Capítulo 115

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Capítulo 115

Sábado
22h49

– Matteo Barash

Encontramos uma clínica veterinária que funcionava 24 horas, graças à Larissa, que enviou o contato e o endereço para Lily.

Agora, estávamos aqui, observando aquele belo cachorro sendo segurado por três pessoas enquanto tentavam examinar sua pata ferida.

Um dos veterinários espiou pela porta do consultório e sua surpresa foi evidente ao ver a força e agressividade do animal.

Virei-me para Lily e murmurei:

— Você acha que ela foi treinada para guerras?

— O quê? — Ela fez uma careta, confusa.

— É que meu pai disse que quando os cachorros vão para a guerra e perdem seus companheiros, eles ficam traumatizados e violentos... — comentei.

— Então, acho que estamos no lugar errado; precisamos urgentemente enviar esse cachorro maligno para um psicólogo! — Luan sussurrou de volta.

— Shh! — Lily advertiu o outro garoto.

— Sem mencionar que ela... — Faço uma pausa. — É muito habilidosa!

Meu peito dói assim que ouço o choro da fêmea vindo de dentro da sala. Não aguento ouvir animais chorarem.

~×~

— Foi um caco de vidro que acabou entrando na pata dessa fofura. - disse o veterinário, gentilmente acariciando o pelo da cachorrinha, que estava adormecida devido a uma injeção. — Ela provavelmente andou por lugares bastante perigosos, mas parece que já foi muito bem vacinada.

— Que bom. - Eu abro um sorriso.

— Essa injeção vai fazer ela dormir por quanto tempo? - Lily perguntou.

— Espero que seja o suficiente para ela deixar de ser violenta. - Luan murmurou.

— Ela não é violenta. - o veterinário contrariou e Luan juntou as sobrancelhas como se dissesse "não foi o que eu vi ali dentro".  — Ela só deve estar sentindo falta do antigo dono, afinal, está sozinha em um bairro desconhecido e machucada. Não deve ser fácil.

— Coitadinha. - sussurro, temendo aproximar a minha mão, ela acordar e tentar me atacar.

— O que você vai fazer com ela? - Luan pergunta ao veterinário.

— Luan, ele não vai fazer nada. - Interrompi. - Eu vou levar ela de volta. - garanto.

— Matteo, você enlouqueceu? - Lily indaga. - É um pastor alemão treinado. Ele tem um dono! Um dono que não é você! Sabe o que essa coisa pode fazer com você quando acordar? - Apontou para o cachorro e eu soltei um longo suspiro, olhando novamente para o animal adormecido.

— Lily está certa, Matteo. Essa cachorra não é responsabilidade sua. Sua parte você já fez. - Luan concorda. - Sem contar que sua mãe enlouqueceria com esse animal dentro de casa, não é...?

— Verdade. Vocês estão certos. - Assumo.

~×~

23h21

— Gente, pensem comigo: e se for um sinal? — Tentei convencer Luan e Lily, que me encaravam indignados ao ver o cantinho da cachorra já arrumado em minha casa. — E se foi Deus quem a enviou para mim?

Lily riu, desacreditada, mas eu a ignorei e continuei.

— Pensem: acabei de perder o Lucca e sofri uma decepção amorosa com a Bianca, e esse cachorro apareceu hoje na minha casa, no meu quarto! Pode ser um sinal, um presente! Talvez minha missão seja cuidar da Pipoca para que ela também cuide de mim!

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