Capítulo 8

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Todos se sentaram à mesa; todos menos Anne, que, com a voz trêmula, perguntou:

- Eles querem ajuda?

- O objetivo não é que você trabalhe pra eles, se é isso que está pensando - Tania se apressou a tranquilizá-la.

- A Diana tem quase a sua idade - Mathew disse.

- Se você ficar aqui, talvez vocês duas se tornem amigas - Marilla explicou.

- Amigas de verdade? - a ruiva perguntou baixinho, parecendo estar se lembrando de algo ruim.

- Fale apenas quando falarem com você e nada de tagarelice - a adulta advertiu, antes de perceber a expressão no rosto da menina - Anne? Anne - ela levantou o olhar - está passando mal? - a garota finalmente se sentou.

- Não, senhorita Cuthbert; eu tô bem. Não se preocupe, serei tão quieta quanto um rato - e começou a se servir.

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No dia seguinte, quando a hora do chá se aproximava, Anne colocou seu novo vestido marrom que Tania havia ajudado Marilla a terminar no dia anterior, e a outra colocou um vestido lilás (depois de um ano morando com os Cuthbert's ela finalmente conseguiu convencer a mais velha a lhe fazer vestidos coloridos, e aquele foi o primeiro).

No dia seguinte, quando a hora do chá se aproximava, Anne colocou seu novo vestido marrom que Tania havia ajudado Marilla a terminar no dia anterior, e a outra colocou um vestido lilás (depois de um ano morando com os Cuthbert's ela finalmente con...

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Ela também usou uma fita branca para fazer um penteado em seus belos cabelos escuros, além de se apressar até lá fora para colher os buquês de flores brancas que usaria como pedido de desculpas para mãe e filha e oferenda de paz para Diana.

As três então saíram e foram a pé para a casa dos Barry's. Anne não disse uma única palavra no caminho, coisa que Marilla estranhou e disse que a garota não era assim, cuja resposta foi:

- Perfeito.

Quando chegaram, Diana, Minnie May e a mãe delas já estavam na porta de casa esperando.

- Boa tarde srta. Cuthbert.

- Boa tarde, sra. Barry.

- Por favor, me chame de Eliza - Marilla sorriu, impressionada com a intimidade oferecida - Tania - cumprimentou a jovem com um aceno de cabeça.

- Senhora Barry - devolveu o aceno - peço perdão pelo incidente na última vez que nos encontramos, lhe trouxe estas flores como pedido de desculpas - entregou um dos buquês - e outras para Diana, como perdão e também uma oferta de paz - estendeu o segundo buquê, o qual a jovem Barry pegou com relutância.

- Obrigada.

- E esta deve ser a Anne - Eliza disse. A ruiva assentiu de leve. Diana sorriu e cumprimentou-a:

- Boa tarde - deu uma cotovelada nada discreta na irmã mais nova.

- Olá, boa tarde - falou de mal gosto. A Shirley respondeu com um suave "boa tarde" - e boa tarde, Tania.

- Boa tarde, Minnie May - saudou alegremente.

- Obrigada por nos convidar, Eliza.

- Marilla, Anne, Tania, entrem - e seguiu para dentro de casa.

...

Depois do chá, Diana e Anne foram dar uma volta pelos jardins, e Minnie May chamou Tania para brincar de 'acrobacias', que consistia em as duas dando cambalhotas, rolando na grama, e a mais velha ajudando a mais nova a plantar bananeiras e coisas do tipo; ela aceitou na mesma hora.

...

Ao voltar para Greengables, a ruiva contou sobre o juramento que fez com a nova amiga.

- "Eu juro solenemente ser fiel à minha amiga do peito Diana Barry enquanto o sol e a lua existirem", e aí ela disse com o meu nome! Depois nós soltamos nosso juramento aos ventos - e soprou o dente-de-leão que tinha em mãos.

- Aqui dentro não! - Marilla pediu, tarde demais.

- Oh, desculpe; eu vou pegar - e, por incrível que pareça, conseguiu pegar todos os pedacinhos/futuras fadas antes que caíssem no chão - foi uma tarde tão maravilhosa, estou tão aliviada.

- É, parece que você causou uma boa impressão aos Barry's - a mais velha parabenizou - Tania também, Eliza ficou comovida com seu pedido de desculpas - a morena sorriu.

- E a Diana não se importou de ouvir as minhas histórias - continuou - na verdade, eu contei duas, e prometi criar outra para a próxima vez que nos encontrarmos. Ela disse que não tem muita imaginação, mas eu acho que não tem problema, já que eu tenho o suficiente para nós duas - abriu a porta e jogou os restos de dente-de-leão lá fora - elas vão dar um piquenique da igreja semana que vem, no lago das águas brilhantes; eu nunca fui a um piquenique, podemos ir, srta. Cuthbert?

- Veremos.

- A Diana e eu somos espíritos irmãos, e acho que ela ficaria muito triste se eu fosse mandada embora.

- Por favor, leve meu xale lá pra cima e o coloque dobrado sobre a cadeira.

- Depois eu posso sair e ajudar o Mathew com as vacas? Mal posso esperar para contar tudo a ele.

- Contanto que o ajude e não fique só tagarelando.

...

Horas depois, enquanto Tania rabiscava alguma coisa em seu caderno e Anne rezava pedindo que os Cuthbert's a deixassem ficar, Marilla entrou no quarto das duas.

- Cadê o meu broxe?

- Deve estar sobre o seu xale.

- Não está, e nem na minha caixa de joias. Você o pegou?

- Eu brinquei com ele, mas não peguei.

- Eu falei para não mexer nele!

- Desculpe; é que ele é tão bonito que eu não resisti.

- Eu mandei deixá-lo na cadeira - brigou.

- Eu coloquei!

- Mas eu procurei em toda parte e não achei o broxe - falou, deixando claro que achava que Anne tinha pegado - me devolva, já - ordenou.

- Mas eu não peguei, senhorita Cuthbert, juro que não!

- Não acredito em você - rebateu - onde mais estaria? Confesse de uma vez - insistiu.

- Mas e-

- Eu não vou viver com uma ladra sob o meu teto!

- Marilla, ela não pegou. Anne não é uma ladra - Tania defendeu a amiga.

- Confesse ou não terá futuro em Greengables - Marilla a ignorou. Percebendo que era uma batalha perdida, a morena desceu as escadas para pedir a Mathew que colocasse senso na cabeça da irmã quando ela fosse conversar com ele.

...

Por mais que tanto Mathew quanto Tania, além de Anne tivessem insistido que ela não havia pegado o broxe, a ruiva foi mandada de volta ao orfanato cedo na manhã seguinte.

A Stacy passou o dia todo procurando o tal broxe de ametista, e o encontrou no fim da tarde, quando estava colocando algumas roupas recém-lavadas de Marilla na poltrona; o adereço estava entre o encosto e o assento, e, assim que o viu, apressou-se em levá-lo para a mais velha, que foi correndo chamar o irmão, o qual não demorou-se em preparar o cavalo Meia-noite e sair galopando em busca de Anne, torcendo para alcançá-la antes que embarcasse no trem.

...

Mathew estava demorando muito mais do que deveria, e Marilla estava ficando louca de preocupação. Tania tentava tranquilizá-la dizendo que ele provavelmente havia perdido o trem e ido a Charlottetown, mas não havia adiantado muito, afinal ela também estava claramente preocupada.

The Fairy Queen - AwaeOnde histórias criam vida. Descubra agora