Capítulo 117

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Capítulo 117

Segunda-feira
19h34

– Jack Hartmann

Entro na sala com a taça de vinho em uma mão e o semblante relaxado no rosto, pronto para desfrutar de um momento tranquilo.

— Vamos lá, Pallas! Por favor! - Katherine diz, lutando para afastar a cachorra da porta.

Ela está obviamente frustrada, mas determinada a convencer Pallas a se mover.

— Não adianta, Katherine. Ela só vai sair quando Kalissa aparecer. — digo, me acomodando no sofá e tentando não demonstrar a saudade que estou sentindo da minha filha mais velha.

Katherine suspira, claramente chateada pela resistência de Pallas. Adam, ao meu lado, interrompe com uma pergunta.

— Logan tem alguma notícia da Kalissa? — ele pergunta, olhando para mim com expectativa.

Balanço a cabeça negativamente e levo a taça de vinho aos lábios para um gole. Logan não quer saber de mais nada além de me irritar...

Preciso me concentrar. Estou perto de conseguir tudo o que quero. Não posso nem pensar em escorregar agora.

Regina está na palma da minha mão, sem perceber que me presenteou com o fim de sua amizade com Alice. Pelo menos agora consegui afastar aquela loira bizarra por um tempo...

Respiro fundo e dou mais um gole na minha bebida.

Estamos quase lá.

— E se a Kalissa não voltar? - Adam indaga de repente.

Eu o encaro e consigo ver a culpa estampada em seus belos olhos, pois ele sabia que Kalissa era minha filha preferida. Abro um sorriso para tentar lhe passar conforto, embora seja eu quem esteja precisando disso.

— Ela vai voltar. - Garanto. - Kalissa é madura e inteligente. Ela sabe que a família dela está aqui. Não se culpe tanto. - Peço, e Adam desvia o olhar. - Iremos encontrá-la.

Ele balança a cabeça e abre um leve sorriso, o que me deixa aliviado também.

~×~

19h41

– Bianca Müller

Estou no meu quarto, com os cabelos amarrados em um coque frouxo, calçando minhas sapatilhas de ponta. O espelho de corpo inteiro reflete minha expressão determinada enquanto me preparo para executar uma pirueta. Respiro fundo e começo meu giro.

No entanto, algo sai errado. Meus pés não estão alinhados corretamente, e minha postura parece desequilibrada. Em vez de uma rotação graciosa, é como se eu estivesse tropeçando em mim mesma. Eu paro abruptamente, frustrada com a minha incapacidade de executar algo tão simples.

— Ah, porra! - murmuro, levando minhas mãos até o cabelo.

O que há de errado comigo, caralho? Quarta-feira sai o resultado do teste e eu não estou conseguindo me concentrar nem para fazer uma maldita pirueta!

Nesse momento, vejo minha mãe parada na porta do quarto, de braços cruzados. Seu olhar é sereno, mas sei que ela testemunhou meu momento de autocrítica.

— Oi, mãe! - Abri um sorriso ao vê-la entrar no quarto também sorrindo.

— Podemos conversar? - Ela pediu e franzi as sobrancelhas, tentando não mostrar minha preocupação.

— Claro. - concordei, vendo-a se acomodar na minha cama enquanto eu permanecia de pé. - Sobre o que você quer conversar?

Minha mãe suspirou e puxou uma perna para cima, desviando o olhar.

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