Capítulo 28

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Robert

Havia-se passado três meses, desde que a minha pena de prisão domiciliar terminara. O meu julgamento fora no dia a seguir a minha detenção, onde numa única cerimónia, fui condenado e, posteriormente, se decidiu a minha pena, que de acordo com as informações que recebi do advogado que me tentara defender, tudo haveria de depender do meu comportamento. Ainda me custava acreditar em tudo aquilo que tinha acontecido, em como as coisas saíram dos seus contornos. Mas o que mais me fazia falta, era a minha pequena Lúcia. Sei que pode parecer estranho e, talvez, muitos pensassem que fosse uma insolidez, mas a verdade é que, eu a amava e, ia continuar amando a minha pequena Lúcia. Enquanto isso, para os outros, ela era apenas a mulher que me havia mandado à prisão, porém, eu não conseguia vê-la desse modo. Os trabalhos no centro ajudavam-me muito, as crianças eram incríveis, dotadas de uma alegria e energia contagiante.

Durante esse período, conheci Cassandra, uma mulher simpática e bastante carismática, que com o tempo, fomos nos tornando próximos e, inevitavelmente, com ela conhecendo o capítulo de minha vida, chamado "Minha Pequena Lúcia". Depois de ter perdido o emprego na British Company, como consequência da minha prisão domiciliar, o dinheiro já não era suficiente para continuar a manter-me em minha anterior residência, pois ela serviu-me apenas, para cumprir o tempo de pena. Após isso, decidi deixá-la, dado que Cassandra, havia insistido incansavelmente, para que me mudasse para sua casa, sendo que alegava ser espaçosa o suficiente para os dois e, eu acabei por aceitar, já que se não fizesse, não haveria de parar com as suas súplicas e, dessa maneira, pude sair, deixando o espaço para os novos proprietários.

A casa de Cassandra era realmente muito dilatada e bastante agradável, e como não queria que arcasse com todas as despesas sozinha, porque agora, haveríamos de morar juntos, deliberei vender o meu nobre Lexus, apesar das suas insistências para que não o fizesse, pois dizia que o dinheiro que recebia no centro, supria tudo, mas contudo, não queria abusar de sua boa vontade. O juiz que me havia estabelecido a pena e, também a levantado, ofereceu-me uma vaga para trabalhar no centro. Com certeza, fiquei feliz, visto que aceitei, isto porque aquelas crianças, realmente eram muito amáveis.

A minha vida começava a ganhar cores outra vez, depois de tantos episódios turbulentos. A vida dentro da casa de Cassandra era tranquila e abundantemente acolhedora, mas eu pude notar que, durante esse intervalo, Cassandra começou a desenvolver sentimentos especiais por mim e, não deixara de observar, que a cada dia que se passava, ela se apaixonava mais por mim.

Cassandra era uma mulher consideravelmente bonita, era morena com os cabelos lisos e pretos, tinha um corpo com curvas e também esbelto, seios grandes e um traseiro médio, era dona também, de uns olhos azuis, porém, numa tonalidade mais escura e, tinha uma altura média, em relação a mim. Seus lábios eram rosados, mas não num tom acentuado, tal como tinha, um nariz afinado. Era solteira e vivia sozinha, até ao momento em que conheceu-me e trouxe-me para sua casa. Ela era o sonho de qualquer homem, era o que todo e qualquer homem desejava, todavia, para mim, só havia um detalhe, ela não era a minha pequena Lúcia.

Preparava-me para vestir, pois havia acabado de tomar um banho. Coloquei apenas a minha roupa íntima, nesse caso, a minha confortável boxer* e, logo de seguida, a minha adorável calça Jogger, quando ocasionalmente, ouvi a voz de Cassandra que provinha da sala, aos gritos. Eu dissera que já descia num tom alto, entretanto, creio que não me tenha ouvido, então, para não fazê-la esperar por muito mais tempo, decido pegar a minha t-shirt preta, que estava por cima de minha cama e descer sem vesti-la, sendo que haveria de realizar essa actividade, à medida que chegasse mais perto.

Num par de minutos, me encontrava na sala e, ia em direcção à porta principal, para saber de que assunto se tratava e, já vestindo a t-shirt. Assim que chego ao seu encontro, clamo o seu nome e profiro palavras num tom divertido, para saber o que se passava e, foi quando o meu olhar dirigiu-se a única figura, a qual consigo reconhecer, simplesmente pelo seu cheiro. Era ela, minha pequena Lúcia. Eu realmente não conseguia tirar os olhos dela, de tão incrédulo que estava. Na sequência, Cassandra enunciou algumas palavras e deixou-nos a sós.

Era ela, a minha pequena Lúcia a qual não via há meses, mas uma coisa pude perceber, ela não havia mudado nada, continuava esbelta e estupidamente linda, assim como desde a primeira vez em que a vi, contudo, não pude deixar de estar desolado, depois de tudo que se tinha passado e, com isso, os meus olhos tornavam-se mais escuros, porque assim acontecia, sempre que permanecia neste estado e, sei que ela reparou neles, pois notava-se a sua tensão perante mim, por mais que negasse interminavelmente.

Glossário

Boxer é uma peça de roupa íntima masculina.

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