Capítulo 21

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Capítulo 21

- Domingo
22:46h

Enquanto ambulâncias, carros de bombeiros e viaturas de polícia rasgavam a rua em alta velocidade, ignorando completamente o sinal vermelho, o jovem de cabelos escuros soltou um sorriso irônico. Ele deixou a fumaça do seu cigarro escapar pelo canto da janela, descansando o cotovelo na beirada e observando o retrovisor refletir a nuvem de fumaça negra que se dissipava no céu.

- Espero que eles vejam isso como meu presente de boas-vindas. - ele murmurou suavemente, lançando o cigarro pela janela antes de voltar seu olhar para a movimentada pista à sua frente.

~×~

- Alice Tyler
22:53h

Tento me levantar, mas eu mal consigo respirar. Apesar da minha visão estar embaralhada, o brilho dourado daquela coisa no chão me atrai e minha curiosidade me arrasta até lá.

Começo a tossir, sentindo a minha garganta ficar irritada. Estico a minha mão e consigo pegar a coisa dourada, mas assim que a seguro, meu pulso começa a arder e só aí percebo que a minha pele tinha se abrindo, fazendo o sangue escorrer pelo meu braço e pingar no chão.

Tento entender o que tinha acontecido e logo entendo: cacos de vidro.

Minha visão estava muito embaçada para vê-los espalhados no chão. Olho para ao meu braço e fico horrorizada ao ver o meu sangue se espalhando por toda a minha pele. Me afasto e tento me levantar.

Eu sou muito burra...

Engulo a seco, ignorando toda a dor e ardência. Abro a mão e tento ver melhor aquela corrente dourada. Era um pouco pesada para um colar comum, deveria ser ouro puro e por isso brilhava tanto.

O pingente era redondo, parecia um ovo. Analiso o objeto e vejo algo escrito no ouro, forcei a vista para conseguir ler e depois de segundos, minha visão finalmente foca na palavra.

Athena.

~×~

- Tristan Tyler
22:59h

Meu corpo inteiro treme com a visão das chamas tomando conta da minha casa, meus ouvidos doíam por causa dos barulhos das sirenes e o meu estômago estava embrulhado por causa do medo.

Viro o rosto e vejo meu pai discutindo com um policial que mantinha a expressão neutra e despreocupada.

- Não! A minha filha está lá dentro! - Aponta para a casa.

- A Alice ainda está lá dentro?! - Berro, olhando em pânico para a mansão e depois volto a encarar o policial.

- Desculpe, senhor Robinson, mas eu não posso deixá-lo entrar. O nosso trabalho aqui é deixar vocês seguros e evitar mortes. Eu lamento. - Ele diz calmo e eu abro a boca incrédulo.

"Eu lamento", que porra é essa?!

Olho para a minha mãe que tentava acalmar meu pai a todo custo, apesar das lágrimas em seu rosto. Engulo a seco e encaro o palhaço vestido em uma fantasia de policial na minha frente.

- Salvar a vida da minha irmã também faz o parte do seu trabalho! - grito, apontando para a mansão pegando fogo.

- Eu entendo a sua preocupação com a sua irmã, mas não posso sair daqui até receber novas ordens... - Ele começa, mas eu reviro os olhos irritado com as suas baboseiras.

- Não! - Grito, antes de começar a correr na direção da casa.

- Tristan! - meu pai e minha mãe gritam, mas eu ignoro e começo a atravessar o jardim.

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