Parte II

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Robert

— Lamento pelo que sucedera, eu creio que talvez não seja um simpático dia. — Transmito meigamente, dirigindo-me ao homem que mostrava os olhos na coloração preta e, que até então, desconhecera o seu nome.

— Não se preocupe, até os melhores têm os seus dias menos alegres, acontece. — Comenta numa entoação resfolegada, entretanto, não pude deixar de discernir, a ironia contida em seus vocábulos.

— Sendo assim, peço para que não releve esta situação e que mantenha contacto com à British Company. — Apelo continuando na mesma nota.

— Deixar a excelência não condiz connosco, mas chega a ser curioso — Fundamenta o proporcional homem de íris caliginosas, fazendo referência ao igual varonil ao seu lado e, ainda, com o sarcasmo legível em sua tonalidade, dando tréguas em sua prédica, mas adiantando-se em prontidão — Pois, para um dia que parecia ser de surpresas, é contraditório que termine com tamanha frieza. — Cessa o seu palratório com um sorriso cínico em seu rosto, propiciando que o homem em sua banda repetisse na centésima de segundo vindoura, a sua acção e, de certo jeito, pude identificar um duplo sentido em suas palavras, era como se os seus dizeres estivessem codificados em uma linguagem, cuja qual, ele sabia que ainda não falara.

— Porém, não se esqueça que o objectivo de uma surpresa não é ser esperada, portanto, nem todas as reacções, vão ser como nos agrada. — Contravenho na idêntica toada de irreverência, instituindo desse modo, com que os dois rostos comparecidos naquele ponto de acesso, que outrora se riam descarados, me olhassem fixamente no mesmo instante.

— Correcto, assim sendo, qual seria o distinto nome de sua irrefutável figura? — Pesquisa o invariável homem de olhos denegridos, porém, desta vez, seriamente.

— Robert Gold. — Enuncio educadamente, revelando a minha antonomásia ao presente homem.

— Foi um prazer conhecê-lo, Mr. Robert — Parafraseia serenamente, o ainda homem de órgãos visuais melânicos, estendendo a sua mão para que pudesse apertá-la e, à vista disso, comigo segurando-a, todavia ainda com vestígios de impassibilidade em seu timbre, constituindo um breve intervalo em seu pronunciamento, mas progredindo na sucessão — Memorize o meu nome: Amaro Princenton, o futuro membro da família. — Finda esboçando a anterior alacridade arrogante, abandonando no minuto posterior, aquele ponto de ingresso juntamente com o seu braço direito, que nenhum verbo manifestara, limitando-se a rir de forma equitativamente impudica, durante a passageira troca de farpas.

Era como se aquele ser que recebia o título de Amaro, vigente consorte de senhorita Milena, e de similar maneira, dizimando qualquer dúvida que anteriormente detinha a respeito de ser seu cônjuge, desgostasse de mim, pois arrastava essa sensação, à medida que aquela abreviada troca de ironias ia-se desenrolando, contudo, se assim ocorria, poderia dizer que o sentimento era recíproco, dado que a sua aura e impressão que deixara ao primeiro encontro, foram excessivamente desconfortáveis. Ainda assim, agora, um outro evento me inquietara, que era o porquê de minha pequena Lúcia reagir daquele modo perante àquele homem. Defino, dessa feição, largar os desagradáveis pensamentos em relação ao homem de olhos pretos e o de sua lastimável prestação que acontecera há segundos, para ir ao encontro de minha pequena Lúcia, entretanto, quando me pilotava à porta de seu escritório para calcorrear o conhecido caminho que senhorita Milena e senhorita Rara haviam feito, sou aturdidamente intersectado pela figura de senhorita Milena, que saíra exaltada da sala de minha pequena Lúcia, com um pedido inusitado, posto que era visível o desassossego que se fazia transluzir por suas vistas.

— Robert, peço-te para que me leves até casa. — Prontifica senhorita Milena ainda intranquila, porém já com os olhos marejados.

— Passa-se alguma coisa, senhorita Milena? — Busco inquieto.

— Apenas tira-me daqui Robert, eu peço-te. — Requesta senhorita Milena ofegante e já com lágrimas que caíam sobre seu rosto.

Na décima de segundo sequente, senhorita Milena abraçara-me amigavelmente e, comigo, correspondendo do mesma feição, porque era cognoscível que a minha pequena Lúcia e a senhorita Milena voltaram a magoar-se, uma vez que já soubera desta singularidade, por causa de situações semelhantes a esta, que já tinham ocorrido num transato, que apesar de parecer longínquo, ainda era recente. E foi então, que nas alturas vindouras, eu em companhia de senhorita Milena, que até ao momento chorara em meus braços, partíramos do corredor de entrada ao escritório de minha pequena Lúcia. Carregar senhorita Milena em meus membros, não foi uma tarefa árdua, sendo que andara em minha lateral direita e simplesmente colocara um de seus braços à volta de meu pescoço, deixando assim, uma percentagem de seu peso corporal em minha responsabilidade, pois enquanto um de meus braços segurara a sua mão em meu pescoço, a outra estava constante em sua cintura, para que não se desequilibrasse, porque após o nosso cortês enlace, o seu corpo dava indícios de uma quebra de pressão, o que nos sucessores períodos de tempo se realizara, visto que quase teve a sua síncope em meus membros superiores, o que sem dúvida, era pela abundante inquietude que se estabelecera desde o descortês encontro com o seu moderno companheiro.

Já no piso ínfero da British Company e sempre com senhorita Milena em meus membros, andáramos calmamente até ao exterior da empresa, pelo estado em que se apresentara. No interno de meu mais novo Mercedes, posicionara delicadamente a constituição física de senhorita Milena no assento de frente, dado que para à introdução em meu nobre carro, exigiu de senhorita Milena um esforço redobrado, porque facilmente se poderia descentralizar. Então, depois de estarmos devidamente instalados, dei início ao trilho cujo qual todos sabíamos o itinerário, que era nada mais e nada menos do que a indelével porta de minha pequena Lúcia. Depois de quase 30 minutos com o pé na estrada, e vagueando as ruas de Manchester, chegáramos à casa de minha pequena Lúcia e, comigo, no igual intervalo de tempo, indo estacionar o meu estreme veículo na sua eterna e ampla garagem. Posto isto, logo que descera de meu mais novo Mercedes, ajudara a senhorita Milena na sua convizinha saída. Em passos lentos, calcorreáramos à marcante porta de minha pequena Lúcia e já presentes, sem mais demoras, tocara a permanente campainha que lá se encontrava, sendo recebido simultaneamente por senhora Matilde, que ao manter um contacto visual com as nossas figuras, a tal dita preocupação, surge a nível de seu rosto.

— Oh meus meninos! — Exclama senhora Matilde agitada — O que se passara com vocês!? — Aprofunda e em sequência admirando, conservando-se no regular tom e, coadjuvando a transportar a senhorita Milena, pondo-se na outra lateral, para o interior da casa de minha pequena Lúcia.

— Foi apenas uma pequena pressão baixa por parte de senhorita Milena, porém, já se vai recuperar. — Elucido mansamente conforme nos movimentávamos pelos espaços da casa de minha pequena Lúcia, orientando-nos ao seu vasto sofá de seda, em sua grandiosa sala.

— Oh meu Deus! — Roga senhora Matilde atônita.

— Eu estou bem, não se preocupe mãe Matilde. — Emite senhorita Milena com a respiração desregulada e, connosco, a colocando sentada naquele extensivo sofá.

— Sendo assim, eu vou buscar uma porção de água com cristais de açúcar para se poder restabelecer. — Relata senhora Matilde sossegadamente, apressando-se para minimizar o estado em que senhorita Milena se preservava, todavia sendo interrompida, pois instantaneamente, senhorita Milena pronunciou alguns verbos.

Continua...

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