Capítulo 7

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Por dormir sem ao menos me importar em retirar as roupas e, tomar um banho para que pudesse dormir relaxada em meu suave pijama, já que no mínimo, havia lembrado de arredar o rímel dos meus olhos numa das minhas idas ao banheiro durante a noite, no dia seguinte, acordei com as tais chamadas dores musculares. Porém, resolvi o assunto com uma imersão demorada, quente e confortável. Organizo-me como de costume para poder ir trabalhar, não demoro muito com as minhas actividades íntimas e, assim ocorrendo, decaio arrumada e preparada. Compareço à cozinha e tomo o pequeno-almoço já feito. Matilde tinha saído para o supermercado e, eu limitei-me a partir ao trabalho.

Retorno à empresa. O ambiente estava calmo e sereno, como todos os belos dias.

— Bom dia! — Exclamo com disposição.

Meus funcionários dão-me o habitual sorriso matinal, e é mais um aspecto de que gosto neles. Eles frequentemente estão todos bem-dispostos, logo pela manhã. Desloco-me ao meu escritório e, assim que adentro, deparo-me com uma aura masculina, que era nada mais e nada menos do que a "Minha pequena Rô".

— Olá minha pequena... — Intesercta-me já aborrecido — Olha lá do que me vais chamar, tu sabes que eu detesto esse nome! — Esbraveja impaciente.

Apenas ri-me com aquela situação e, assim sendo, pudemos matar algumas saudades, mas foram mesmo só algumas, porque ele prontamente teve que voltar ao seu escritório, porque o trabalho acumulado, o esperava. Viro-me e, na sequência, vislumbro um sorriso que é capaz de derreter qualquer um, todavia como sempre, não era nada de que nunca tivesse visto. Era o meu assistente. Sempre alegre e, sinceramente, não entendia de onde tirava tanto ânimo para exibir aquela cortesia, digo isso pelo que acontecera recentemente.

— Bom dia senhorita Lúcia, já organizei a sua agenda, e eu gostaria de saber em que lhe posso ser útil hoje. — Profere com o mesmo regozijo.

Apenas assinto para que ele entenda que percebi a sua informação e, o mando ir tratar de uma reunião de negócios que estava pendente em minha agenda, e que não estava com humor para apresentar-me, dito isto, ele sai rumo ao seu novo encargo e, eu, acabo por partir também, pois sentia que precisava de apanhar algum ar, e foi o que fizera. Avistei Milena quando andava pela empresa, porém, como estava atarefada, não quis incomodá-la. Portanto, apenas vou caminhando pelas ruas de Manchester que hoje, estavam particularmente, arejadas e bem convidativas.

Calcorreava há algum tempo e, sem me aperceber, parei em um parque que ficava perto de alguns prédios, era agradável e tinha uma vista bonita, sendo assim, sentei-me para descansar por alguns períodos, mas principalmente os meus pés, pelo motivo de estarem mortos, depois de passear tanto com aqueles saltos altos. Apreciava as pessoas a ir e a vir, isto é, com as suas correrias, mas apesar de tudo isso, havia também crianças que brincavam aprazivelmente, olha só que ironia. Enquanto adultos preocupavam-se sobre o que fazer com as suas vidas, os pequenos estabeleciam-se apenas, a aproveitar e proporcionar jubilação aos seus próximos.

Isto posto, defeni fechar os olhos e absorver toda aquela boa energia. Talvez tentando imaginar um mundo, um universo em que todos eram felizes e em que ninguém sofresse as feridas que o tal dito amor, pode causar. Eis, então, que sinto o aroma de um perfume doce, sim, era realmente dulcificado e bastante activo, mas era um nectáreo suave, um adocicado que não me era estranho, porque sentia que já o tinha inalado em outro lugar, por um momento, pensei que talvez pudesse ser alguma de minhas ilusões, sendo que estava com os olhos cerrados imaginando um universo paralelo, entretanto, tudo se acabou quando eu abri os olhos e, era mais uma vez, ele. Estava atrás de mim e inspirava o cheiro do meu eflúvio presente em meu pescoço, como se fosse uma melodia para os seus ouvidos, o seu acto deixou-me paralisada, pois eu não conseguia mover nenhuma partícula do meu corpo, ele assim continuava, até a instância em que me virei e encontrei-me com seu rosto, ainda de olhos tapados e inalando a minha essência, porém perto o suficiente para que conseguisse sentir a sua respiração leve, que me causava arrepios.

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