Capítulo 65

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No dia seguinte, Anne leu para Mathew o pequeno texto que havia escrito, explicando seus motivos para responder às cartas de Jeannie pelas costas dele.

- Posso entender tudo - ele garantiu - só queria que não tivesse feito - e saiu do celeiro, deixando uma ruiva desolada para trás.

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- Não demore a enviar essa carta de amor - Bash advertiu Bert, que escrevera uma carta para Tania, na noite anterior, avisando que voltaria para Avonlea.

- Não é uma carta de amor.

- Claro que não - ironizou.

- Não essa - Gilbert sorriu de lado.

...

Depois de despachar a carta, eles decidiram continuar explorando o bairro.

- Quanto tempo demora para essa carta chegar?

- Algumas semanas. Provavelmente já estarei de volta quando ela recebê-la, mas decidi mandar de qualquer maneir- foi interrompido pelo grito de uma mulher. Uma mulher que soava estar com muita dor.

Preocupados, eles seguiram em direção ao som, encontrando uma menina de no máximo vinte anos, que estava extremamente grávida.

Sua senhoria a jogou para fora de casa quando a bolsa estourou.

- Por favor - ela implorava.

Gilbert e Sebastian a ajudaram a levantar, enquanto ela chorava de dor.

- O que está acontecendo? - desesperou-se Bash.

- Ela está em trabalho de parto - Blythe concluiu ao ver a mancha encharcada no vestido da garota - senhorita, onde está sua família? - ela apenas gritou de dor.

- Ela não tem família, e a dona do bordel a expulsou - gritou, dando um soco na porta da qual a moça fora empurrada.

- Tem um médico vindo? - Gilbert perguntou à menina, que chorou e negou com a cabeça. Sebastian ainda gritava com a dona do bordel.

Ela então saiu correndo; não confiava naquele garoto branco.

Gilbert a seguiu.

Ela encontrou uma pequena cabana, onde havia uma cama e lençóis, e entrou.

- Senhorita? - Bert chamou - Senhorita - insistiu, seguindo o som do choro dela - senhorita - repetiu, agora mais baixo, ao encontrá-la e entrar, a passos lentos, na cabana - sei que está com medo - disse, se aproximando devagar - como se chama?

- Ruth - ela respondeu entre gemidos doloridos.

- Ruth, eu me chamo Gilbert. Vou ajudá-la, está bem? - saiu da cabana para pegar mais lençóis, encontrando Bash, que desistira de colocar bom-senso na cabeça da mulher que expulsara Ruth.

- Precisamos chamar um médico.

- Não dá tempo, vai nascer agora. Preciso do seu babash - Sebastian franziu a testa - pra esterilizar! - respondeu apressado.

- Ficou louco? Fazer o parto de um bebê, como você acha que vai conseg-

- Eu já fiz antes!

- Em vacas, Blythe! Isso é diferente.

- Sei disso! - a discussão foi interrompida por um grito agonizante de Ruth - Procure ajuda ou me ajude aqui - concluiu.

Bash tirou a garrafa do bolso e entregou a ele, que inundou as mãos com o líquido alcoólico para livrá-las de impurezas, e voltou para a cabana.

The Fairy Queen - AwaeOnde histórias criam vida. Descubra agora