Capítulo 69

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Amaro

Após a grosseira e fragorosa largada de minha anterior parceira, do meu escolhido domicílio, depois de ter estilhaçado aquela irrepreensível decoração, daquele dia de Thanksgiving day, deixando-me, exclusivamente, na companhia de minha figura e, com cacos, estragos e pedaços de vidros ao redor, igualmente, de minha estância, devera dizer que, minha antepositiva correligionária, realmente, me houvera atordoado com as suas últimas palavras, antes da sua áspera e troante ida.

Não era somente o facto dos seus cinco dedos, estarem fincados em meu frontispício que me punha passado, uma vez que a minha precedente companheira, verdadeiramente, estapeara intensamente, uma de minhas laterais, mas era também, a peripécia de que descobrira, que a mulher, cuja qual, o ardor dos lábios que sempre procurara, era a Lúcia Morgan, que era nada mais e nada menos do que a sua "irmã", assim como Rara e Romando, dado que sabia este particular aspecto, porque enquanto ainda compartilhávamos os mesmos corpos, diferentes acontecimentos de sua vida pessoal, foram relevados a mim.

Autenticamente, o que me inquietara, era de que minha antecedente consorte, pudesse alcançar o retroactivo, que tinha como protagonista a minha aparência e a de Lúcia Morgan, em assuntos que diziam respeito, a uma emoção que recebia o nome de amor, posto que, este, era um tópico de carácter privativo a duas constituições e, Milena, minha predecessora aliada, felizmente, não fazia parte da história e, muito menos, da equação. Porém, antes que a minha preocupação evoluísse para um superior degrau, reparara através do contacto visual que estabelecêramos, previamente a sua imponente retirada, que em seus olhos, se reflectia unicamente, a mágoa por causa de um vínculo desbaratado, cuja sensação principal, seria o tal dito amor, pois uma particularidade que gostava de realizar, era a de observar e estudar a nível comportamental, as pessoas, não apenas as que repartiam os mesmos lençóis comigo, mas como também, aquelas que partilhavam tarefas, no tal dito ambiente de trabalho e, assim, poder aniquilar qualquer dúvida que detinha, acerca de minha anterior consorte, saber de um capítulo de minha vida, cuja relevância não lhe pertencera, porque Milena vira meramente, amor perante mim e, nestas situações, em que a perturbação se transluzia como um vedete, as razões são sempre despidas do corpo, e eu era capaz de lhe poder compreender, uma vez que também vivenciara o mesmo, porém, com o ar de Lúcia Morgan.

Assim sendo, na consequência de seu egresso, um longo processo para restruturar e restaurar, a ordem em meu endereço, havia sido árduo, visto que aqueles estragos, ainda se encontravam espatifados, no meu presente chão. Poderia de símil forma, contratar especialistas em arrumação e organização de ambientes interiores, todavia, eu não queria ter um par de pernas femininas, vagueando por entre o meu nobre espaço, tão imediatamente, porque o último, não fora digno de uma agradável experiência, além de que, se fosse uma feição feminina, de acordo com as minhas exigências, sendo que detinha o poder, para optar que características a minha "temporária funcionária", haveria de ter, pois eu era um cliente e, uma agência de trabalhos do género, ou de qualquer outro, que tivesse, ao menos, um ínfimo nível de qualidade, saberia que a voz de um cliente, se assemelhava a linguagem de um comandante, portanto, um pedido negado, é menos um valor a ser registrado, então, não se tinha opções para ser renegado, eu poderia, simplesmente, ao invés de deixá-la trabalhar na sua área de função, a contratar para uma área ainda em expansão, no interior de meu requisitado quarto.

Logo, decidira, dessa guisa, reorganizar ou recompor a ordenação, no interno de meu assento, apenas com o suporte de meu semblante. Terminado todo procedimento que englobava a reformação da estruturação em minha ampla sala, definira que gotículas de água, precisavam sobre meu corpo, deslizar, para que pudesse, desse jeito, descansar em minha confortável cama, no íntimo de meu dormitório, uma vez que sem fome estava, sendo que com os últimos e recentes episódios, haviam-me tirado qualquer sensação de desejo, por qualquer vestígio alimentício, assim sendo, um banho tomaria. Esbraseante e apaziguador, assim podia descrevê-lo e, após revitalizar-me com aquele quente fluido, no recôndito de meu banheiro, encontrava-me agora, à procura da tal conhecida peça de roupa, responsável pelo nosso confortamento a nível da nossa cama, quando chegara altura de nossos corpos, ninar.

Encontrado e já colocado, visto que se dispunha em meu atlético corpo, a seguir a técnica de realização íntima e corporal, sem mais demoras, aconchego-me a minha considerada e espaçosa cama. Entre os seus lençóis, pude ainda inalar, o aroma do presente perfume de minha antecessora cônjuge, pela noite anterior que havíamos tido. A verdade era que, Milena era uma tórrida mulher, o sonho de qualquer pervertido e, de idêntica forma, o desejo de qualquer homem comprometido, além de já ser a atracção, de algum outro que ainda não teve vontade, ou a opção, de querer vincular-se a alguém. Detentora de um garboso e abismável corpo, que com certeza, fazia com que a abrasadora lubricidade que me consumia, se mantivesse viva, para mais, fazê-la cantarolar, a mais harmoniosa melodia do meu nome, por entre os seus queimantes lábios, era algo que não me ilibaria de voltar a exercer, caso tivesse uma possibilidade, afinal, o talho tem bastante qualidade, para ser desperdiçado dessa maneira, quando se poderia aproveitá-lo de outras formas. Não ficava por aqui, pois era dona de um belo par de nádegas, era como se poderia dizer na velha Espanha: "!Que Culo!", e nas minhas veementes memórias com a sua compleição, eu fora o felizardo de os tocar e de inevitavelmente, os estapear.

Porém, era Lúcia Morgan que controlara e regulara arrebatadoramente e inexplicavelmente, a energia de todo calor de minha estatura, fazendo com que, apenas atingisse o ápice, com o seu embriagante corpo. Aquelas ondas de sua carne, que se misturavam com a sua intensa fragrância, colocavam-me nas estribeiras, porque qualquer um, sobre o qual coubesse o substantivo "homem", se perderia entre elas, isso, sem ainda fazer menção, aos seus rubros, carnudos e alucinantes lábios, que sem nem as minhas ardilosas mãos os tocar, já me desnorteavam, simplesmente, pelo facto de os vislumbrar. Lúcia era como um velho, doce e amargo vinho, pois quanto mais tempo lhe passara, mais o seu paladar memorável, já Milena, era como um curto e ardente "shot", porque quanto mais prontamente descera, a nível da garganta, mais a sua ardência se impregnava, porém, quando já realizada a sua função, o seu efeito e palato eram não lembráveis, dado que haveria de ser algo, em que longe gostaríamos de ficar, por causa da saturação à ressaca.

Continua...

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