EYES & EYES

Parte VI

Rara

E ali estávamos nós, à volta do túmulo de minha Lúcia, nos despedindo pela última vez, do seu inegável corpo, eu, que sem mais anélito estava, Romando, que pelo excesso de substâncias químicas utilizadas, nos correntes dias, para poder, de alguma guisa, relaxar, porque sem elas, já não se podia restruturar, já o cobravam, visto que o seu físico e rosto, similmente, fragmentados de ilimitado suplício, já não mais aguentavam, Milena, com a sua barriga que denunciava crescimento e, assim, asseverava a assiduidade do seu respectivo feto, legivelmente, massacrada pelos infindáveis vagidos, Senhor Park e Matilde, já sem cores e desolados, Dr. Miller, na totalidade, desnorteado e arrebatado, os repórteres desconcertados, sendo que minha Lúcia, era uma imponente personalidade, respeitada a nível de toda a Manchester e, notícias sobre a sua morte e enterro, com certeza, já se hão espalhado, porque era algo impreterível e, as comparências daqueles portadores de informações, atestavam, assim sendo, sem dúvidas, já devem ter matérias, ou artigos no ponto televisivo, ou no grau do jornal, a respeito de como e quando se deu, o decesso de minha Lúcia.

 Mas isso, não era algo que sabia, mas sim que supunha, posto que deixara de acompanhar os relatos, uma vez que vivenciávamos esta dolorosa conjuntura, a reais palhetas, o que era contraditório, pois eu era patente pela comunicação social, no recinto da British Company e, nenhuma concepção, fugia-me das mãos, porém, nada mais, possuía realmente, alguma coerência, desde que minha Lúcia há partido, o que com essas pressuposições, eu poderia justificar, o aparecimento de Cassandra, correspondentemente, admirada, na assinalada inumação, não me surpreendia a sua vinda, pois nossa amiga tornara-se, tal como de Joseph, que se culpara pela libitina de minha Lúcia, dado que fora por intermédio dele, que aquele desonrado homem, nosso cliente, se transformara e, outra vez, a minha Lúcia, reencontrado, no entanto, comigo o reconfortando, pela disposição aviltante, em que se colocara, pois havia-me confidenciado tal aspecto, numa breve conversação, no mesmo mortório, Ryan não se localizava, já que nas profundezas de águas salinas, deve estar situado, pelo motivo que era o seu trabalho e, o que não acriminara, pois nenhuma referência, a estas profundidades marítimas, seja de qual meio for, é simplificado de lá chegar, além de todos os filhos da British Company, lá se instalarem, com uma irrevogável explicação, para o dia de mister encerrado, assim como todos os anteriores, numa das datas, em que ainda se dava as pesquisas, a nível da morte de Lúcia e, por tais dias atribulados, sendo que Milena, Romando e eu, decidíramos a British Company, por indeterminado tempo, cerrar, porque ninguém detivera condições físicas, psíquicas e funcionais, para se encarregar e desempenhar tais funções, com Alice, sendo a mais, estrondosamente, afectada, pela razão de que dentre todos, era a que um laço mais afectivo, havia estabelecido com a minha Lúcia, já que sempre seria, a sua eterna secretária.

 Eu perguntava-me, para que raios serviam os bens materiais? Se as propriedades pelas quais lutáramos para conseguir, o extensivo valor monetário, que agora, obtínhamos em nossas contas e, por causa dos quais, seres assassinam outros iguais, para progredir, juntamente com o "poder", reputação e altivez, que tanto nos esforçáramos para expandir, em nada ajudavam, porque eles, tudo objectificado poderiam comprar, mas o seu valor, era, inquestionavelmente, nulo, por mais zeros à direita, que o número tivesse, quando se tratava de uma vida poder "adquirir" e, a sete metros da terra, poder restaurar.

Todos se faziam presentes naquela fúnebre cerimónia, até os dirigentes de discursos de despedida e, consequentemente, progresso da lutuosa solenidade, todavia, faltava alguém, faltava a importante apresentação, do homem que a minha Lúcia, sempre haverá de amar e, que de toda sua asfixia, a tentara desprender, sendo a principal substância aplicada, em todo o seu preciso tratamento, para que a sua pequena Lúcia, melhorias, mostrasse, a tão conhecida comoção, intitulada por "amor", que reencarnara sob forma de um analgésico, para que em suas épocas de penar, a pudesse atenuar, ausentava-se Robert, o homem a que minha Lúcia, vai, continuamente, pertencer e, há muitos dias, desconhecera a expressão de seu rosto, porém, calculara eu que, deva ser, de proporcional forma, fragorosamente, destruída. 

Eis, então, quando ainda em pensamentos me encontrava, acerca do semblante que se escasseara, um veículo de carácter militar, uma vez que a sua decoração, o entregava, o que, verdadeiramente, minuciava a iminente chegada de Robert, ao definido lugar em que nos metíamos, posto que soubera deste facto, porque em minhas observações, recordava o tétrico dia do exício de minha Lúcia, como tivera dito, desviando, dessa maneira, a minha concentração e, isto feito, a também estagnação de meus raciocínios, para a sua figura, visto que posicionava-me a visualizar, fixamente, o transporte, o que de alguma forma, provocara um impacto a todos, sendo que as suas vozes agitadas poderiam ouvir-se, pois com certeza, a curiosidade para saber acerca da figura que, em um certo momento, daquela viatura, irá sair, os consumira, tal como acontecera comigo, dado que como dantes dissera, a minha Lúcia, era uma consagrada feição, e notas sobre seu transpassamento e, os nomes em todo conjunto, já não eram assuntos novos, portanto, conhecer a respeito da prisão de Robert, e que era o fiel frontispício que abandonaria aqueles assentos, não era algo que fosse aturdir a todos.

Foi nesse momento, que um irreconhecível homem, largara aquele automóvel, o que produzira não apenas a minha barulhenta admiração, mas como a de todos em geral, por suas tonalidades agudas, que sempre os atraiçoava, questionara-me, internamente, se realmente, era Robert, pois se não fossem, aqueles inconfundíveis olhos castanho-claros, que copiavam o mel, eu poderia, rigorosamente, fazer um juramento, colocando em causa, a identidade do rosto apresentado, porque a imagem de um varonil, penosamente desnutrido, dado que largas quantidades de massa corporal, havia perdido, o que, destituindo irresoluções, o distanciara do esculpido retrato, de seu definido e escultural corpo, que, rotineiramente, nos presenteara e exibira, um fronte, completamente, desfigurado pelos enormes hematomas, que agora, nos expunha e, para piorar, se é que fosse possível, uma mente, nitidamente, rompida, rasgada e abatida, já que, tampouco, se poderia equilibrar em seu debilitadíssimo vigor, pela ilustração que, neste tempo, olhara, que era o "buraco", ou o tão conhecido túmulo, onde agora se dispunha, a sua pequena e, já morta, Lúcia.

Carpidos que, em nenhuma hora, retiraram-se, tinham evoluído para uma escala de recordes, pelo motivo de deparar-me com esta nova e, desanimadora "persona" de Robert, as minhas gotas de água, chegavam a extinguir o meu anélito, porque eu interrogava-me, que diabos este macabro sistema fizera com Robert e, eu tinha que, pela primeira vez, agradecer a veridicidade de Lúcia, a sete metros da superfície constar, que era algo, que jamais pensara fazer, posto que soubera que, se viva se encontrasse, para esta perdulária cena vivenciar, era capaz de, novamente, tentar suicidar-se e, seria um episódio, que eu não mais, poderia aguentar...

Continua...