Pouco de Você

Capítulo 68

Capítulo 68

Segunda-feira// 09:56am

– Bianca Müller

Comecei a batucar minhas unhas e a observar o quanto aquela escola era grande ao ponto de ter uma cafeteria para os alunos.

Mas não era isso que dominava os meus pensamentos, mas sim a escolha que fiz sobre aceitar vir até aqui com Tristan mesmo depois de ter colocado inúmeras regras em mim mesma para não me aproximar dele em lugares públicos.

E por causa disso, minhas opiniões e as palavras de Matheus ficaram me repreendendo toda vez que eu me pegava admirando o loiro na bancada fazendo o seu pedido. Depois da nossa conversa, pude compreender melhor a personalidade de Tristan e acabei diminuindo um pouco a barreira que eu criei entre nós.

Mesmo que nem existisse nós, eu admito que sinto uma vontade imensa de pegar ele, mas não quero deixar isso tão óbvio para ele e muito menos para o resto da escola.

Mas fica meio difícil, pois era quase impossível resistir a ele.

E no mesmo instante em que eu pensei isso, meu coração disparou e me vi incapaz de desviar o olhar de Tristan naquela bancada. Então, comecei a admirar o máximo de detalhes com calma.

Cada traço de seu rosto parecia perfeitamente esculpido, como se tivesse sido desenhado por um artista habilidoso.

Meus olhos desceram para o nariz reto e refinado, que pareciam harmonizar perfeitamente com o resto de sua face.

Seus lábios, suavemente rosados, despertaram a minha imaginação de maneira inapropriada.

Era como se cada detalhe do rosto de Tristan exercesse um poder magnético sobre mim, me atraindo cada vez mais.

Meus olhos então desceram para o corpo esguio do garoto, que se destacava em sua camisa justa. Notei a definição sutil dos músculos em seus braços e forma como sua postura transmite confiança e força. E de repente, senti uma vontade incontrolável de tocar aquele corpo, de sentir a firmeza de seus músculos nas minhas mãos.

Aí, por que o Tristan tinha que ser tão gostoso?

Tá bom, eu sabia que não seria fácil resistir a essa atração, mas óbvio que eu também tinha consciência das consequências que iriam vir caso eu resolvesse me deixar levar por aquele loiro metido e mal resolvido da cabeça.

Arrumo a postura quando vejo ele vindo na direção da mesa, segurando dois copos de suco de maracujá.

— Valeu. - Agradeço quando ele me entrega um dos copos e se senta na minha frente.

Ele abre um sorriso simpático antes de levar o canudo até os lábios e saborear o suco. Eu olho para suas mãos e me recordo das tatuagens escondidas por baixo dos tecidos pretos.

Me inclinei um pouco e abri um sorriso. Tristan sobe os olhos verdes na minha direção e sorri da mesma forma.

— O que foi? - Pergunta, começando a brincar com o canudo.

— Suas tatuagens combinam com você. - Comento e seu sorriso desaparece aos poucos, como se estivesse tentando desvendar como eu descobri o seu "segredinho".

— Como você...?

— Você me mostrou. - Interrompi, já imaginando qual seria a sua pergunta.  - Na verdade, você me mostrou bem mais que só as tatuagens. - Provoquei e suas bochechas começaram a ficar pigmentadas aos poucos.

Ele coloca uma mão no rosto para não mostrar o quão envergonhado estava e eu solto um risinho, me divertindo com a situação e torcendo para aquela conversa seguir o caminho que eu queria.