Capítulo 91

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Capítulo 91

Sábado.
20h34

– Bianca Müller

Se eu disser que aprendi uma lição com essa história toda, estarei mentindo, porque eu não aprendi nada.

A prova disso foi ter deixado Matteo esperando na sala com a porta trancada e com as cortinas fechadas.

E quer saber? Não estou nem aí. Eu não tenho compromisso com ninguém e quem não gostou, como a filósofa Mc Mirella diz "vai ter que surtar, porque aturar é obrigação.".

Homens fazem isso o tempo todo e ninguém fala nada, então, nada de lição de moral por aqui.

E outra, eu só tenho dezesseis anos. Sou jovem e gostosa demais para ficar me prendendo a alguém e me preocupando com sentimentos de marmanjos que só querem uma única noite de sexo.

Mulheres que se preocupam com sentimentos de homens que não prestam, não ganham os corações deles: ganham TRAUMAS.

E eu, sou perfeita demais para ter traumas projetados por homens.

Desci as escadas com o casaco nos meus braços, mas logo o joguei no sofá quando vi Matteo sentado, segurando um foto minha que estava dentro de uma moldura.

— É você? - ele sorriu, apontando para o quadro e mostrando a imagem onde eu estava vestida de princesinha, uma verdadeira pitica. Deveria ter uns cinco anos quando tirei essa foto.

— Aham. - soltei um risinho, me apoiando nas costas do sofá e o moreno coloca o quadro de volta no lugar.

— Aí, meu Deus, você era uma gracinha! - elogiou, ainda passando os seus dedos pela moldura.

Fiquei um tempo em silêncio antes de sorrir e colocar minhas mãos nos seus ombros, começando a fazer uma leve massagem.

— Era? - Me aproximei do seu ouvido. - Quer dizer que não sou mais? - perguntei com a voz "dócil" e ele crava seu olhar em mim.

Em seguida, seus olhos começam a afrontar a minha boca. Então, um sorriso largo surge nos meus lábios.

— Eu diria que agora, você está bem mais que só uma "gracinha". - Ele respondeu, dando um sorriso fascinante.

— Você quer dizer linda? - Perguntei, levando minha mão até a sua nuca e subindo para os seus cabelos.

— Diabolicamente linda. - deu de ombros e eu soltei um risinho "diabólico". - Meu Deus, que perdição! - balançou a cabeça e eu me afastei, rindo e dando a volta no sofá, indo na direção do moreno.

Me apoio nos braços do sofá e Matteo começa a me analisar, tentando conter o sorriso quando me aproximo do seu rosto.

Eu sou diabolicamente linda e você é terrivelmente encantador quando fala assim. - sussurro, levando minha mão até a correntinha pendurada em seu pescoço, brincando com o pingente de cruz.

Ele não diz nada. E mesmo na escuridão, consigo ver suas bochechas ganharem um leve rubor, me deixando satisfeita com o efeito que causei com um simples gesto. Mordo o lábio inferior, me aproximo do seu ouvido e cochicho:

— Não precisa ter vergonha, lindo. Só tem eu... - Dou uma pausa, levando minha mão até a sua coxa. - E você. - Provoco, começando a depositar beijinhos no seu pescoço.

— É... Bianca? Por favor. - Ele sussurra.

— Por favor o quê? - Pergunto, sem cessar os beijos.

Matteo coloca a sua mão na minha cintura e a aperta sem dizer nada, sem sinal de resistência e eu dou um sorriso malicioso com essa "resposta". Então, sem demoras, eu o encaro e o beijo ardentemente.

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