Parte II

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Rara

Com isto, eu assimilara que necessitava avisar, da tida ocorrência, a mais figuras, o que incluía Robert e Romando, apesar deste último, se firmar a quilómetros de distância de nós, eu precisava fazê-lo, porque eu soubera, o quão lancinante era descobrir, que uma das pessoas de que mais gostaras, está entre suspiros e fôlegos de vida, e o teu viço, ser o último a atinar as informações, posto que esta, já não era uma nova ocorrência, sendo que havíamos presenciado e vivenciado a mesma, há dois anos e, apenas nós, digo, eu, Milena, Romando e Robert, além de todos aqueles, que nutriam um sentimento afectivo pela minha Lúcia, acertávamos o quão angustiante, era passar por esta situação.

Portanto, efectivara a primeira conexão, cujo referente seria Romando, pois o meu dispositivo, não havia saído de minhas tremelicantes mãos, desde o momento em que tinha cumprido a ligação a senhor Park, para retirar o corpo de Lúcia do meu endereço, apesar de agora, encontrar-me com uma de minhas garras sobre sua conformação, porém, nem com isso, impedindo-me de segurá-lo com a outra. À vista disso, depois de discar o número de Romando, no alto de minha tela, visto que o seu algarismo, estava memorizado em minha mente, e de clicar no botão "chamar", para finalmente, realizar o telefonema. Romando respondera ao primeiro contacto, era como se, de certo modo, já estivesse a espera de uma comunicação minha, todavia, se assim estivesse, não era para uma rotineira conversação, com o intuito de matar saudades, mas sim, era para retratar-lhe uma informação, que exprimia, o que considero, a pior dupla dose de déjà Vu.

— Belos instintos, menina Rara! — Graceja Romando do outro lado da telecomunicação, extremamente alegre, o que era compreensível, afinal, cria ele, que tudo estava dentro dos parâmetros — Desta vez, que artimanhas utilizaste, para adivinhar que haveria de chegar hoje? — Pergunta Romando concluindo o seu discorrer, continuando na mesma entoação.

Na sequência de, com certeza, verificar a ausência de falas minhas, através da linha, pois eu nada respondia, Romando definira recomeçar a sua exposição oral, porém, desta feita, mais preocupado, sendo que era legível por seu anélito descompassado.

— Passa-se alguma coisa, Rara? — Retorna Romando calmamente, mas já inquietado.

— É só que a Lúcia — Prossigo com um deficiente folgo — Permanece, outra vez, encostada entre as paredes da morte. — Contravenho completamente transpassada e com um traiçoeiro pranto, novamente, caindo sobre minha dianteira, sem que pudesse frustar.

Depois de minhas últimas declarações, notava-se, inevitavelmente, a alternância na sonoridade de Romando, que evoluíra para uma agitação mais acentuada.

— Em que hospital vocês estão?! — Demanda nervoso e, de proporcional forma, desolado, porque digeria que Romando, era dotado de uma sensibilidade fora do comum, além de que sua nota, o denunciava, ainda mais por se tratar, de uma das pessoas, que mais bem-querera.

— Estaremos no hospital mais próximo do perímetro de minha residência. — Termino igualmente despedaçada, desconectando a chamada, no minuto a seguir, na sucessão de Romando, despedir-se aterradoramente de mim.

A primeira parte estava cerrada, faltava agora, a segunda, que haveria de ser, ainda mais árdua, a tarefa, pois Robert não apenas gostara de Lúcia, mas como também, a amara e nutria emoções, a nível de seu ser, para com ela, sabendo a profundidade de seu amor, mais ardente seria, a sua dor. Com a intenção de minimizar, não somente o seu suplício pelo relato que ainda não detivera, bem como, o meu, pelas pesadas cargas que, neste instante, carregara, praticara a segunda solicitação consecutiva, dentro daquele interminável dia e no conceituado veículo de Lúcia. E, assim como Romando, Robert, atendera ao primário toque e, como de parecida maneira ocorrera com Romando, a mudez de minha parte se fincou, fazendo com que Robert, prontificasse a sua conferência.

— Senhorita Rara, o que acontece? — Inquire Robert agoniado, tal como Romando, pelo mutismo que se fazia de minha parte.

— Robert, a Lúcia, ela teve uma — Interfere Robert, sem deixar-me clarificar, uma vez que era cognoscível a razão, sendo que minha trémula voz, entregava-me e, o jeito como abafava as minhas sucessivas prantinas, haviam-me acriminado, permitindo que Robert, não demorasse a deduzir, a atmosfera em que nos compúnhamos — Eu sei que, algo amargo, ocorrera com a minha pequena Lúcia — Diz Robert com rouquidão nítida e num tom arquejante, o que identificava que gotas de água, começavam a desempenhar a sua utilidade, exercendo uma  breve suspensão em sua mensagem oral, mas prosseguindo, logo de seguida — Eu apenas quero saber, onde ela se encontra. — Encerra Robert conduzindo-se no mesmo sonido.

Depois de lhe ter dito e dado as indicações, do lugar em que haveríamos de estar, Robert desligara o corrente telefonema, após também e, de idem feição devastadora, se ter despedido de mim, porque se podia discernir, o desespero por entre sua cavernosa e sustida voz, possibilitando com que, neste intervalo, eu em companhia de senhor Park, nos concentrássemos em comparecer ao rumo pretendido, o mais prontamente possível. Em longos instantes perambulando as ruas da nobre Manchester e, com Lúcia, ainda em exânime entre os meus braços, mostramo-nos, finalmente, no âmbito do hospital.

 Com Lúcia em seus membros, no seguimento do árduo processo para a retirada de seu corpo, do interno de seu automóvel, senhor Park e eu, direccionáramo-nos, simultaneamente, e apressadamente, ao imo daquele recinto. Assim que introduzimos as substanciais passadas, no núcleo daquele grandioso nosocómio, fomos recebidos, imediatamente, por enfermeiros que traziam em seu acompanhamento, macas, para evacuar o corpo de Lúcia inconsciente, entre os braços de senhor Park, e levá-lo para a zona que considero ser, a de "emergências", posto que era assim, denominada. Agora, a minha Lúcia, estava a deriva daquela equipa de médicos e enfermeiros e, apena eles, eram os detentores do que se poderia fazer, para resgatar o fôlego de sua vida, pois tudo que eu e senhor Park poderíamos ter feito, operara-se e, neste átimo, a tarefa mais difícil, estava nas mãos daqueles profissionais.

E com vagidos que sempre constaram em meu fronte, por causa da aerosfera que vivenciáramos, pedira assim, dessa forma, para que senhor Park regressasse para a residência de a Lúcia, a fim de reportar, tudo que se há passado com Lúcia, à Matilde, dado que que esta, era e agira como uma mãe que Lúcia nunca há tido e, que acertadamente, deve estar nos maiores pontos de tensão, por não saber o paradeiro de Lúcia, visto que desde que Lúcia saíra de casa, naquele dia de Thanksgiving day, que estava mais para um Thanksbroking day, não há revindo a sua habitação, e por mais que senhor Park lhe pudesse mencionar sobre a localização de Lúcia nestes dias, sendo que ambos trabalhavam na mesma casa, para uma mãe, nunca é demasiado, saber acerca de seus filhos, e de como se colocam num presente.

Continua...

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