Capítulo 60

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Milena 

Após o egresso da casa de Lúcia, seguira em meu admirável Volvo, uma vez que as chaves sempre andavam comigo em minha carteira, mesmo que não o utilizasse, pois durante a minha estadia em sua estância, era o senhor Park que nos levara, isto é, eu e Rara, a perambular o rotineiro percurso até à empresa, carteira essa que nunca largara, nem mesmo quando Robert me havia ajudado, sendo que pela excessiva tensão que sentira, quase tivera uma síncope em seus braços no corredor de acesso ao escritório de Lúcia, depois da nossa carregada e acentuada discussão, que também envolvera Rara no seu presente gabinete, pelo facto de Lúcia ter tratado arrogantemente, o homem cujo qual, agora é o meu actual companheiro. Para Matilde não fora uma tarefa árdua, arrumar todos os meus pertences em minhas malas, posto que de certo modo, eu já mantivera a maioria de minhas peças de roupa dentro delas, apesar de na casa de Lúcia haver um grande armário para as colocar, isso acontecia porque já me estava a preparar para a minha despedida de sua casa, pois com o vínculo que estabelecera com o meu moderno correligionário, era necessário que houvesse mais "espaço" e privacidade para ambos e, eu sabia que de alguma forma, não teria no aposento de Lúcia, não obstante de Lúcia ser sempre bastante acolhedora e receptiva, porém, eu não imaginara que pudesse acabar em tamanhos ferimentos, por palavras que ambas proferíramos.

Lúcia, Rara, Romando e eu, vamos sendo melhores amigos desde as longas datas e, tudo começou de uma maneira, que jamais projectáramos. Quando pequenos, a nossa forte amizade iniciara, digo isto, me referindo à Rara e Romando, dado que Lúcia ainda não fazia incidência ao nosso meio, pelo motivo que até aquele recente momento, não a havíamos conhecido. Eu era a filha de renomados pais diplomatas e, Rara, a filha de um conceituado embaixador e, de semelhante guisa, de uma célebre escritora. O Pai de Rara era amicíssimo de meus pais, visto que trabalhavam juntos no mesmo consulado, então, a presença de Rara em minha casa, tal como a minha na dela, eram frequentes e constantes, sendo que a sua mãe não ficava atrás, tanto que de idêntica feição, era bastante amiga de meus progenitores.

Assim, um vínculo entre mim e Rara havia-se formado, e o princípio de uma firme fraternidade tinha começado. Romando era um amásio de Rara que vivera em sua vizinhança e, como Rara gostava abundantemente dele e, ele de similar modo de Rara, permanentemente se instalava no endereço de Rara. Com as minhas contínuas visitas em sua casa, isto é, a minha e de meus pais, era impossível que não nos tornássemos grandes e melhores amigos, isso porque Romando detinha uma sensibilidade incomum e avassaladora, que perdura até aos dias de hoje, o que o fazia diferente de muitos, ou melhor, Romando era único. E, com isso, a dupla que era constituída por mim e Rara, tinha-se tornado uma tripla, quer dizer, um trio de melhores aliados. Com o tempo íamos crescendo e, com isso, significava, o equivalente progresso de nossas classes a nível escolar. Chegara a hora de no ensino médio começar a pensar. Os meus pais já tinham reflectido nisso, uma vez que haveriam de ir à Suíça juntamente com o pai de Rara, para representar os interesses diplomáticos de nosso território a nível daquele país e, isso, consistia em eu ir com eles, sendo que ainda era menor idade para ter capacidade de impor alguma coisa, além de que considerava imenso os meus pais e, possuíamos uma excelente relação, portanto, não havia algo para questionar, porém, eu queria levar os meus melhores simpatizantes comigo, dado que eram um tesouro que não desejava deixar, porque para sempre queria desfrutar.

O pai de Rara concordou com a ideia da ida à Suíça, todavia Rara já estava afortunadamente fixada no grau de nosso território e, já detinha raízes aqui, pois era muito mais difícil para ela acostumar-se, ou adaptar-se a uma nova realidade, então, assim sendo, a sua mãe decidira ficar com ela a nível de nossa superfície para a acompanhar, e sabendo que Rara não haveria de levar, o Romando eu tinha de tentar. Como os pais de Romando eram de correspondente forma respeitados engenheiros, que coincidentemente haveriam de partir para o mesmo país pretendido, visto que tinham sido convidados para um anual seminário em suas profissões, todavia se gostassem e se conseguissem identificar-se à pátria, poderiam estender sua estada e suas investigações por um longo período, por isso, não fora moroso convencer os meus, para que dessa maneira, persuadissem os primogenitores de Romando. Com tudo concluído e com o "sim" dos pais de Romando, partíramos desse modo eu, Romando, a minha procedência e a de Romando, à Suíça. E, lá progredíramos, lá nos formáramos, sendo que eu e Romando acabáramos por fazer uma formação de grau superior no sector empresarial, posto que era o ramo que ambos planeáramos. Uma mulher feita e Romando já um homem, decidíramos que às nossas raízes devêramos voltar, uma vez que a nossa Manchester, falta nos fazia.

Os progenitores de Romando gostaram tanto da Suíça que por lá ficaram, permitindo que o filho pudesse regressar a sua terra de origem, posto que um homem estava feito e precisaria começar a construir o seu próprio caminho, ainda assim, o repreendendo para que que lhes fosse ver e contacto sempre manter, visto que sabia desta minúcia, porque haveríamos de percorrer o mesmo trajecto de ida no voo e, no dia da despedida, eu estava em sua casa me desatando a rir pela cara embaraçada que Romando expressava. Os meus pais seguiram defendendo os interesses a nível da nossa área em outros países, na companhia do pai de Rara, uma vez que laboravam juntos e, esse, era o seu trabalho, no entanto, uma mulher feita eu já era, então, desta forma, me havia despedido amavelmente deles, para que à Manchester pudesse retornar e, comigo, igualmente preservando a comunicação com eles. Sendo assim, eu e Romando voltáramos a nossa Manchester, e comigo, já a sós na casa de meus pais, o que acontecia também com Romando.

Logo, após a nossa chegada, eu e Romando marcáramos o dia para que ao domicílio de Rara pudéssemos frequentar, pelo motivo que sentíramos falta enorme de sua figura, que com certeza, de maneira semelhante a mim, uma mulher se fazia, isso porque Romando era do género oposto. E, no momento em que chegáramos à casa de Rara, uma nova figura nos recebera, cuja qual ainda desconhecêramos o nome, quer dizer, eu e Romando, entretanto, não evitando que expressássemos, ou matássemos a larga carência que Rara nos fazia. Depois de nos posicionarmos e posteriormente com Rara nos apresentado a fisionomia que lá se encontrava, logo soubéramos que se tratava de Lúcia, a nossa mais nova companheira, que com o tempo, se havia tornado a nossa, de congênere guisa, melhor amiga e alterando assim o trio, para quarteto.

Continua...

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