Capítulo 77

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Capítulo 77

Quinta-feira// 21:06pm

– Bianca Müller

Me jogo na cama e começo a contar para a Alexia, minha prima, sobre o que eu estava sentindo em relação à Tristan. Expliquei tudo o que aconteceu para ela desde o dia em nos conhecemos na academia de Ballet até a última vez que nos falamos antes da suspensão dele.

Também confessei que estava com medo de ficar com ele e acabar sendo feita de objeto pelo loiro. Quando falei isso, Alexia riu e disse que não estava me reconhecendo, pois eu nunca tive esse tipo de problema com garotos e nunca falei sobre nenhum cara específico.

E quando parei para refletir, vi que ela estava certa. Era verdade, eu nunca havia compartilhado esse tipo de preocupação com garotos antes. Sempre fui independente e confiante em relação aos meus sentimentos. Mas Tristan mexia comigo de uma forma diferente.

Mesmo que eu soubesse separar as coisas, eu não queria ser vista apenas como um objeto, alguém que estava ali apenas para alimentar os desejos de outra pessoa. Isso me assustava.

Alexia, então, ficou mais ansiosa e começou a me fazer perguntas sobre como Tristan me tratava. Ela queria entender se ele estava realmente interessado em mim como pessoa, ou se eu era apenas mais uma conquista para ele. Suas perguntas me fizeram refletir ainda mais sobre a situação e como deveria agir diante disso.

Percebi que, embora estivesse atraída por Tristan, eu realmente não conhecia muito sobre ele ainda. Não sabia também como ele se comportava em relacionamentos.

Eu não conheço o Tristan direito, mas não fica com medo. Deixa rolar, e se você ver que o que ele quer for só uma ficada sem compromisso, fica pra vê no que dá. - Aconselha.

Levanto da cama e começo a me sentir um pouco idiota por estar conversando sobre um garoto que nunca beijei na minha vida, mas os conselhos de Alexia estavam me tranquilizando e me fazendo me sentir menos "humilhada".

— Mas se você perceber que ele só quer te pegar pra se exibir para os amigos, pula fora e segue sua vida como você sempre fez com os outros moleques. - Continuou. - Eu sei muito bem que você sabe separar diversão de sentimento, até melhor do que eu! - Disse e eu ri baixinho. - E outra, você é uma gostosa. Não fica se privando de fazer nada com medo do que aquele bando de gentalha mimada vai pensar, porque o que não vai faltar naquele lugar é patricinha insegura e invejosa te chamando de vagabunda, puta e piranha.

— Eu já entendi, Alexia. - soltei uma risadinha, feliz e sentindo uma tranquilidade invadir o meu peito por essa insegurança ter saído de dentro de mim. - Obrigada! Eu estava precisando falar sobre isso com alguém.

Que bom que eu te ajudei, minha pequena! - Ela riu. - Agora eu preciso ir, tenho que terminar um trabalho pra entregar amanhã. - avisou e eu balancei a cabeça.

— Tá bom, tchau. – sorri.

Tchau! Se precisar, me liga!

— Pode deixar.

Segundos depois, ela encerra a chamada e eu respiro fundo, olhando para o espelho do meu guarda-roupa e arrumando os fios de cabelo.

Ajeitei a postura e fiquei admirando o meu reflexo, lembrando de todas as palavras da minha prima que tiveram um grande efeito dentro de mim. Eu só precisava ser confiante e independente.

Eu sei lidar com o que estava sentindo e poderia controlar.

Deito da cama novamente e me sinto mais aliviada, contando os dias para a suspensão do Tristan acabar e esperar as coisas acontecerem.

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