Capítulo 72

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Robert

Se algum dia, me pedissem para retratar, o pior capítulo, com o pior cenário de toda a minha recorrente vida, com certeza, seria este presente. Porém, esta, não era a tão bem planeada cena final, de um amável romance, ou de uma, igualmente, bem organizada peça de um nobre teatro, cuja temática, seria um felizardo vínculo de carácter afectivo, da qual a emoção de maior relevância, seria o tal e conhecido, amor. O assíduo contexto, não era uma amorosa pintura, em que se poderia alternar as comuns cores, para se ir de encontro, ao preciso paladar, caso se necessitasse, da devida mistura das diferentes tintas, que, tinham a possibilidade, de não conjugar.

Esta, era a mais péssima exibição, de alguma cena vivenciada, em torno de minha curta longevidade, enquanto um ser racional, entretanto, não era a minha possível e, imediata ortotanásia, que me inquietara, sendo que, acertadamente, soubera que um de nós, sem ar nos seus pulmões, daqui sairia, mas sim, era a autenticidade, desta assustadora casualidade, se aproximar, cada vez mais, da carne de minha pequena Lúcia, mas antes mortas, a minha musculosidade e a deste desordenado homem a nível mental, no entanto, desta feita, no seu mais alto volume numérico e, em diferentes proporções, porque o intendente por todas as suas desmedidas e carniceiras cicatrizes, reencarnara no mais desalmado protótipo, alguma vez usado, para a experimentação, do que permitir que a minha pequena Lúcia, reviva, outra vez, a morte.

Quando o susceptível e, profundamente, ferido corpo de minha pequena Lúcia, chegara ao local, onde aquele libertino homem e a minha estrutura firmavam-se, pois as suas debilidades, eram reconhecíveis com apenas um olhar superficial, já que comunicação frontal estabelecêramos, no momento em que o seu arrasado corpo, se despencara no relvado, deste dilatado verde jardim, fazendo com que, de imediato, as minhas atenções e daquele biltre ser, se virassem, ao ainda asténico corpo de minha pequena Lúcia, presente naquela relva, pelo barulho que sua inevitável queda causara, posto que entre aquele enfermo varonil e eu, sempre fora mantida uma conexão ocular, pois sua AK 47, todas as vezes, me há apontado e, o seu regular, assassino olhar, a mim dirigido, e comigo sendo recíproco, sempre me há fuzilado. Compreendera, velozmente, o que a minha pequena Lúcia haveria de proceder, porque era inegável, que ao traspasse entregar-se-ia para poder livrar-me, contudo, eu não poderia admitir, que nos mares do exício, fosse, novamente, mergulhar.

Após um início de repulsivas conversações, que se consolidavam entre a minha pequena Lúcia e aquela indecente estatura, uma vez que o seu alquebrado vigor, no vergel, já não se situava, dado que com as ínfimas energias, que ainda detinha em seu muque, erguera-o, no minuto a seguir, comprovando, dessa guisa, as minhas anteriores teorias, acerca de minha pequena Lúcia, querer liberar-me e, com os clamores mais intensos, que saíam de mim, para que, pudesse, com a sua acção regredir, berros esses, que se misturavam com os escondidos e traiçoeiros carpidos, que, a todo custo, tinham o interesse de despencar de meu rosto, mas que se abafavam, por intermédio de minha rouca voz, visto que já sem anélito estava, por causa da conjuntura em que nos metíamos, apesar disso, não a conseguindo atrapalhar, porque o seu contemporâneo movimento, continuara a progredir.

No intervalo em que o seu morbígero corpo, já diante daquele lúbrico homem permanecia, sendo que a informara, que ao seu lado, devesse mostrar-se, porém com a minha pequena Lúcia ficando, ligeiramente, em sua lateral, já que era legível com, somente, uma vista não aprofundada que, em sua ilharga e, tampouco perto daquele desestruturado, a minha pequena Lúcia quisera conservar-se e, pelo motivo de uma pertinente resposta, que saíra dos carnudos lábios de minha pequena Lúcia, na corrente conferência, que se fincara entre ambos, estapeara, cruelmente, sem algum remorso, o rosto de minha pequena Lúcia, fazendo com que o seu delicado fronte, rigorosamente, se curvasse a banda em que recebera, energética bofetada, sem, no entanto, retirar o seu celerado olhar de minha direcção, impossibilitando que ao seu grau, pudesse chegar e, por conseguinte, o assassinar, uma vez que os meus penetrantes brados, tinham um valor nulo em toda esta equação e, respectiva, numeral expressão.

Aquele invasivo tabefe, no frontispício de minha pequena Lúcia, lacerara-me por completo e, rasgara-me internamente e, quando vira, a minha pequena Lúcia excretar, o efeito daquela agressiva ofensa, que proveio das inóspitas mãos, daquele, semelhante, rude homem, eu tivera a certeza, e a resposta de que precisava, para saber que, num presente bastante próximo, eu apagá-lo-ia, sem algum género de arrependimento.

Na centésima de segundo, em que pensara que, todo este cenário, terminaria, pois a libitina, eu dar-me-ia, porque já fora considerável, a tamanha actuação de minha pequena Lúcia, para que a mim, pudesse desatar-me, sou aturdido com a certeira efígie de minha pequena Lúcia, impulsionando aquele contemptível homem, com as carentes potências que ainda possuíra, para que assim, possa desestabilizá-lo, conseguindo, consequentemente, porque despencando ao viridário, o seu desprezativo corpo, já estivera, viabilizando que a minha pequena Lúcia, pudesse de seu devido ligeiro lado, abandonar, porém, quando me apercebera que a sua assassina AK 47, não havia alterado de posição e, nem de orientação, o que também ocorrera com a minha pequena Lúcia, dado que a sua fragilizada forma, a 90º graus estava, tal como o seu rosto, que em meia-lua, se encontrava, proporcionando, dessa feição, a sua ampla visão anterior. Mesmo com a minha pequena Lúcia o desequilibrando, para o equivalente "chão", preparava-me para o oxigénio, começar a desprezar, visto que o meu fenecimento, já se começara a engendrar e, eu não o haveria de evitar, porque a minha pequena Lúcia, eu desprenderia, uma vez que eu era o verdadeiro sentido, daquele menosprezível organismo, uma vez mais, sou embasbacado com uma munição, que em sua rota e, de idêntica forma, lugar, nunca compareceria, sendo que antes que principiasse, a sua certa decolagem, para o seu cabido destinatário, fora interditada pelo enfraquecido corpo de minha pequena Lúcia, que frustrara o seu embarque.

Uma estrídula vozearia, que superava os mais latos degraus de veemência, todavia, este, era interno, porque externamente, eu já havia sido, totalmente, fragmentado e destruído com a visiva de minha pequena Lúcia, iminentemente, arriando-se, todavia, comigo contendo a sua urgente queda, pois em um acto reflexo, marcara impensados e apressados passos, para que com meus braços, ternamente, entrelaçasse o seu débil e, já sem fôlego, corpo. Vagidos que sem mais adjectivos tinha, para os poder qualificar, entornavam-se de meu rosto, sem uma apta pausa, Lúcia, a minha pequena Lúcia, não me podia estar fazendo aquilo, pelo motivo de que ela alcançava, que sem o seu lhano aspecto e, sem a sua alternada alegria, eu não queria e, nem poderia, voltar a oxigenar, visto que, primeiramente, a acompanharia ao mesmo lugar, onde se pudesse encontrar, posto que antes me assassinaria, se soubesse que do seu reflectido, eu jamais tornaria a desfrutar e, nem do seu irrefutável esbelto corpo e rosto, poder retornar a tocar.

Continua...

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