Parte III

15 3 18
                                    

Milena

Agora, me preparava para o surpreender e, de alguma feição, me desculpar, não apenas por minha conduta dentro do corredor de acesso ao escritório de Lúcia, que por breves segundos lá ficara, mas como também, pelo comportamento de minha fraterna, sendo que o dissera que nós, melhor dizendo, eu, Romando, Rara e Lúcia, éramos irmãos, assemelhando-se a outras especificidades pessoais, revelados a ele, por mim. Portanto, não queria que pensasse que era sempre assim, ou que era o seu recorrente proceder, perante figuras, ou novos clientes. O presente consistia em eu ir à sua nova residência, dado que sabia desta minúcia, porque Joseph tinha-me enviado suas informações e, dentre as várias, o registo de sua mais contemporânea localização constava, então, logo conhecera, onde seu moderno aposento ficava, que era num emérito condomínio, constituído por edifícios igualmente considerados em Manchester, para que dessa maneira, eu possa confeccionar uma inebriante refeição e terminar o dia como o meu actual companheiro desejar. Isto posto, após ter saído para fazer as compras dos ingredientes na categoria do supermercado que montavam o festim, que nesse caso, seria um Fettuccine Alfredo, tal e qual ao da velha Itália, encontro-me neste preciso momento, dentro de meu admirável Volvo, depois de estar perdida em pensamentos em que Lúcia, Rara, Romando permaneciam em minhas memórias, enquanto esperava a hora passar, para que pudesse começar a alinhar-me à saída.

Sem perder muito mais tempo, empeçara o trilho com o itinerário da estância de meu actual companheiro. Uns tantos minutos vagueando as avenidas de Manchester, finalmente à porta de entrada do condomínio, onde residia meu consorte, chegara. Como era uma área bastante restrita, para permitirem o meu acesso, necessitava de identificar-me e, assim, o fiz. Apresentando-me como uma cônjuge de um dos rostos que lá se fixavam, obtivera dados por meio do porteiro que lá se situava, de que as portas dos presentes apartamentos eram automáticas, com isso, pedira uma cópia da chave do compartimento em que Amaro residia, que equivalia a nada mais e nada menos, do que um cartão que tinha que ser passado no dispositivo electrónico colado à porta e, somente desta guisa, a seguir a uma curta explicação através do servente, de como era o funcionamento no interior daquele recinto, pude adentrar. Em seguida, estacionara nos períodos vindouros, o meu admirável Volvo no parque que lá se preservava, dirigindo-me desta forma, ao endereço de meu companheiro. Depois do conhecido procedimento para a subida ao piso elevado, e já com os produtos em minhas mãos, pois antes de sair de meu nobre carro, os havia tirado, caminho em passos vagarosos até à porta de seu domicílio. Passando a chave no aparelho industrial soldado à porta, como o zelador há segundos me dissera, ela se descerrara, o que possibilitou a minha penetração.

Após introduzir-me na atmosfera de meu novo correligionário, guiara-me a sua afável cozinha, uma vez que não precisara me inquietar com a porta, visto que era mecânica, e se cerrara de idêntica forma, assim que internizara em seu habitat. O espaço de meu aliado era amplo e com uma decoração irrepreensível, sendo que não afirmara isso simplesmente por ser meu parceiro, mas porque também era uma trabalhadora de ambientes internos e percebera que, apesar de ter características que conjugavam, ou que iam de acordo a sua persona, era legível com um olhar ligeiro, que tinha tido a mão de um, ou de uma profissional, pois não soubera a qual género pertencia, sendo ainda mais que neste ramo, não se exibia certeiramente a casta do perito pelo seu ofício, visto que tudo se pode esperar de ambas categorias, ou melhor, homens com tendências mais femininas, ou mulheres com aspirações mais masculinas, quer dizer, para se acertar o paladar do cliente, tem de se conhecê-lo profundamente no grau de preferências, independentemente de ser da classe feminal, ou varonil.

Apesar de vasto, as divisões eram facilmente memorizadas, sendo assim, não foi uma tarefa árdua localizar a cozinha. Já lá posta, em sequência de uma efémera análise, a nível das artes do apartamento de meu coligado, estava agora com um avental, para com isso, engendrar um aprazível repasto, porque culinária não exercia para mim, uma difícil função, pois crescera ao lado de uma mulher apaixonada por gastronomia, minha eterna genetriz. Após o tempo decorrido para que o festim estivesse pronto, ele estava prestes a ser servido, dado que eu compunha para o colocar à mesa e, já com a peça de roupa longa fora de meu corpo, posto que tinha tirado para que pudesse começar a posicioná-lo no material elegantemente projectado com formato quadriculado e, da mesma maneira, ajeitar-me para o meu mais doce amante, isso porque depois da execução do banquete, tomara um banho em sua simpática casa, para estar mais reconfordada e, me secando com uma das brancas toalhas, que se se situavam no interior do recinto que recebia o nome de "banheiro", colocando pós banho, uma vestimenta mais aconchegante, na sucessão do habitual processo de actividades íntimas a nível do corpo e pele, sendo que antes de sair de casa, havia arrumado uma pequena pasta com todos os itens que precisaria, desde peças de tecido à loções corporais e perfumes, afinal, nunca saberemos que situação poderemos enfrentar e, estar apta, é severamente importante.

Depois destas técnicas, que iam desde gotas de água a escorrem pela minha compleição física até ao meu mais profundo interior, retornara à cozinha para dar continuidade as etapas de pôr à mesa e de servir o rememorável rango. Tábua posta, regressara a divisão em que se exerciam funções gastronómicas para retirar a travessa, onde o Fettuccine Alfredo se mantinha, para levá-lo à sala. Quando me alinhava para pegar a travessa, oiço o som característico da porta, que indicara a sua abertura, o que apenas podia significar a presença de meu efectivo cúmplice. Sem mais demoras, saíra da cozinha seguidamente, para constatar se realmente era a fisionomia que se preservava. No momento que comparecera à sala, pude dizimar quaisquer dúvidas que detinha, pois era verdadeiramente ele e, incrivelmente lindo como todas as vezes, porque não obstante do infortúnio que se tinha passado no corredor de ingresso ao gabinete de Lúcia, ainda que por ínfimos segundos ficara ao pé de sua conformação, não deixara de reparar na sua beleza, visto que somente a havia apreciado por meio de uma fotografia.

Notara que seu rosto se aturdira, o que era compreensível, porque não é comum ver uma mulher dentro do teu assento, sendo que tens a ideia que viveras apenas desfrutando da tua companhia, ainda que seja a tua confederada. Porém, antes que pudesse falar alguma coisa, aproximara-se de meu corpo, erguendo-me no minuto a seguir, para deste modo enlaçar as minhas pernas em torno de sua cintura, que assim aconteceu e, roubando-me um abrasador beijo, porque da maneira que me consumia e com a volúpia, era perceptível através de seus calorosos lábios, que a queimante lubricidade por dentro o esbraseava e, comigo de igual forma correspondendo, já que por aquele homem, eu me havia rendido, e fazendo com que dessa feição, esquecêssemos a atractiva refeição que amavelmente preparara.

Continua...

EYES & EYESOnde histórias criam vida. Descubra agora