Capítulo 25

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O ambiente que pairava sobre nós, era tenso e intenso. Após a entrada grosseira e espalhafatosa de Milena, Romando e Rara, um silêncio incessante se fez presente, o que deixava o clima, cada vez mais pesado, mas contudo, Romando iniciou a conversa, ou melhor, a discórdia que era o que todos nós já aguardávamos, rompendo, desse modo, aquele remanso.

— Desta vez tu foste longe demais. — Empeça Romando enraivecido.

— Eu avisei-vos! — Declaro exclamando.

— Mas que diabos se passa contigo?! — Indicia Rara incrédula.

— Eu havia dito para vocês, que se mantivessem longe disto e, que se mais uma vez tentassem, a corda haveria de rebentar para o lado mais fraco. — Comento seca e áspera.

— Tu acabaste de mandar um INOCENTE para a cadeia, simplesmente porque te ama, Lúcia! — Grita rígido — Tens dimensão do que acabaras de fazer?! — Discorre Romando frustrado.

— E vocês colocaram microfones para que pudessem ouvir a minha discussão com ele — Devolvo descarinhosa — Agora pergunto: Tinham dimensão do que estavam a fazer? — Retruco desalmada e mordaz.

— Eu, sinceramente, não te consigo reconhecer, Lúcia! — Brada Rara ainda sem vocábulos, fazendo um intervalo no seu discurso e, prosseguindo na sucessão — A única coisa que ele fez, foi amar-te, será que tu não consegues entender isso? — Questiona Rara completamente perplexa.

— E eu já havia dito que não o amo! — Clamo indignada — Uma vez, chamaram-me arrogante, mas agora, eu pergunto: — Pauso meu pronunciamento por alguns instantes — Arrogante sou eu que não sinto o que vocês tanto julgam saber e, chamam de amor, ou serão vocês, que por intermédio de vossas acções, alguém supostamente inocente, foi indiciada? — Demando zombeteira.

Romando preparava-se para dizer alguns dizeres para retrucar os meus, digo isso, porque sua boca fazia movimentos característicos, quando indelicadamente e ocasionalmente, fomos intersectados por Milena que se ria acidamente, fazendo com que os nossos olhares, se dirigissem a ela.

— Tu realmente não consegues perceber, ou será que a tua arrogância não te permite? — Interroga Milena alterando sua tonalidade.

Após àquela pergunta, Romando, Rara e eu limitamo-nos a ouvir atentamente as palavras que ainda haveriam de vir, pois notava-se que o discurso de Milena, ainda não tinha sido concluído.

— Se o único pecado desse homem, foi amar Lúcia Morgan, então, que ele pague por isso, mas deixa-me dizer que, quando um dia a tua ilustre arrogância te permitir ver, só espero que não te arrependas, porque nem ela te vai poder reconhecer. — Palestra cruelmente e, logo de seguida, parte do meu escritório,  batendo estouradamente a porta.

Romando e Rara fizeram o mesmo percurso, sem mencionar quaisquer testemunhos, deixando um profundo mutismo em meu escritório. Lágrimas inconsoláveis caíam repetidamente sobre a minha verônica, pois era algo que não podia controlar. Era a primeira vez que nos tínhamos  magoado de tal maneira e, eu sentia que desta vez, talvez perdurasse por muito mais tempo, sendo que antes desta discussão, os nossos ânimos já não eram os melhores, por causa dos últimos acontecimentos. A única coisa que conseguia pensar, era em como nos haveríamos de encarar, apesar de não nos encontrarmos com tanta frequência na empresa, nesta última semana, digo isso, pela razão deste mesmo problema e, se antes as coisas já não iam bem, agora, eu não sei como haveriam de ficar.

Depois de ter limpado as antecedentes gotas de água, que ainda se precipitavam sobre o meu rosto, a minha cabeça doía incansavelmente e, como já havia organizado tudo para o dia seguinte, resolvi ir para casa. Pego no meu telefone e ligo para o senhor Park, que num par de minutos, comparece à empresa e, sem muitos intervalos, apresso-me para sair. Ao colocar as vistas no exterior da empresa, vou caminhando até ao meu simples Ranger, em que subo no minuto a seguir. Já sobre o terreno de minha nobre casa, despeço-me do senhor Park e oriento-me ao meu quarto, onde me desfaço de todos os meus pertences, inclusive as roupas que revestem o meu corpo e, rapidamente, internizo-me ao banheiro para poder tomar um banho. Tórrido e revigorador, assim podia descrevê-lo. Depois de tudo, visto o meu adorável pijama e me aconchego em minha cama, para poder, finalmente, dormir, depois de um dia tão atribulado.

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