Capítulo 5

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Anne havia passado dia todo trancada no quarto, o que significava que ainda não havia concordado em se desculpar com a senhora Lynde.

Como era Sábado, Tania convencera Marilla a deixá-la ir à casa de Cole, onde ela ficou de manhã até de noite.

Ao chegar, a sra. Mackenzie a cumprimentou de mal gosto; não gostava de ver seu filho andando com uma garota em tão tenra idade, muito menos uma órfã, e não acreditava que duas pessoas de sexos opostos pudessem ter qualquer relação platônica; mas também não impedia a jovem de ir lá.

- Bom dia - a Stacy exclamou, sorridente, ao encontrar Cole na pequena galeria de arte que ele havia montado nos fundos da casa.

A mãe dele não era exatamente a favor daquilo, mas o cômodo seria inutilizado se não fosse pelos dois artistas, então não se importava.

- Bom dia - o loiro se virou para ela, deixando à mostra uma mancha de tinta na bochecha esquerda.

- O que está fazendo?

- O que você acha? - zombou.

- Eu quis dizer: o que está pintando?

- Uma tela - aquele garoto estava querendo irritá-la.

- Que tela?

- Uma feita de tinta - ele mal conseguia segurar a risada.

- Você vai passar a ser feito de tinta se não me responder - ameaçou.

- Mas eu estou te respondendo - ele tirou o pincel da tela e pintou um linha no braço da amiga - estou pintando uma tela feita de tinta - sorriu em provocação.

- Você está tão morto, Mackenzie - ela pegou um pincel sujo ali perto e pintou uma longa faixa sobre o nariz dele.

Os dois teriam continuado a guerra, mas a matriarca interrompeu.

- O que estão fazendo? - não recebeu resposta - Bem, não importa. Só vim avisar que estou saindo. Não coloquem fogo na casa e não morram. Se eu chegar e tiver qualquer resquício de bagunça, você já sabe o que acontece - disse aquilo com os olhos fixos no filho.

- Sim senhora.

...

Depois de limparem a tinta do rosto e braços, iriam voltar para a galeria, mas algo chamou a atenção de Tania ao passar pela cozinha.

Haviam, sobre a mesa, diversos ingredientes e uma receita de bolo. Isso não era novidade; o estranho era que estava escrita com a letra de Cole.

- O que é isto?

- Uma receita de bolo - ela lhe lançou um olhar cético e estressado.

- Vai mesmo continuar com isso?

- Continuar com o que?

- Eu vou embora - desistiu. Estava brincando, é claro, mas era imprevisível e impulsiva, então o loiro não tinha certeza.

- Nããão - pediu, segurando o braço dela - fica, por favor - ele fez um biquinho.

- Só se você implorar de joelhos - brincou. Ele lhe olhou, sério. Ela manteve o olhar. Cole se ajoelhou no chão; mas ao invés de lhe pedir que ficasse, ele agarrou seus pés e os puxou, fazendo-a cair de bunda no carpete - agora é que eu não fico mesmo - reclamou, segurando a risada e a vontade de empurra-lo no chão.

- Você é má.

- Não fui eu que me derrubei!

Cole voltou para a mesa da cozinha e finalmente respondeu às perguntas dela:

The Fairy Queen - AwaeOnde histórias criam vida. Descubra agora