Parte II

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  Milena

Eis, então, sabendo que não tinha nada a perder, enviara as minhas escolhidas fotografias e, com ele, por conseguinte, repetindo a mesma dinâmica, depois de mais alguns minutos de conversa, porém, assim que tive contacto com o retrato de sua figura, eu não pude acreditar que aquilo fosse real. Amaro era um homem extremamente bonito, porque possuía um rico par de olhos pretos, uma boca avassaladoramente rosada, sendo que não era carnuda, mas que continha uns lábios abundantemente grossos, além de um sorriso que detinha uns brancos dentes, desenhados propositalmente ao detalhe, moreno de corpo esculpido e, para piorar o efeito, um par de covinhas arrebatadoramente esbeltas. E, a partir daquele momento, ou eu a todo custo me escondia, ou eu a todo custo me entretinha, posto que sabia que me haveria de consignar e, assim tornou-se. E assim sucedeu as nossas conversas, com ele exprimindo aspectos que faziam parte de sua vida e, eu, reforçando o seu feito.

Sequentemente ao meu delírio, com ele sendo o protagonista de todos os meus juízos, decido por fim, deslizar a tela do meu telemóvel com um de meus suaves dedos, indo assim ao encontro de suas irretorquíveis notificações. Já com o ecrã indicando o remetente, sem mais demoras, leio os escritos daquela curta mensagem:

Amaro

 Será que ainda espaço para uma sobremesa?  Aborda Amaro do outro lado da tela.

 Espaço sempre haverá, o grande problema é que o grande provador, não constará— Digito enviando, apressuradamente, as notas.

Amaro

 Mas isto se solucionará, porque daqui a dois dias,  se apreciará.  Emite Amaro na mesma milésima.

Isto posto, ao mesmo intervalo, um devasso bem-estar frequentava o meu rosto, dado que o tempo que aguardara, para que pudesse desfruir de sua companhia e estabelecer momentos rememoráveis, estava prestes a terminar.

Gostei de saber, assim mais doce a sobremesa vai ser.  Introduzo incitadora.

Amaro

 Ui! — Expõe por entre letras a sua exclamação — E eu aguardo para a calda prevalecer. Tecla, equitativamente, sem alguma vergonha.

— Então, assim acontecerá.  Contradito a sua anterior asseveração, sendo esta a última mensagem, pelo motivo de sua barra online ter ficado invisível.

 Com estas palavras, eu nanara, visto que em meus pensamentos, simplesmente havia a imagem do meu cortês companheiro se avizinhando, sendo que com a sua vinda poderia, em conclusão, fazer uma apresentação a todos aqueles que mantinha um laço fraternal, com o propósito de estabelecer uma conexão duradoura, com aquele que desde o primeiro texto, havia-me enlaçado na sua atrevida conversa, fazendo-me perceber que com apenas segundos, o coração pode, no mesmo entretempo, corresponder.

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