Parte IV

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Milena

Durante o archote beijo e, apesar do incêndio que sentíramos ser intenso, porque nos ardia no mais alto resplendor, eu havia descoberto que Amaro possuía impregnado em suas peças de roupa, o cheiro de um não estranho aroma, uma vez que ainda exalara, por ser excessivamente forte. Reconhecia aquela fragrância, não me era irregular, embora masculina, sendo que o seu irrefutável eflúvio era utilizado por alguém devidamente conhecida por mim, porém, talvez pelo acre querer de ter Amaro em meus braços e de senti-lo em meu corpo, me fizera ignorá-lo e acreditar que talvez fosse uma alucinação minha, porque já delirava entre suas osculações, porém, era por saber também que a pessoa que identificara, não possuía nenhum tipo de laço com meu actual companheiro, além de que Amaro não me dera razões para descrê-lo.

Na sequência de algumas palavras trocadas entre desvairados beijos, Amaro guiara-nos até seu nobre quarto, posto que ainda continuara enlaçada à volta de sua cinta, o que me mostrara que mesmo de olhos fechados, Amaro poderia ser o condutor de minha figura, arrastando-me para onde quisesse. Após o quente procedimento para a despida dos tecidos e de alinhar a minha conformação, assim como também realizara com a sua, para que pudesse experienciá-lo no meio de minhas pernas, meu cônjuge me fizera cantar a mais harmoniosa música, através de meus lábios, o seu nome, e depois de vários rounds vocalizando a mais consonântica hegemonia de sons, sentindo-o simultaneamente, sem anélito estávamos para mais, então, antes que fôssemos vencidos por nossas pálpebras já pesadas, uma vez que meu parceiro bocejava e, isso, o denunciava, e eu quase cerrando os olhos estava, iniciara o meu discurso, que era também uma das variadas razões pela qual viera.

— Desculpa-me pelo que ocorrera no escritório, por mim e por Lúcia é que... — Interrompe-me colocando o seu indicador por entre as minhas espessuras bucais, sem me deixar terminar — Não precisas, até porque se continuares a falar, um atrevido castigo te vai esperar, uma vez que o teu fôlego, já foi restabelecido. — Expressa Amaro provocativo, pois fazia referência ao momento que acabáramos de ter e, arrebatando de meus lábios, outra escaldante osculação, com o seu nu corpo se aproximando do meu, por meio da emérita cama.

— Não que eu não quisesse, até porque esse castigo, é bastante recompensador. — Exprimo igualmente audaciosa, depois de separarmos os nossos lábios pela falta de oxigénio em nossos pulmões.

Na sucessão, Amaro deixara um leve tabefe na parte que fazia uma intersecção entre minhas costas e pernas, pronunciando em meus ouvidos e aos sussurros, palavras tais como: "Não me faças essa maldade" e "Muito rebelde para o meu gosto", com ele exibindo um sorriso de duplo sentido e, com aquele riso, dormira por cima de seu peito com idênticas simpatias que provinham de minha cavidade bucal, sendo que Amaro decidira posicionar-me sobre seu meigo tórax, antes que pudesse adormecer e, de igual modo, com a minha desnuda compleição, posto que apenas lençóis nos revestiam...

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