Robert
— Robert, eu posso explicar tudo. — Refere minha pequena Lúcia, ainda sem cores, porque era assim, que seu rosto se apresentava, o que não era para menos, sendo que ficara bastante tempo, desacordada, o que também justificava, a sua ofegância, ao pronunciar as palavras.
— Não te sintas pressionada, para tão prontamente falar — Clarifico meigamente — Tu ainda precisas de te restaurar e, além disso — Conto com placabilidade, não concluindo o meu discurso — Nós teremos um longo período para isso. — Finalizo na mesma sonoridade, esboçando um terno sorriso.
— Robert, eu seu que te hei magoado — Depõe com a respiração desregulada — E, que julgas que o Amaro Princenton é — Interrompo-a sem a deixar encerrar — Lúcia, eu realmente um dia, vou querer saber a real verdade, através dos teus dóceis lábios, porém, não agora e, ainda mais, no estado em que te encontras. — Totalizo serenamente, olhando imovelmente, para os seus ricos olhos castanho-escuros.
— Todavia, eu quero, em verdade, expressar-me, eu ... — Impeço-a consecutivamente — E, eu quero recuperar-te. — Desfecho ternamente, impossibilitando, dessa feição, que sua afirmação, cessasse.
Eu apenas queria que, a minha pequena Lúcia, percebesse que já não era necessário automutilar-se, para que exprimisse, o que tanto a há assombrando, pois eu não importuná-la-ia de tamanha maneira, uma vez que haveríamos de tempo apreciar, para o tal dito lance, dado que ao seu lado, eu ficaria, mesmo que o seu ser, possa não me pertencer completamente, ainda mais quando a sua disposição, não era avaliada na dita "saudável".
No momento em que os lábios de minha pequena Lúcia, faziam movimentos característicos, para que as minhas palavras, pudesse retorquir, a profissional, outrora, mencionada por Dr. Bennington, quando relatara a mim, a senhorita Rara e ao senhor Romando, sobre as recomendações e alternâncias, na estadia de minha pequena Lúcia neste nosocómio, entranhara ao seccionamento, em que minha pequena Lúcia e a minha conformação, se mostravam, inibindo, dessa guisa, a progressão de vocábulos de minha pequena Lúcia, mas não atrapalhando a minha palratória visual, com a senhorita Rara e o senhor Romando, sendo que a senhorita Rara mantinha-se enroscada aos braços de senhor Romando e, os dois, olhavam para o interior daquela "zona de observação", onde eu, a minha pequena Lúcia e, agora, a recente especialista, nos encontrávamos, através daquela diáfana vitrine, presente em sua taipa dianteira, posto que a porta, estava localizada na mesma parede, no entanto, a alguns centímetros de distância do transluzente vidro, para que não se pudesse intersectar, isto é, fora tudo planeado ao limite, permitindo-me, também entender, que a senhorita Rara já havia voltado ao meio, a qual senhor Romando firmava-se, visto que, anteriormente, saíra para uma conversação com alguém, no final do corredor de secção, ainda não discernida por mim, apesar de possuir as minhas suspeitas.
— Certo, temos um invasor. — Anuncia docemente e, de guisa divertida, a especializada, que era uma enfermeira, como dissera Dr. Bennington e, que cuja qual, o nome era Tritany, pois o crachá em seu uniforme, a denunciara, sendo que fora inevitável, a conexão óptica, assim que embrenhara naquela ala, trazendo consigo, em suas respectivas mãos, o revestimento que julgara ser para minha pequena Lúcia, porque de quarto, vai-se mudar, além de que Dr. Bennington, havia dito que minha pequena, teria mesmo de variar as suas roupas, pelo facto de que mais um dia, ficaria neste ambulatório, por causa das análises, que ainda precisariam ser feitas, de modo a sabermos melhor, o seu avanço e, de claro, serem as normas deste hospital.
Após todos os assíduos daquele "sector de exames", liberarem-se para rir, pelas palavras da carismática enfermeira Tritany e, isso, incluía a minha pequena Lúcia, que mesmo embaraçada, poderia notar-se, um ínfimo regozijo, em seu delicado rosto, já que, antecedentemente, pálida se constituía, dado que seu fronte, já se voltava a recompor, entretanto, as suas delicadas feições, jamais, tinham deixado de transparecer.
Depois de um engraçado momento, a enfermeira Tritany começara então, o procedimento de evacuação, do corpo de minha pequena Lúcia, daquela sala, no citado hospital, que consistia, na verdade, em empurrar a cama por cima da qual, a minha pequena Lúcia se assinalava deitada, até ao pretendido quarto, onde seria o seu novo compartimento de estada, posto que a cama era personalizada, e estava sobreposta em uma estrutura, que continha rodinhas na parte inferior, o que simplificaria, na mais alta escala, o processo.
Assim sendo, abandonáramos o posto denominado "secção de verificação", no minuto a seguir e, comigo, auxiliando a enfermeira Tritany na técnica, pois na banda de minha pequena Lúcia, eu queria, a todo intervalo, constar. No corredio que, dantes, dividia com a senhorita Rara e o senhor Romando, examinara, simplesmente, o senhor Romando sentado em um dos assentos daquele comprido corredor, o que de certo jeito, era irregular, porque ainda há instantes, senhorita Rara adicionava-se a ele, uma vez que os tinha visto, por entre o vidro aerófano. Portanto, antes que pudéssemos prosseguir, pedira, educadamente, a enfermeira Tritany para que parasse o percurso, ou a deslocação e, com ela, assentindo, para que assim, revelasse o recurso que estava a ser feito ao senhor Romando, já que eu não sabia, se nos acompanharia e, também, para conhecer o paradeiro de senhorita Rara, visto que entre as 4 paredes daquele longo passadiço, não se encontrara, sendo que a minha pequena Lúcia presenciava toda ordem e, por mais que não enunciasse quaisquer termos, era legível a tensão a nível de seu corpo, apenas com um olhar superficial, porque com certeza, há-se extasiado com o aparecimento de senhor Romando, no interno deste benévolo, visto que há anos, não firmam as suas presenças.
— Desculpe, senhor Romando — Principio brandamente, buscando sua concentração — Mas, já estamos a deslocar-nos, para o quarto a solo, em que ficará a minha pequena Lúcia — Proclamo sossegadamente, sem aperceber-me que havia apontado Lúcia, de tal maneira, perante a composição de senhor Romando — Quererá acompanhar-nos? — Cesso com a interrogação, que procura uma resposta.
— E do que te desculpas, Robert? — Contradiz senhor Romando humorístico, apesar de se encontrar, claramente, abatido — Por agora, não, Rara há saído ao encontro de Milena, então, continuarei a sua espera, até que regresse, para que não se perca, procurando neste enorme hospital, o número de quarto em vocês irão inserir-se e, já agora — Elabora uma trégua em seu pronunciamento, digno de quem explora uma questão — Qual seria o número? — Pesquisa senhor Romando, acertando o meu prévio raciocínio, porém, inquirindo acerca de uma informação, que eu também não obtivera, no entanto, dizimando qualquer dúvida que se poderia formar, a respeito da localização de senhorita Rara.
Continua...

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EYES & EYES
RomanceArrogante para muitos e incompreendida para os mais próximos. Fria, ríspida e asentimental, assim é Lúcia Morgan, a mulher que esconde em seu olhar, a sombra de um passado turbulento, no que diz respeito ao amor, portanto, abstém-se do mesmo. Alegr...