Depois de longas rejubilações e conversas com as meninas, a noite havia chegado e, consequentemente, o horário em que Rara, Milena e meu Robert haviam combinado para que eu retornasse "embrulhada em um presente" também, era engraçada a expressão que tinham utilizado para designar o meu regresso ao meu nobre quarto, junto ao meu Robert. As meninas subiram para os dormitórios, após enormes horas de entretenimento em palestras, pois apesar dos risos e alegrias, era notável com apenas um olhar superficial, o cansaço em seus olhos. Então, depois de suas subidas para os seus respectivos compartimentos, chegara a hora de eu andejar o mesmo caminho, porque o dia fora repleto de várias consonâncias, sendo uma delas o portentoso repasto que, ternamente, Matilde nos preparara e a companhia das meninas, porém, com uma atracção especial, que era a de meu Robert, que viera da alcova para nos acompanhar a desfrutar, aquele admirável festim.
Assim sendo, agora estava alçando, lentamente, os degraus das minhas latas escadas, dado que assim poderia revigorar pelos olhos, cada detalhe que constituía a minha adorável "Mini mansão". Já no andar ressaltado, oriento delicadamente o meu corpo para os quartos, posto que ainda caminhava em passadas morosas, uma vez que já por ser noite, e já com as meninas descansando, o que por conseguinte, também poderia ser o caso de meu Robert, eu queria produzir o mínimo de barulho possível. Ainda nos corredores, podia sentir o indiscutível eflúvio méleo de Robert, o que fazia um irrecusável contraste com a fragrância exalada por mim, que tinha características mais masculinas, como sempre acontecia.
Já perante à porta de meu meritório aposento, descolo-a vagarosamente, adentrando na sequência e, cerrando-a instantaneamente. Após fazer parte do mesmo ambiente em que meu Robert se fixava, abeiro-me deliberadamente da minha espaçosa cama. À medida em que me acercava, pude notar que meu Robert usufruía do mais profundo sono, porque a respiração que expulsava, apesar de subtil, era muito extensiva. Com isso, assim que já não havia um espaço considerável entre mim e o pilar da minha ilimitada cama, deitara-me cautelosamente ao lado de meu adoçado Robert.
O exímio de barulho produzido ao deitar-me na cama, não foi suficiente para acordar o meu Robert de seu mais fundo adormecimento, como já calculava, o que de certa forma, deixou-me confortável, dado que eu não queria importuná-lo, uma vez que poderia estar cansado. No entanto, quando planeava posicionar o meu corpo de forma lateral, para o permitir estar mais a vontade, sou surpreendida com os seus tenros e consistentes membros à volta de minha cintura, posto que Robert agarrara-me silenciosamente, puxando-me para mais perto de sua encantável musculatura.
— Julgavas mesmo que eu pudesse dormir, tendo-te tão próximo a mim? — Interroga serenamente Robert e com a voz estrondosamente rouca.
— Com que então, eu tenho um excelente actor? — Renovo embaraçada, apresentando uma afectuosa cortesia.
— Já que tocaras neste ponto — Principia Robert ludibriante, fazendo uma suspensão em sua oralidade, achegando-se aos meus ouvidos e avançando seguidamente — Sabias que existem cenas neste roteiro, que precisam ser devidamente bem ensaiadas e exploradas? — Perquire Robert irreverente, aos cicios em meu ouvido e ainda com o sonido extremamente rouco.
Naquele instante nada pude dizer, viabilizando apenas desse jeito, que o meu emaranho pudesse prevalecer, e foi então que Robert, aproveitando-se da minha incapacidade de poder responder, erguera os meus leves braços para cima, prendendo-os com uma de suas pertinazes mãos, dispondo, simultaneamente, o seu corpo por cima do meu, dando assim lugar ao posto de piloto do avião.
— Gostaria de manter-te sempre assim, para que te possas permitir sentir. — Articula Robert audacioso, passeando a sua firme mão livre por entre as ondas de meu desprotegido corpo, enquanto encolhia-me intencionalmente.
Era incrível como um fino toque de suas ardilosas mãos, provocavam um efeito abismal em todos os recantos de minha configuração, que a todo momento me traía, já que nem mais as minhas ordens obedecia, servindo apenas para mostrar, a que ser eu pertencia.
— Felizardas são as roupas que revestem o teu corpo. — Confessa Robert extasiado e, em tom baixo perto de meu ouvido, pois havia encontrado o caminho de acesso até eles, fazendo-me arrepiar instantaneamente.
— Então, por que não as retiras? — Replico ofegante e também perto de suas outivas, causando-o um leve tremor, porque pude sentir pelo ardor que se formara em seu peito, que à vista disso, estava bastante contíguo a mim.
— Porque tens mais alguns meses, antes de te fazer completamente minha. — Sinaliza Robert com a rouquidão expressa em sua entoação, tracejando um sorriso, e roubando-me mais uma de suas relembráveis osculações, desprendendo dessa forma, os meus débeis braços.
À proporção que a queimante lascívia foi chegando, fui entrelaçando as minhas pernas de maneira demorada por entre a cintura de Robert, providenciando nos minutos vindouros, uma nova posse para a posição de piloto do mesmo avião, que nesse caso, era a minha.
— Eu não sei se quero esperar por muito mais tempo. — Recito ainda com a respiração desregulada, retirando a peça de roupa, que revestia a parte superior de meu Robert.
— Minha pequena, não faças isso, porque assim não terei meios de como resistir, mas muito mais do que ser uma simples entrega, eu quero que seja único. — Endossa Robert também arquejante, dando início ao beijo outrora interrompido.
O beijo de Robert tinha um efeito calmante, pois apesar de ser com libidinagem, serviu para diminuir o intenso fogo que no interior, me consumava, assim era o seu beijo, como um exacto regulador, porque mantinha as condições normais a nível de todo o meu corpo.
— Como é que te consegues controlar? — Busco entusiasta e já deitada no grau de seu peito, sendo que pós beijo, Robert puxara-me para perto de seu coração.
— Porque amar significa muito mais do que simplesmente desejar. — Irradia Robert brandamente, deixando um incandescente beijo em minha testa.
E foi com aquele beijo e com aquelas últimas palavras que eu haveria de dormir, posto que as minhas pálpebras pesadas, davam indícios de a qualquer momento fechar, porém antes mesmo que elas pudessem concluir tal acto, murmuro alguns vocábulos na oitiva de Robert.
— Eu amo-te. — Profiro mansamente aos sussurros.
E com o sorriso que acabara de se formar em seus doces lábios, durmo, mas desta vez com a certeza de que era neste homem, que eu me queria perder e, com ele, uma união engendrar que jamais se possa transgredir.
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EYES & EYES
RomanceArrogante para muitos e incompreendida para os mais próximos. Fria, ríspida e asentimental, assim é Lúcia Morgan, a mulher que esconde em seu olhar, a sombra de um passado turbulento, no que diz respeito ao amor, portanto, abstém-se do mesmo. Alegr...