Capítulo 12

2.1K 212 53
                                    

Capítulo 12

Sábado
21:45h

- Tristan Tyler

Eu ainda estava sentado na calçada da lojinha de conveniência, esperando Jack contar a verdadeira história de como ele tinha quebrado o seu braço.

Só que ele permaneceu sério e não disse nenhuma brincadeira.

- Isso é sério? Um cara te drogou e quebrou seu braço pra ganhar uma luta? - mordo um pedaço do chocolate.

- Sim, isso aconteceu hoje na final de um campeonato. - deu de ombros e eu arregalei os olhos, mordendo a língua no lugar do chocolate e o sentindo passar direto para a minha garganta.

Começo a me engasgar, perdendo meu fôlego novamente.

- É, eu fiquei assim depois que o efeito passou e... - Ele me encara e arregala os olhos. - Puta que pariu, Tristan! - começa a dar tapa nas minhas costas e o chocolate finalmente se desencalha da minha garganta.

- V-valeu. - sorrio, ainda tossindo. Ele me olha preocupado e me entrega a garrafa de vinho.

Pego ela de suas mãos e tomo um gole.

- Você está me dizendo que você foi drogado e foi parar no hospital hoje?! - arregalo os olhos e ele balança a cabeça em consentimento. - Caralho!

- Eu nem sei o que aconteceu direito, mas a única coisa que eu lembro é que o filho da puta tinha uma tatuagem de serpente no braço. - apoiou as mãos na calçada suja e olhou para o céu. - Ele vai pagar por ter infectado o meu sangue com sabe sei lá que merda e por ter machucado o meu braço.

- Sem contar a trapaça na luta. - Digo e ele me encara sorrindo.

- Ah, obrigado por mais um bom argumento para quebrar aquele maldito. - me olhou de cima a baixo de novo.

Encaro o chão e depois olho para o curativo em sua testa.

- Foi campeonato de quê? - Pergunto.

- MMA. - Sorriu orgulhoso.

- Uau. - Digo, olhando para ele. - Isso é muito legal. - balanço a cabeça. - Eu fazia Jiu-jitsu, eu era o primeiro apanhar, mas eu era muito bom. - falo sorrindo e ele ri.

- E te deixavam apanhar?

- Deixavam, eu apanhava muito dos garotos só por causa dos meus status de "filhinho de papai" e também eu era o mais baixinho da equipe, então vinha todo mundo pra cima de mim, mas eu sempre virava o jogo no final e isso deixavam eles mais putos. - conto e ele sorri.

- As aparências enganam. - Balançou a cabeça.

- Pois é. Mas já que estamos falando de aparências... fala aí, Jack? - Ele fez uma careta quando dou ênfase no seu nome novamente. - Você não é da Inglaterra, não é? Seu sotaque é bem diferente do meu! - Pergunto desconfiado.

Ele desvia o olhar para o chão e me encara segundos depois.

- Não, eu não sou inglês. Quer dizer, eu sou metade. "Naturalizado", digamos assim. - Sorriu. - Eu nasci em Berlim, na Alemanha, mas eu vim morar na Inglaterra com 6 anos de idade.

- Uau! - Digo novamente e ele sorri. - Você nasceu lá e veio morar aqui? Você é doido! - faço uma careta.

- Na verdade, eu vim contra a minha vontade. Os meus pais se conheceram lá e se apaixonaram, aí a minha mãe ficou grávida e bum! - mexe as mãos e me encara sem ânimo. - Eu nasci. Anos depois eu vim morar aqui.

Pouco de VocêOnde histórias criam vida. Descubra agora