Capítulo 44

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Amores, não postei cap ontem pq estava no The Eras Tour.
Vou postar um agora e outro mais tarde Amo vcs 🩵

Assim, fora convocada uma reunião com todos os cidadãos da cidade; reunião esta que era um completo caos antes mesmo de começar.

Tania, Anne, Diana e os outros jovens estavam espremidos no andar de cima, espiando.

A mão de Percy estava na cintura de Tania desde que eles chegaram.

Mas ela não pensava naquilo enquanto assistia Rachel Lynde tentar fazer as pessoas pararem de gritar.

Vendo que sua voz era abafada por todas as outras que faziam eco, a senhora acabou por apertar com força teclas aleatórias do piano, finalmente chamando a atenção dos cidadãos ensandecidos.

Com todos silenciados, ela disse o que queria:

- Agora, um de cada vez. Todos sentados, por favor. Esta comunidade será educada e respeitosa e vai ouvir o que este homem tem a dizer.

Nathan então respondeu às perguntas.

Ele mostrou para todos o certificado que recebera de Nova York, comprovando que havia ouro no solo analisado (uma amostra do solo de Avonlea), e William Barry confirmou que Nate havia lhe confidenciado suas suspeitas anteriormente.

- Realmente tem ouro em Avonlea - Anne sussurrou.

- Papai está preocupado com a possibilidade - Diana respondeu.

- Acha que todos vamos ficar ricos que nem você, Di? - Ruby brincou.

Mas a atenção delas logo voltou para a cena que acontecia abaixo de si.

- E como procederemos? - perguntou o senhor Andrews.

- Cada proprietário de terra vai enviar uma amostra do próprio solo para Nova York para testes, mas já advirto que é caro, são 150 dólares por teste - a menção de dinheiro causou um burburinho - é um investimento, é verdade, mas um investimento para o futuro. O prêmio por minerar essa terra, a terra de vocês, é incalculável.

- Preciso escrever para Gilbert, ele tem que saber sobre o ouro - Nan cochichou.

- Acho melhor não, Anne - Tania advertiu.

- Por quê?

- Se quer saber minha opinião, essa história de ouro é uma farsa.

- Por que diria isso? - exclamou Ruby.

- Porque já aconteceu antes.

- O quê? - Anne arregalou os olhos azuis.

- Por que acha que fui parar no orfanato? - elevou um pouco o tom do sussurro.

- Você me disse que seu irmão teve uma crise financeira - Percy disse.

- Exato. Ele pagou uma fortuna para testes e perdeu tudo, já que não havia ouro nenhum. Não duvido que Nathan esteja fazendo isso para nos roubar.

- Não acha que seu desgosto por Nate pode estar influenciando seu julgamento, Nia?

- Talvez, Nan - suspirou, voltando novamente a atenção para o que acontecia com os adultos.

- 150 dólares é uma quantia significativa - disse o senhor Barry - talvez eu possa ajudar aqueles que precisarem?

- Esta parece de fato uma ótima proposta. Vocês poderão concretizar o pagamento de todos e enviá-lo de forma conjunta. Eu ficarei feliz em cuidar disso - a sala foi mais uma vez preenchida por diálogos sobrepostos - ...olha, eu não tenho nada a ganhar com isso. Não estou tentando forçá-los, não mesmo. Eu não sou daqui, não quero meter meu nariz no assunto de vocês. A decisão é sua e individual - hesitou por um segundo - estou tentando lhes oferecer uma oportunidade, me pareceu a coisa certa a fazer - agarrou o próprio casaco e já ia saindo quando o sr. Dunlop se levantou.

- Não fique só falando, aja já! - Nate parou e se virou.

- Perdão?

- Você me ouviu bem. Eu também não sou daqui; mas vou dizer em alto e bom som: eu amo essa cidade. Amo Avonlea e pretendo criar raízes aqui - Tania sorriu - quero estar neste lugar, com ou sem ouro. E quanto a você, Nate, fale! - todas as cabeças se voltaram para Nathan.

- Eu..

- Simplesmente vai embora? Ficar com a empresa para a qual você trabalha? Uma empresa sem moral que roubaria o ganho de pessoas boas?

- É o meu trabalho, é tudo que eu tenho.

- Se demita!

- O quê?

- Faça sua fortuna aqui. Aposte em Avonlea! Por que não se encarregar da mineração? Parece saber do negócio.

- Provou que podemos contar com você, Nathan, é um homem ético - falou William - eu me sentiria melhor quanto a esse investimento se você o supervisionasse.

- O que diz? Vai fazer isso? - perguntou o sr. Lynde.

- Se há uma grande fortuna aqui, o que você tem a perder? - pressionou Rachel.

- Eu não sou um homem de apostas - Nate disse baixo - mas vou apostar em Avonlea, vou largar o meu emprego! - a sala toda irrompeu em palmas e risadas.

...

- Betty - Tania ouviu Percy chamar quando estava saindo.

- Hm?

- O que acha de darmos uma volta?

- Perseu, eu preciso ir embora, é perigoso andar por aí sozinha durante a noite.

- Eu te deixo em casa - insistiu. Sabendo que ele não desistiria, Tania suspirou, pediu a Anne que dissesse a Marilla que ela estaria em casa antes da hora de dormir, e o seguiu até a Travessa dos Amantes.

- E então?

- E então..?

- Foi você quem me chamou para dar uma volta, não o contrário.

- Bem.. eu não te chamei com algum propósito. Apenas gosto da sua companhia.

- ...Você voltou - Tania disse quando o silêncio começou a pesar.

- Eu voltei - assentiu, soltando uma risada constrangida - como esteve, Beth?

- Bem, bem. Continuo sem muito interesse na escola, mas aprendi a cozinhar e costurar - ele sorriu minimamente - e consegui um emprego no-

- Teatro de Charlottetown? Fiquei sabendo. Eu e Biby te assistimos no fim de semana, você continua tão incrível como sempre foi - Tania conteve um sorriso.

- E você? Aproveitou as férias?

- Confia em mim, foram tudo menos férias. Além da escola, vovó me fez aprender francês, equitação, esgrima, e ler todos os livros da biblioteca de casa.

- Céus, ela não te deu um segundo de descanso.

- Não, mas foi divertido - piscou um olho.

- ..Por que voltou?

- Ruby - respondeu simplesmente - você sabe porque fui embora, Beth, fiquei com medo de que o mesmo acontecesse com ela.

- Acha mesmo que Clint a machucaria? - a conversa rapidamente assumiu um tom sério.

- Ele machucava a mamãe - deu de ombros e fungou - mas agora eu sou mais forte, não vou permitir que ele sequer toque nelas - Tania não via a expressão dele devido à escuridão, mas imaginava que suas sobrancelhas estivessem franzidas e a boca apertada naquela expressão determinada que ele sempre fazia nas brincadeiras de faz de conta quando era criança - mas te chamei aqui para falar de outra coisa.

- Achei que tinha me chamado porque gosta da minha companhia - provocou. Perseu sorriu.

- Isso também - segurou seu ombro para que ela parasse de andar e virasse de frente para ele, que agora conseguia ver seus traços devido ao pequeno raio de luar que se infiltrava na penumbra por entre as árvores - mas, na verdade, eu quero esclarecer as coisas.

- As coisas..?

- Eu te beijei na noite em que fui embora.

- Éramos crianças, Percy.

- Exatamente, só quero me desculpar e lhe pedir que ignore qualquer coisa que Ruby tenha dito. Não tenho nenhum interesse em bagunçar sua vida com cortejos.

The Fairy Queen - AwaeOnde histórias criam vida. Descubra agora