Parte III

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Amaro

Contudo, eu e Bovery fomos inquestionavelmente bem atendidos por uma mulher que se tinha identificado pelo nome de Alice, em meio àquela aglomeração de funcionários, pois sem dúvida, tinha visto que novos rostos se encontravam à porta da tal dita British Company e, após alguns minutos, e já connosco nos distinguindo, isto é, eu e Bovery, dado que consequentemente também se apresentara a afável mulher, cujo nome era Alice, esta, nos levara ao piso superior da empresa, onde nos confessara que era o pavimento onde ficavam os certos escritórios dos encarregados pela empresa, que eu já deduzira, um deles ser, o de minha mais moderna companheira, ou melhor, pertenciam à Milena, a mencionada Rara, ao específico Romando e por conseguinte o de Lúcia, que apenas precisara confirmar, se realmente se tratara da minha, isso de acordo com que Milena me contara, sendo que uma das variadas minudências declaradas sobre tópicos de sua vida pessoal, era de que também trabucara ao lado de seus irmãos.

Colocados no passadouro de introdução de um dos estúdios e, com Alice, nos avisando que os incumbidos ainda não tinham chegado e nos deixando no segundo póstero, porque necessitara voltar as suas funções, o que era compreensível, posto que a sua recepção foi excelente, alguns minutos se passavam, depois da ida de Alice ao chão inferior, visto que perambulara a mesma via pela qual viéramos e, posteriormente, subíramos, porém, desta vez, não para o aclive, mas sim para a descida, sendo que os números na parte frontal do elevador denunciavam o seu declive, pois eu designara o meu olhar no movimento daquele aparelho mecânico, e quando pensara que mais períodos haveríamos de esperar, digo isto fazendo citação ao Bovery, que continuara em minha banda direita, às portas do igual apetrecho electrónico se abrem, revelando a chegada e a aproximação de figuras, que com certeza, eram os acertados elegidos pela British Company e, no momento em que os meus olhos alcançaram a primeira configuração física, que vinha à frente do grupo que era constituído por mais pessoas, uma vez que mais passos se podiam ouvir, todas as descrenças que guardava até ao presente, acerca de minha Lúcia e, de similar maneira, dos encarregados da British Company, se aniquilaram. Era ela.

Era a minha Lúcia que se tornara ruidosamente ardente, pelo motivo que aqueles olhos castanho-escuros brilhantes, não me haviam deixado qualquer imprecisão, ainda que por abreviados segundos me tenha olhado, porque logo apressara os seus passos sem alguma paragem, para o lugar que recebera o nome de "seu escritório", pelo que certeiramente, a presença de minha fisionomia lhe tinha causado, dado que foi um irregular reencontro, posto que tive asserção, assim que adentrara nele, visto que ouviu-se o característico som de uma porta a bater.

Como previamente dissera, a minha Lúcia não viera sozinha ao mister, já que após a sua ida ao gabinete, pude distinguir naquele ponto de acesso, em que eu e Bovery nos localizávamos, as configurações de minha mais nova companheira, que era Milena, a da tão esperada Rara, que logo tive evidência, depois de travar a partida de uma aura masculina, que também as acompanhava, indo em seu lugar e, de claro, me ter lançando um frio olhar, o que seguramente, eu já aguardava, uma vez que ainda tinha alguns resquícios de seu rosto em minha memória, visto que sempre fora amiga de Lúcia, ou melhor, sua melhor irmã, pois numa das poucas vezes em que nos esbaráramos no recinto escolar daquela época, ela estava acompanhada de minha Lúcia, que chorara em seus braços e, com ela, a consolando e limpando as suas lágrimas, e alguém que fizera tais gestos, apenas poderá ser um intimista de tua parte, portanto, prontamente raciocinara que era uma forte amizade e, na sequência, sua melhor amiga, para a permitir exercer tais actos, sendo que eu conhecia este ponto de vista, porque constantemente escapara, de algum modo, de minhas aulas para ver a minha Lúcia, depois das minhas palavras proferidas, tais como um: "Eu amo-te", pois necessitara ver o efeito que aqueles dizeres surtiam em minha Lúcia e, com um desses dias, a observando nos membros de Rara, por isso, o fronte de Rara não me era estranho, apesar de eu já calcular, quando a minha mais contemporânea companheira me revelara acerca de seus irmãos e, o momento em que de seguida, descobrira acerca do livro.

A seguir ao indiscutível egresso de Rara, segundos após, a minha mais recente coligada calcorreara o mesmo caminho, o que sem alguma irresolução, significaria uma discussão entre mulheres, acerca da minha figura e da minha irrepreensível presença e volta, porém, eu soubera que Milena não sabia dos factos, pela causa de que se já entendesse, apenas pelo nome, teria discernido e, com fotografias trocadas por ambas partes, dizimaria as suas dúvidas, visto que eu compreendera que minha Lúcia quanto aos detalhes, era minuciosa e, de maneira certa, descreveria a minha persona as mínimas minúcias, para que não restassem inquietações, isso não apenas se vira desde os tempos da escola, mas como também, nos cortes em seus pulsos, que justificavam o seu desespero em despertar a minha concentração em sua física constituição, que ela sempre detivera, no entanto, não comigo expondo.

Na continuação da também saída de minha nova confrade do local em que nos situávamos, restava somente a conformação daquela desconhecida aura masculina, a minha e a de Bovery. Porém, eu pude notar em sua reacção, na instância em que todos chegavam ao presente piso, que possuía uma relação de grau intimista com minha Lúcia, e com a expressão de ansiedade a nível de seu rosto pela ida de minha Lúcia ao gabinete, logo depreendi que aquele iludido homem, estava apaixonado por minha Lúcia e, com ela, de equivalente modo o engabelando. O que subtraíra as minhas indefinições, na medida em que estabelecêramos um colóquio, pois a todo momento parecendo ser um homem cortês, mas exibindo sua real faceta cínica no final de palestra, quando apresentara o seu nome e, comigo, de semelhante forma, repetindo a acção.

Depois daquela irreverente conversa com aquele sórdido homem, despedira-me de guisa igualmente incivil daquele homem, com Bovery acompanhando-me no desplante, pois apresentara um sorriso descarado durante aquela convivência, uma vez que asseguradamente percebera o que ocorrera, que se fundira na ideia de que minha Lúcia haveria de algum dia amar, a sua feição. Após aquela situação que não se tinha adjectivos para descrever, eu e Bovery nos destituímos, porque haveríamos de percorrer caminhos distintos, dado que me dirigiria ao meu domicílio e, Bovery, para a velha França, posto que como tivera dito, a seguir a minha vinda e inserção a nobre Manchester, Bovery iria para a velha França assumir o comando da empresa que lá retínhamos, sendo que sempre fizera parte da estrutura por ser meu braço direito e, uma dos frontispícios que conserva a minha confiança, e como já me tinha instalado na consagrada Manchester, sua ida era iminente, dado que eu sabia que sua partida, era no dia em que coincidentemente, havia marcado o reencontro incomum com minha Lúcia, uma vez que também, reunia informações acerca de sua agenda.

Continua...

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