The Fairy Queen - Awae

Capítulo 43

Mais um cap porque hoje eu tô alegre.

Tania então montou Meia-noite, quem Mathew havia comprado de volta no dia anterior, e foi até os correios despachar a carta, junto de algumas sementes de macieira que ela havia pegado no pomar dos Blythes, do qual cuidava com dedicação desde que Gilbert fora embora.

...

Em casa, mais tarde, a Stacy finalmente terminou de pintar um belo céu no teto do quarto, e estava tão suja quanto orgulhosa.

Alya, que compartilhava sua imundice, mas não o orgulho, miava irritada, esfregando a pata no pelo lustroso para tentar tirar a tinta e falhando miseravelmente.

Rindo, Tania pegou-a no colo, ao som de protestos, e a levou até a lavanderia para esfregar um pouco de água e sabonete nos pedaços sujos do pelo.

E, enquanto lavava os fios pretos, acabou ouvindo uma conversa entre Nate e o sr. Dunlop.

- Todos em Avonlea poderiam fazer uma fortuna com o ouro que eu descobri - ela parou o que estava fazendo e desligou a torneira para ouvir melhor.

- Você precisa contar à cidade. Nada mais seria justo; todos poderiam enriquecer.

- Eu sei, o dinheiro do ouro deveria ser dos moradores locais, e não da empresa! Eu quero fazer a coisa certa.

- Eu adoro esse lugar. Os Cuthberts são as melhores pessoas que já conheci.

- Concordo - Nathan tratou de responder, antes de suspirar - estou tão divido. Que dilema! Faço meu dever e conto à empresa? Ou sigo meu coração e conto à cidade?

- Somente a sua consciência pode guiá-lo a tomar a decisão certa.

Cansada de ser apertada pelas mãos nervosas de Tania, Alya escolheu aquele momento para miar alto e pular da pia, correndo pela sala e escadas acima, assustando não só Nate e o senhor Dunlop, como Anne, que escutava do topo da escada.

Agarrando a gata com uma mão e o braço de Anne com a outra, Tania saiu correndo para o quarto das meninas.

...

- Anne! - Marilla chamou alguns dias depois, ao encontrar a mesa de jantar cheia de todo tipo de pão existente - Anne! - a ruiva chegou - Leve um pouco desta.. abundância para Rachel - encheu uma cesta de palha com os pães e a entregou à garota.

Tania, que havia chegado logo atrás, tratou de encher uma cesta com os que pareciam mais apetitosos e levá-la para Jerry, junto de uma xícara de chá com leite e mel.

- Quer que eu leve isso para alguém? - estranhou, tomando um gole do líquido doce.

- Para a sua família, querido - sorriu afetuosamente. Mesmo que o francês fosse apenas alguns meses mais novo do que si, Tania tinha um certo instinto maternal em relação a ele.

- Merci! - Jerry gritou para a menina, que já seguia para a casa de Ruby, a qual no Domingo anterior havia lhe convidado para uma visita.

Chegando na casa que ela mesma havia ajudado a reconstruir, a Stacy bateu na porta; foi atendida por um homem grandalhão e grisalho, que lhe olhou de cima abaixo antes de chamar a filha.

- Ruby, é pra você! - gritou, indo logo para a cozinha e abrindo uma garrafa de cerveja.

- Tania! - Ruby exclamou, já agarrando a mão da amiga e puxando-a para o próprio quarto, que era inteiramente pintado de rosa, com cortinas lilás e incontáveis animais de pelúcia.

- Seu quarto é.. encantador - elas se sentaram na cama macia.

- Obrigada, mas não temos tempo para elogios. Você não vai acreditar no que aconteceu!

- Faça o teste - riu de leve.

- Meu irmão voltou da casa da vovó! Ele tinha ido embora por que estava em maus lençóis com o papai, lembra-se? Mas agora voltou. Por isso te chamei, ele quer muito te ver.

- Perseu está de volta? - seus olhos se arregalaram.

- Não precisa ficar tão chocada, Beth - o garoto loiro e alto estava parado à porta, segurando dois pratos de bolo.

- Você fez isso de propósito!

- Fiz o que? - sorriu de lado, andando até elas e entregando um prato para cada uma.

- Entrou quando eu disse seu nome. Tenho certeza de que estava do lado da porta só esperando Ruby me contar que havia voltado, seu dramático incorrigível - riu.

- Talvez seja verdade, talvez não - deu de ombros, beijando a ponte do nariz dela - o que é verdade, é que você fica mais bonita a cada dia que passa, pequena.

- Mais bonita e mais alta; você não pode mais me chamar de pequena.

- Chamarei-a de pequena até que seja mais alta do que eu, Betty.

- Chamarei-o de feio até que seja mais bonito do que eu, então - rebateu.

- Pois então já pode parar, pequenina.

- Pequenina é exagero, e é melhor retirar o que disse agora mesmo. Sou mais bonita do que você e isto não está aberto a discussão.

- Justo - admitiu, encarando a boca dela, que estava suja de glacê, por tempo demais - vou lá pra baixo ajudar a mamãe com as roupas, só subi para lhes entregar o bolo - beijou o topo da cabeça loura da irmã e saiu.

Tania respirou fundo e enfiou a cabeça nas mãos com um grunhido.

- Céus, Ruby, seu irmão me provoca mais a cada dia que passa. Nem parece que acabou de me ver pela primeira vez em 3 anos.

- Mamãe disse que ele faz isso porque é apaixonado por você. Não é romântico? - disse com um sorriso sonhador.

- Perseu não está apaixonado por mim, Biby, nunca esteve.

- Minha mãe acha que ele está, e Diana também.

- Diana?

- Ela veio para o chá ontem - comeu o último pedaço do próprio bolo.

- E vocês ficaram conversando sobre a vida amorosa do seu irmão?

- Sobre a sua, na verdade. Diana disse que Anne acha que Gilbert está te cortejando, mas eu sei que não faria isso comigo - segurou a mão da amiga, que forçou um sorriso - por isso pensei em juntar você e Percy - deu de ombros.

- Não está pensando em virar casamenteira, está? - deu risada.

- Eu não, jamais, em nome do bom Deus! Quem ganha a vida encontrando o amor dos outros não encontra o próprio - disse solenemente - eu é que não quero ser uma solteirona.

- Acho que não é o desejo de ninguém - concordou.

- Mas vou acabar sendo se Gilbert não voltar - soltou um suspiro profundo.

- Ora, Ruby, Gilbert Blythe não é o único homem que existe.

- É o único homem para mim - insistiu - bem, você não veio para falar dele. O que acha de uma volta no jardim?

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Quando foi lhe entregar a cesta de pães, Anne contou para a senhora Lynde o segredo de Nate, e este, obviamente, logo havia se espalhado por toda a Avonlea.