Capítulo 40

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Ryan 

2 Semanas depois...

Duas semanas já se passavam e, aquela elegante mulher, continuava inconsciente. Era como se estivesse em um sono bastante profundo, onde não tinha pressa para acordar. Durante estas duas semanas, os seus alimentos foram o balão de oxigénio, que não saía de sua carnuda boca e, o soro fisiológico, pois ela necessitava, já que não ingeria alimentos sólidos, ao menos, os líquidos ela tinha de os conseguir digerir e, para isso, o soro fisiológico fazia a sua função.

O meu trabalho continuava no seu grau de normalidade, os mergulhos prosseguiam, mas eu tive de tirar "férias forçadas", porque não podia manter um ritmo de mergulhos semanais, visto que agora tinha uma responsabilidade por trás de minhas costas. A minha equipa não sabia deste facto e, eu preferia que ninguém soubesse, assim eu evitava interrogatórios curiosos por parte deles, sendo que dar explicações sobre o que acontece comigo, nunca foi o meu forte.

A princípio, ficaram indignados com a notícia e, queriam uma justificava de nível médio, para saberem a razão da minha atitude repentina, porém, eu disse-lhes que precisava responder alguns assuntos pessoais e, quando toco em assuntos pessoais, eles automaticamente mudam de postura, isso porque eles sabem que são assuntos delicados, para serem debatidos num conjunto. Com certeza, eram a minha equipa e tinha total confiança no trabalho que demonstravam, além de possuirmos laços de amizade duradouros, mas existem situações demasiado restritas para serem ditas, ou exprimidas. Por ser um dos cabeças do grupo e viver sozinho, não me cobravam explicações e, tampouco, seria eu a dá-las.

A minha família morava maioritariamente em Newcastlle, dado que a vida dedicada ao mar, implica um certo grau de afastamento do antro familiar, entretanto, éramos bastante próximos e mantínhamos o contacto sempre que possível, sendo que eu passava mais tempo nas águas e explorando novos horizontes ao longo de toda a terra. E, como toda viagem tem as suas pausas, eu juntamente com a minha equipa, decidimos ficar um tempo indeterminado por terra e, fazer explorações, a nível da minha Liverpool.

Saía de uns dos laboratórios estabelecidos pela minha equipa e eu, justamente para ter a conversa acerca das minhas "férias forçadas". Após isso, despedi-me deles e, disse-lhes, que num abrir e piscar de olhos, já estaria com todos eles, outra vez. Depois de ouvir alguns lamentos e ver alguns rostos tristes, abandono aquele recinto e, adentro, prontamente, ao meu refinado Maserati, empeçando o percurso que me levaria para casa.

Ressurjo fazendo a habitual manobra para estacionar o carro em minha garagem, saindo logo de seguida, para que pudesse internizar-me em casa. Permito-me ir à cozinha buscar algumas peças de fruta para poder desfrutá-las e, depois disso, ir ver a memorável mulher, que ainda dormia incansavelmente. Após usufruir do mais adocicado sabor de morangos doces, vou em direcção ao quarto onde se encontrava aquela marcante mulher.

Abro a porta delicadamente para fazer o mínimo de barulho possível e, foi quando então, sou surpreendido com um rosto que tinhas feições delicadas até ao mínimo detalhe. Era ela. A mulher que até então dormia inconsciente, tinha acordado e recuperado os seus sentidos e, com os seus olhos castanho-escuros brilhantes, que era o que já imaginava e esperava.

Estava perplexa, eu podia notar em sua expressão e, era evidente, com apenas um olhar superficial. Tentara a todo custo reconhecer os móveis, para ver se encontrava vestígios de alguma coisa conhecida, todavia, quanto mais analisava, mais falhava nas suas tentativas, que depois de certo tempo, se tornaram nulas.

Eu limitava-me a perder-me nos seus contornos e nas suas expressões de grau "incomum", era incrível como ela continuava tremendamente magnífica, apesar deste tempo todo adormecida, era inegável o quanto aquela esbelta mulher era linda, porém, tudo se tornou mais tenso, quando os meus olhos se depararam com os seus, era fácil se render a luminescência daqueles olhos e, eu já estava rendido, contudo, sabia que muito mais do que admirar, perguntas e respostas eu tinha por reconsiderar...

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