Capítulo 112

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Capítulo 112

Sábado
21h34

- Bianca Müller

Tristan Tyler Robinson tinha apenas 16 anos de idade.

Ele era ator, cantor, pintor, piloto de fuga, médico e herdeiro de uma grife bilionária da Inglaterra, mas não sabia fazer a coisa mais básica do mundo.

- Você não sabe andar de bicicleta? - Arregalei os olhos, desacreditada. - Não é possível!

- É claro que eu sei andar de bicicleta! - ele se encolhe, desviando o olhar. - Eu só não sei carregar ninguém.

- É, eu percebi. - balancei a cabeça.

Tristan quase nos jogou dentro de um bueiro tentando andar na bicicleta que eu tinha acabado de roubar do Matheus.

Como eu fiz isso? Ele estava jogando bola e nem viu o momento em que eu peguei a bicicleta dele na praça.

Mas em minha defesa: eu deixei um bilhete no sapato dele escrito: "isso acontece devido ao fato de eu ter comido o rabo de quem está lendo".

Ele saberá que fui eu.

- Sobe. Eu vou carregar agora. - Falei e me sentei no banco da bicicleta.

Ouvi a risada divertida de Tristan atrás de mim e me virei para conferir se ele tinha se sentado no bagageiro. CARALHO. ELE ERA LEVINHO.

- Se segura, eu ando rápido. - avisei e ele passou os braços em volta da minha cintura. Tive que prender o riso.

Meu Deus! Pareceu eu quando tinha dez anos e ia andar de bicicleta com a minha mãe!

- Você está de vestido. - Tristan afirmou de repente.

- E daí? - Juntei as sobrancelhas, começando a pedalar na direção do parque enquanto afastava os fios de cabelo que batiam contra o meu rosto.

- Podem ver sua calcinha. - Ele sussurrou.

- E quem disse que estou usando? - Brinquei, sentindo o olhar indignado dele sobre mim.

- Para de graça, filhote de Patati Patatá!

- Quer conferir? - Ofereço, virando-me para ele e tirando a mão do guidão.

- Coloca essa mão no volante! - Ele se agarrou à minha cintura com mais força. - Você quer me matar?

- Morte por calcinha à mostra? Que maneira espetacular de partir. - Dou de ombros, sorrindo maliciosa.

Tristan gargalhou e afrouxou o seu aperto, como se estivesse se sentindo cada vez mais seguro.

- Imagina? Como que explica uma morte dessas? - Ele pergunta, se levantando um pouco

- Você é homem. - Afirmei. - E homens morrem de formas idiotas mesmo. - Provoquei, ultrapassando um carro.

- Ótimo! Maldita hora que resolvi querer uma engraçadinha feminista. - Ouço ele sussurrar, apertando suas mãos na minha cintura.

- Culpa sua por querer uma engraçadinha tão irresistível como eu. - Retruquei, sorrindo.

- Eu adoraria que ela fosse mais responsável.

- Mas eu sou responsável! - Bati meus cabelos na cara dele como se estivesse em um comercial de shampoo.

Subo pela rampa do parque, começando a pedalar mais rápido pela bela trilha sem um rumo definitivo.

- Quase foi presa por esfaquear o pau de um cara. - ele riu atrás de mim.

- Ele mereceu. - Apertei o freio da bicicleta para não atropelar uma família, fazendo o rosto de Tristan se chocar contra as minhas costas. - Desculpa. - solto um risinho, ao ver o loiro passando a mão pelo nariz.

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