Capítulo 57

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Robert

Com a revinda de minha pequena Lúcia em meus recorrentes dias, tudo voltara a ganhar vivacidade, que outrora, se perdera. Era incrível como a minha pequena Lúcia conservava-se estupidamente linda, apesar do tempo que se há passado. Eu autenticamente sentira demasiado a sua falta, pois Lúcia Morgan é o meu doce veneno e a minha maior doença, porque eu me extraviara e me embriagara nas ondas de seu esbelto corpo, na essência do seu indiscutível e inconfundível cheiro, nos seus avermelhados e grossos lábios e, no contraste de sua quente e fria personalidade. Porém, agora eu a poderia ter em meus braços até ao dia em que ambos deixássemos de conter oxigénio nos pulmões, dado que como sempre dissera, a minha pequena era a minha disfunção e, semelhantemente, até a última gota de água, nós haveríamos de partilhar, sendo que ela, era a mulher cuja qual pertencia o meu ser.

Era indescritível a sensação que vivenciara quando entrara pela sua inesquecível porta, posto que a emoção se fazia presente nos seus mais altos níveis, no entanto, com uma forte dose de repressão, uma vez que tudo poderia ser uma ilusão das minhas rotineiras alucinações, todavia, quando pude experimentar o palato de seus ardorosos lábios, logo soube que não se tratara de uma firme imaginação. Agora tudo evoluíra e, cada vez menos, me moderava, visto que mais contíguo o nosso matrimónio estava, e aquelas alianças que agora significavam a vivaz comoção que nutríramos, ou a relação amorosa que mantínhamos, ampliar-se-ia para um patamar mais elevado, que era o nosso esperado conjúgio.

Era cada vez mais difícil resistir ao seu encantável corpo, isso porque em todos os momentos que passáramos, a ardente lubricidade me queimava, entretanto, amar é muito mais do que desejar, pois além do que respeitar, é sinónimo de nele tudo suportar e, eu já amava a minha pequena, doentiamente. E precisamente hoje, a data que marcava a sua imponente volta, posto que depreendia desta particularidade, pelo motivo de que, após um dia em que na memória sempre haveria de ficar, uma coisa era certa, a minha pequena gostava imenso de trabalhar e, isso, era notável em seus brilhantes olhos castanho-escuros, além de que sempre desejava cumprir com as suas responsabilidades e, a dada altura, todos os sites de notícias já possuíam as conjunturas sobre a sua presumida libitina como os do seu suntuoso ressurgimento, já que minha pequena me havia questionado sobre tais acontecimentos, sendo que a senhorita Rara lhe enviara um link para aceder aos sites e, comigo não conseguindo negar suas interrogações, o que por conseguinte levou a minha pequena a descobrir tudo, então, prontamente soube que, o dia seguinte, sendo propriamente hoje, se fixaria o seu relevante regresso, e eu haveria de estar como um incansável espectador, pois a contemplaria como um raro quadro exposto em uma galeria, porque assim era ela.

Depois de várias surpresas neste rememorável dia, dado que em uma delas tinha participado, já que estava na recepção com a senhorita Milena e a senhorita Rara, assim como todos os filhos da British Company há um par de minutos, firmávamo-nos neste exacto momento, no recôndito do elevador, isto é, eu, minha pequena Lúcia, senhorita Rara e senhorita Milena, indo em direcção ao piso superior, para encontrar e, então, conhecer o mais novo cliente da British Company e o actual correligionário de senhorita Milena, que a propósito, se preservava energética e ansiosa, visto que o seu semblante a atraiçoava e, isso, era compreensível, já que encontraria o homem cujo qual seu ser concernia.

Após as portas do inquestionável ascensor estarem abertas, retiramo-nos todos dele, sendo ainda mais que a minha pequena Lúcia localizava-se à frente de todos nós, mas na medida em que se abeirava dos frontes das carnes presentes no corredor de acesso ao seu escritório, que deveriam ser neste caso, o mais novo cliente da British Company, uma vez que Alice nos havia passado essa informação há alguns átimos no chão inferior, acompanhado daquele que julgava ser o seu braço direito, isso porque era nítido apenas com um olhar ligeiro, o respeito que cada um reflectia ao outro, a minha pequena Lúcia prosseguiu o seu trajecto até ao seu gabinete, sem, no entanto, parar a sua trajectória durante o percurso, mesmo percebendo quais conformações se dispunham no corrediço de entrada a sua sala, o que de certa maneira era estranho por parte de minha pequena Lúcia, pelo facto de que nunca a vi portar-se assim. Era como se já conhecesse uma daquelas compleições e, pela tensão que seu corpo exercera, repelira-se no mesmo instante, pois era visível a sua ânsia corporal, ainda mais quando apressava os seus passos de modo progressivo até ao seu exposto escritório. Já chegando formalmente ao ponto em que ambas figuras se acrescentavam, isto é, eu, senhorita Milena e senhorita Rara, a todo custo, queria ir atrás de minha pequena Lúcia, porém, sou severamente obstado por senhorita Rara que divulga algumas palavras.

— Permita-me ir no teu lugar, Robert. — Requisita senhorita Rara atordoada, indo na milésima a seguir, ao encontro de minha pequena Lúcia, pós lançar um álgido olhar a um dos homens que lá se aditava, que detinha os olhos na coloração preta, apreendia isso porque analisara minuciosamente o momento decorrido entre aquele homem e a senhorita Rara, que consequentemente, levou-me a examinar ambos rostos e, que de certa forma, julgara ser o recente coligado de senhorita Milena.

E, eu nada pude dizer, pois senhorita Rara já se havia ido, deixando para trás, um desconfortável clima entre os vigores ainda assíduos naquele corredor de introdução, ainda assim, comigo a todo momento querendo saber o que se passara com minha pequena e, qual a real razão para tal comportamento. Quando pensara que tudo pudesse começar a melhorar, senhorita Milena e perceptivelmente perplexa, posto que a sua equivalente tensão era legível no grau de seus olhos, prefere termos, rompendo dessa maneira, o matador silêncio que se tinha estabelecido desde que a senhorita Rara se há ido.

— Desculpem por isso. — Apresenta senhorita Milena apreensiva, palmilhando logo a seguir, o mesmo caminho que correspondentemente, a minha pequena Lúcia e a senhorita Rara haviam feito há um par de minutos, mantendo-me assim, com as frequências daquelas excêntricas figuras.

Contudo, depois do egresso da senhorita Milena ao gabinete de minha pequena Lúcia, restava eu e ambos homens naquele ponto de acesso e, como o ambiente assentado não era o mais acolhedor, decido de guisa pacífica, colocar um ponto final àquela desconfortável situação.

Continua...

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