Robert
Despertara com o irrefutável aroma de minha pequena Lúcia em sua grandiosa sala. Após aquela árdua conversação, por entre as paredes de seu distinto quarto, decidira terminar a anterior noite adormecendo em seu vasto sofá de seda, que ficava presente em sua dilatada divisão. A palestra entre minha pequena e minha figura, havia-me deixado sem quaisquer palavras, uma vez que não se tinha palavras que pudessem descrever o que sentira por minha pequena Lúcia, mesmo que jamais me pertencesse por completo, eu a amava, pois ela era a mulher pela qual vivera, vive e sempre vai viver o meu ser, enquanto ainda houver oxigénio em meus pulmões, de modo a indicar que existo.
Eu realmente gostaria de poder saber as reais razões que até ao momento a assombram, para que dessa maneira, continue a renegar a emoção forte que ambos sentíramos, porque por mais que minha pequena Lúcia negasse, era perceptível em seus olhos o que experienciava, sendo nada mais e nada menos do que amor, posto que da mesma forma, ela consegue obter respostas por meio de minhas íris e, eu de igual guisa, conseguia fazer o semelhante, dado que aqueles olhos castanho-escuros brilhantes, não eram indiferentes a mim.
Eu pressentia que a origem pela qual minha pequena não se permitira outra vez sentir, estava intrinsecamente ligada àquele homem de luzeiros na coloração apretada, cujo qual recebia o nome de Amaro, já que a tensão fora reconhecida, ainda que por breves segundos tenha reparado, dentro daquele corredor de ingresso ao escritório de minha pequena Lúcia, porém, eu não poderia afirmar com tamanha certeza, isso porque não era algo que eu sabia, mas sim algo que tacteava, além de que, no meu desagradável encontro que desencadeou uma posterior comunicação com o idêntico homem, pude estremar o seu tom irónico perante a minha fisionomia, fora os seus duplos sentidos, pois era como se desgostasse de minha figura sem sequer me ter conhecido antes, assim, ligara os factos perspicazmente, visto que minha pequena Lúcia, ainda que permanecesse com o contraste doce e amargo em sua personalidade, jamais se portaria, ou teria uma conduta como aquela no seu passadiço de entrada, sendo um desconhecido para ela e, ainda mais constando como um novo cliente, todavia não obstante da razão que conecta a minha pequena Lúcia e aquele homem através de um passado longínquo, ou um passado recente, eu haveria de descobrir a verdadeira fonte e retirar a minha pequena Lúcia do abismo que se encontra, posto que era ela a mulher que amara doentiamente, pois ela era o meu grande veneno e, sendo assim, não suportaria uma vez mais, ter que passar por uma situação de sua suposta morte, porque não a hei tentado recuperar e arredar da profundeza em que se depara, e mesmo que não me confiasse para contar-me tais factos, eu haveria de sempre me preservar ao seu lado e, ser permanentemente o seu companheiro, dado que prefiro perder-me e tê-la viva, do que perdê-la e manter-me morto.
Acordar sem seu galante corpo para que possa queimar-me entre suas ondas e, seu indiscutível cheiro para que possa embebedar-me, era desolador, uma vez que eu precisava de seus grossos e quentes lábios, seus ricos olhos castanho-escuros, sua macia pele e de sua inquestionável voz, para assim, todas as funções vitais de meu corpo poderem ser revigoradas, e mesmo com essa tarefa laboriosa que agora já não podia desfrutar, já que tivéramos uma dilacerante conversação na noite anterior, um comum dia de trabalho na "Morgan & Gold" me esperava, por isso, no minuto a seguir, tratara de erguer a minha conformação que se situava no vasto sofá de seda de minha pequena Lúcia e, ir em direcção ao piso superior, onde se localizava o seu nobre compartimento, para que me preparasse ao novo dia que se avistara. Após elevar a minha configuração do seu sofá de seda, e já com as células em funcionamento, apesar de algumas darem indícios de perda de sentidos, visto que gritavam incansavelmente o nome daquela que apenas elas sabiam ser capaz de mantê-las revitalizadas, caminhara em passos lentos até ao começo das escadas do piso ressaltado.
Ao chegar ao seu pé, sem mais demoras, inicio o processo que dava origem ao movimento de subida do meu corpo, para desse modo, comparecer ao piso alteroso, depois de percorrer as escadas. Já no piso superior, calcorreara, de similar maneira, em passos vagarosos por entre o corredor de acesso ao conhecido repartimento de minha pequena Lúcia. À medida que me aproximava de seu meritório dormitório, lembranças da noite anterior me estarreciam, uma vez que fora desesperador para mim, quando minha pequena Lúcia admitira que jamais se poderia doar totalmente a minha física compleição, e igualmente retirando a aliança que significava o nó ao firme vínculo que déramos e, que num período de tempo, evoluiria para o nosso matrimónio, que eu optimistamente afirmara dentro de minha presente figura, que não haveria de ser, o fim.
Depois de chegar à porta de seu considerado quarto, vestígios de tais pensamentos e memórias ainda me acompanhavam, porém, quando abrira a porta no segundo a seguir, adentrando instantaneamente ao seu primoroso recinto e, fechando-a, de equivalente feição, no mesmo intervalo, era como se tais recomendações tivessem cessado, sendo que ao estabelecer contacto com o seu emérito recanto, era impossível não reviver os quentes momentos que minha pequena Lúcia e eu havíamos passado por entre a sua espaçosa cama e, que a todo instante, me faziam falta. Decido na sequência, ir ao seu banheiro para tomar o meu rotineiro banho, para mais um dia de habitual trabalho, para que dessa guisa, minha barulhenta mente pudesse de alguma forma, suspender o que raciocinara.
Quente e reconfortante, assim podia caracterizá-lo, após sentir o ardor da esbraseada água que descera sobre meu despido corpo, com isso, na sucessão da revigorentadora imersão, me orientara outra vez, ao compartimento de minha pequena Lúcia para vestir-me e, preparar-me, para a húmida manhã em que Manchester tinha acordado, uma vez que pela abertura da grande janela que ficava na divisão de minha pequena Lúcia, pude ver a nublada vista que Manchester nos proporcionara, o que dizia que havia chovido durante a última noite, sendo que era reconhecível pelas gotículas de fluido que ainda caíam sobre Manchester, mas já de maneira pacífica, assim que chegara ao canto de minha pequena Lúcia, pós banho.
Terminadas todas as arrumações a nível corporal de minha parte, o que também incluía a roupa que agora me revestira, saíra sem perder muito mais tempo, do quarto de minha pequena Lúcia, indo assim, em direcção ao meu mais novo Mercedes, que ficava em sua vasta garagem, para de parecido modo, principiar o trajecto com o destinatário de "Morgan & Gold".
Continua...

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EYES & EYES
RomanceArrogante para muitos e incompreendida para os mais próximos. Fria, ríspida e asentimental, assim é Lúcia Morgan, a mulher que esconde em seu olhar, a sombra de um passado turbulento, no que diz respeito ao amor, portanto, abstém-se do mesmo. Alegr...