Capítulo 15

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A minha noite foi fortemente carregada por insónias. Eu não conseguia dormir, porque a minha mente não me deixava, pensava incessantemente na discórdia que havia tido com Milena e Romando, apesar de nos termos desentendido, não gostava de permanecer longos períodos sem falar com eles, ainda assim, sabia que aquela não era a circunstância certa para uma possível reconciliação, sendo que as firmes emoções vivenciadas, até ao momento, não estavam assentes. Por esse motivo, acordei mais cedo do que o habitual para ir à empresa consequentemente, pois precisava ocupar a minha mente com alguma coisa e, o trabalho, era a melhor coisa, além de que tinha algum acumulado.

Trabalhava já há duas horas e, comigo, se fazia acompanhar um café, já que tinha saído de casa sem tomar o pequeno-almoço, porque sinceramente, não estava com fome. Continuo a laborar, até que a porta do meu escritório é desprendida, revelando um rosto bastante conhecido, que apresentava um enorme sorriso. Era Rara.

— Minha pequena chorona, bom dia! — Inicia Rara, berrando com bastante entusiasmo.

Limitei-me a revirar os olhos, enquanto lembrava de alguns episódios que passei na minha 2ª casa com Rara.

— Quanta Graça! — Vocifero num timbre irónico.

— Ui! — Esboça engraçada — É assim que recebes alguém que voltou de férias, depois de algum tempo fora? — Prega animada — Quanta má educação, menina Lúcia! — Discursa Rara, num tom divertido e mostrando-me a língua na sequência.

Eu apenas desfrutei daquilo. Pela primeira vez em dias, eu me estava a rir e, era Rara, a autora daquela jubilação. Rara com certeza era especial, assim como Milena e Romando, mas Rara tinha essa faceta, ela conseguia tirar os melhores sorrisos de mim, mesmo que talvez o momento, não fosse tão motivador.

— Então, como tens passado nesses últimos dias, sem mim? — Pergunta Rara serenamente.

— Bem. — Minto, porque não queria que soubesse, o que se tinha passado entre mim, Milena e Romando.

Porém, ao fazer aquilo, sabia que não adiantaria, porque já calculava que Rara já soubesse de tudo, dado que algo que nós os 4 tínhamos como "acordo", era de que precisávamos contar as coisas uns aos outros, não importando assim, a gravidade do assunto. Rara, após ouvir a minha resposta, esboça-me um regozijo ternamente caloroso, saindo na sucessão, do meu escritório e, deixando-me, dessa forma, a labutar, que era algo que necessitava e queria fazer, não só para tirar certos pensamentos de minha mente, mas também, para tentar esquecê-los, que era algo praticamente impossível...

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