EYES & EYES

Parte II

Robert

Depois de ordená-la, para que com os seus brilhantes, castanhos e escuros olhos, abertos devessem ficar, dado que o adjutório profissional, eu haveria de chamar, sou abismado com as suas já sem vivência e fraqueiras mãos, que ainda com ínfimas energias restavam, passeando na superfície de meu frontispício, numa expressão que sempre renegaria, como sendo a última, porque para mim, com oxigénio em seus órgãos respiradouros, a minha pequena Lúcia, ficaria, dificultando assim, a prossecução de minha acção.

No seguimento de uma lacerante declaração, de parte de minha pequena Lúcia, pingos que, a todo momento, acompanharam-me, acentuaram-se na sua maioral categoria, além de que, eles, caíam por cima do esmarrido e cortês rosto de minha pequena Lúcia, já adormecido, visto que ela, mantinha-se num imensurável letargo. Aproveitando que, amavelmente, o seu desligado formato, descansara sobre a verde relva, desvencilhara-me, cautelosamente, de sua ataviada forma, uma vez que tinha uma tarefa por cumprir, antes que ao seu lado, também pudesse nanar.

Assim que levantara o meu aspecto do constante viridário, na sequência de desenredar-me da morbosa compleição de minha pequena Lúcia, visualizara a figura daquele sórdido homem, até nesta altura, no alto do extensivo vergel, após a sua mobilidade, quando a minha pequena, há instantes, o empurrara, entretanto, estava retraído e sentado em um canto, daquele ilimitado jardim, com os seus membros à volta de seus vis joelhos, cujos quais, entrelaçara-os, fazendo, de algum modo, alguma pressão.

Se ria macabramente e satiricamente, para mais, balançava o seu físico, para frente e para trás, numa cinesia frenética, o que comprovava as minhas suspeitas, acerca do seu estado a nível psíquico, que era, legivelmente, túrbido e irregular, portanto, sem demorar muito mais tempo, caminhara em passos lentos, na tendência de seu sentido, para que, de certa maneira, não o exaltasse e, tampouco, o pasmasse, quando perante ao seu semblante colocava-me, pegara a sua condigna AK 47, estirada na vastidão daquele jardim, na continuidade de toda a circunstância que vivêramos e, com a condição em que se apresentava, era impossível preservar, a sua inabalável concentração, em mim e, com isso, progredir com a sua inquestionável aptidão para manipular tal objecto. No momento em que erguido encontrava-me, uma vez que agachara-me, para que a sua desafortunada AK 47 pudesse agarrar, sem alguma dor, executara-o com toda devida munição, que ainda se compunha carregada, em sua respectiva AK 47, que eram, ao todo, 24 munições, fazendo com que, no minuto a seguir, o seu já morto corpo, despenhasse sobre a existente, verde relva.

 24, eram os presentes anos de minha Lúcia, 24, eram as munições que aquele mórbido homem, asfixiaria a minha figura, 24 , era a idade que a minha pequena Lúcia, havia-me deixado e adormecido e, 24, era o número que tão tetricamente, aquele varonil, escolhera para ensanguentar a minha pequena Lúcia e, que tão tetricamente, eu a livrara  de todo o seu sofrimento, pois, de igual guisa e, tão tenebrosamente, eu assinara o passamento físico, do homem que há anos, a há assombrado.

Após separar-me da infausta AK 47, que se estendia no ponto de minhas mãos, na sucessão de abandoná-la, sobre o inanimado vigor daquele irreverente homem, direccionara-me, no mesmo instante, a reclinada configuração de minha pequena Lúcia, em cima do relvado e, no prosseguimento de ao seu lado, já me fixar, com incansáveis lágrimas que, a todo momento, continuavam no meu acompanhamento, rugira o seu nome, para que despertasse, visto que em sua banda, eu, ininterruptamente, estaria, sendo que todo o seu suplício, jamais regressaria, porque a maneira como o seu nublado passado se personificara, já sem algum folgo, localizar-se-ia.

No encadeamento de alargados segundos, vociferando o título de minha pequena Lúcia e, a ninando, para que as suas ricas e castanhas íris fosse abrir, os já esperados comparecimentos de polícias e, peritos daquele recinto de hospital, se faziam presentes, assim como as iguais comparências de senhorita Rara, Milena e de senhor Romando, que mortificados com as visões em sua paisagem, se encontravam, atinara esta especificidade, não porque assentara uma ligação óptica com as suas conformações, mas porque, os seus estridores gritos, ecoavam por todo aquele perímetro, além de que a senhorita Rara, celeremente, frustrara um dos especialistas que, com rapidez, queria retirar de meus braços, a inoperacional silhueta de minha pequena Lúcia, não só por todo penar que aquilo me produzia, mas era, em adição, porque eu negara e, senhorita Rara tinha-se interferido, para que por mais um comprido período, ficasse com a minha pequena Lúcia, nos meus braços, a aniná-la, visto que conhecia esta particularidade, dado que perto de mim, iniciaram as tais ditas conversações, que eu não me importara, sendo que apenas desejava, que minha pequena Lúcia, acordasse .

E, lá me posicionava eu, segurando a compleição da mulher, cuja qual, o meu organismo, vai, incessantemente, possuir e, se com ela, eu não pudesse, de forma alguma, viver, então, eu já não tivera a quem pertencer, pois o meu ser, nas suas inebriantes ondas, sempre prevaleceria e, com elas, eu permaneceria.