentara a exibir um sorriso, que serviria para a comunicar que haveria de ingerir alguma porção de repasto, no recinto de meu actual trabalho e, após despedir-me com um terno beijo em sua bochecha, guiara o meu corpo para a memorável porta de minha pequena Lúcia, para que assim, se sucedesse a minha saída.
Já fora da residência de minha pequena Lúcia, na sequência de cerrar a sua rememorável porta atrás de mim, direccionara-me a sua larga oficina, para que assim, comparecesse e adentrasse no mesmo instante, ao meu mais novo Mercedes. Dito e ocorrido, encontrava-me agora no interno de meu munificente carro e, então, dessa maneira, e sem mais demoras, empeçara o trilho com o itinerário bem conhecido por todos. Uns tantos minutos vagueando as avenidas de Manchester, pus os olhos à "Morgan & Gold", sendo assim, no intervalo a seguir, arriara do meu considerado veículo, internizando no mesmo tempo, naquele relevante recinto.
Na série do trivial procedimento para a vinda em meu escritório, compunha-me neste mesmo momento, já a trabalhar. A senhorita Milena e a senhorita Rara, haviam-me escolhido para ser o "cabeça" da fundação, uma vez que quando se dava a morte de minha pequena Lúcia, eu estava muito susceptível as suas lembranças e, em estado que as inquietava, dado que eu conseguia entender a razão, sendo que em um daqueles dias, eu tentara ir, de semelhante forma, ao encontro de minha pequena Lúcia, então, de guisa a ocupar as minhas reflexões e memórias e, de certa feição, distrair-me, além de que era uma homenagem que senhorita Rara e a senhorita Milena tinham criado para mim e para minha pequena Lúcia, pois eu ocupava o lugar do homem que em vida, a minha pequena Lúcia amara e, que mesmo na sua ortotanásia, haveria de continuar amando, o que também acontecia com a minha figura, porque a amara e ia permanecer a amando doentiamente, assim como o livro de poemas que ambas publicaram com o título "O teu beijo impossível", de equivalência em consagração a minha pequena Lúcia, posto que sabia desta particularidade, porque eu era um amante de leitura e, a obra estava em destaque em várias livrarias no ponto de Manchester, ainda mais quando eu não ficava indiferente a nenhum detalhe, que fosse a respeito de minha pequena Lúcia.
Eu não lera o livro, apesar de saber de sua existência, visto que era uma tarefa dura para mim, lutar contra os delírios em que seu corpo se reflectia em minha mente e, se mais esfolheasse os sensíveis poemas de minha pequena Lúcia, que constavam em sua presente literatura, eu não suportaria a tamanha dor, já que passeando por suas escrituras, apenas a vontade de ir ao seu reencontro, haveria de ir à patamares mais altos, sendo que ao final de tudo, e apenas com o revérbero de seu corpo em minha psique, eu fizera, o que fizera. Contudo, creio que agora não existam oponentes, dado que minha pequena Lúcia já está entre nós e com oxigénio em seus pulmões se encontrava, indicando assim, a sua vida e, comigo na ânsia para saber, o que as grafias mostradas em seu livro revelavam, uma vez que eu conhecia que minha pequena, sabia da vivência do igual livro, porque na conversa que minha pequena Lúcia teve com a senhorita Rara e senhorita Milena, no dia de sua chegada à casa, serviram para a actualizar sobre todos os acontecimentos, ou factos, dos últimos dois anos de sua ausência, ou assim cria eu, pois era o mais acertado, a se raciocinar.
Estava há algum tempo a laborar, apesar de estar perdido em vários momentos, entre minhas considerações. A fundação trabalhara em vários níveis sociais, ainda que fosse em condecoração, em grande parte, a minha pequena Lúcia, o que era um ofício inigualável e incomparável, sendo que gostava de exercê-lo e, o efectivava, com todo prazer. Há tanto tempo labutava, que não me tinha dado conta, que a hora do almoço chegara e, apenas, quando Jordara, minha simpática secretária, entrara em meu escritório com um surpreendente festim em suas mãos, pois eu realmente não esperava por aquela, sendo que não era regular, eu percebera que tempo era.
— Senhor Robert, a hora do almoço chegou e, pelo seu rosto, eu creio que nem o pequeno-almoço tomou. — Denota Jordara simpaticamente, poisando todo conjunto alimentar que trazia em suas mãos.
— É assim tão reconhecível? — Pergunto apreensivo, passando as minhas grandes mãos em minha verônica, a fim de comprovar se havia alguma característica fenotípica, ou expressão na categoria de meu aspecto que me acriminasse.
— Bom, em dois anos de trabalho, aprendi a identificá-lo. — Confidencia Jordara ainda no mesmo tom.
— Então, quer dizer que senhorita me anda a espiar? — Interrogo divertido e já com as mãos à volta de meu peito, dando desse jeito a entender, o meu confortamento com aquela contemporânea situação.
— Não que o nunca tivesse feito, porém, agora é hora do repasto, então, faça bom proveito dele, uma vez que ainda não chegou a época de revelar todos os meus truques, na arte de discerni-lo. — Declama Jordara visivelmente "tirando o pé" do momento e, de maneira equivalentemente engraçada, saindo de meu escritório, no minuto a seguir.
E, entre risos e sorrisos que Jordara me causara por suas últimas palavras ditas, além da surpresa que me tinha proporcionado, no que diz respeito ao almoço, inicio dessa forma, e nos segundos vindouros, aos regozijos, a desfrutar daquele admirável rango. Após apreciá-lo e com a função adiantada, dado que antes da assiduidade de Jordara em meu gabinete, eu já tinha inaugurado o meu trabalho, posto isto, saíra de meu escritório com a bandeja onde continha a reunião de alimentos que Jordara me trouxera, levando até ao refeitório da fundação, sendo que não queria incomodá-la com tal coisa, visto que já me havia favorecido, um inquestionável banquete.
Na sucessão disso, decido abandonar e, ir de idêntica maneira, ao encontro do meu mais novo Mercedes, uma vez que o meu mister na fundação, eu fizera e, o que restasse, concluiria nos dias posteriores, além de que adiantara a maior parte, apesar de ainda não ser o horário para a minha ida, mas como por hoje, mais nada restava, no que se tratasse de trabalho, definira então, deslocar-me mais cedo.
Continua...
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EYES & EYES
RomanceArrogante para muitos e incompreendida para os mais próximos. Fria, ríspida e asentimental, assim é Lúcia Morgan, a mulher que esconde em seu olhar, a sombra de um passado turbulento, no que diz respeito ao amor, portanto, abstém-se do mesmo. Alegr...