The Fairy Queen - Awae

Capítulo 14

- O que foi aquilo?

- Anne 'não pode falar com você'.

- Por que não?

- Porque ela quer ser amiga de Ruby, Josie Pye e cia.

- E o que isso tem haver?

- Tem haver que valorizo minha lealdade feminina e não vou te dizer.

- O quê? - ele estava cada vez mais confuso.

- Esquece. Te contei do livro que estou escrevendo?

...

Durante a aula, Gilbert queria passar um bilhete para Tania, e como Anne estava no caminho, ele teria de pedir para ela que o entregasse à morena; portanto, fez uma bolinha de papel e jogou-a na ruiva, que soltou um suspiro assustado; focada na tarefa ("que tarefa o que, você tava escrevendo seu livro" "cala a boca, autora!"), a Stacy não percebeu.

O Blythe jogou sua borracha na Shirley, que continuou a ignorá-lo. Aquele garoto não entendia que ela não falaria com ele?

Ele, sem ideias, estendeu o braço e deu um leve puxão em uma trança da menina.

- Cenourinha!

Foi tudo tão rápido que, quando se virou, tudo que Tania viu foi Anne segurando uma lousa quebrada e Gilbert com a bochecha vermelha.

Ao contrário dos outros, que olhavam para a cena em choque paralisado, a morena caiu na gargalhada.

Percebendo o olhar o ofendido do amigo, a jovem se levantou e foi até ele.

- Você - riu de novo - você está bem? - colocou as mãos dos dois lados do rosto dele, examinando; ela fazia um esforço tão grande para segurar a risada que suas bochechas estavam quase tão vermelhas quanto a do Blythe.

- Own, que fofa, você se importa comigo - ironizou; Tania não pôde se segurar e caiu na gargalhada novamente. Não conseguindo evitar sorrir com a risada contagiante, ele pegou o bilhete no chão, entregou-o para a Stacy e voltou para seu lugar.

Recuperando os sentidos, sr. Philips finalmente chamou Anne.

- SHIRLEY! Venha aqui! Já! - a ruiva, muito assustada, começou a ir lentamente até ele - Que comportamento grosseiro! Foi isso que lhe ensinaram no orfanato? Inaceitável!

Quando a menina chegou ao quadro negro, o professor estava escrevendo "Ann Shirley tem um temperamento péssimo". A jovem estava tão assustada que nem se deu ao trabalho de corrigir o professor, virando-se, por ordem dele, para o resto da turma.

- Fique aqui quieta. E o resto de vocês, silêncio! Que isso sirva para mostrar que nós não toleramos atos de violência desta natureza aqui, na sociedade civilizada.

- Foi culpa minha, senhor - Gilbert se levantou - eu a provoquei.

- Quieto, Blythe. Isso não é desculpa - alguns alunos deram risada - quietos, todos vocês! E voltem à lição - os alunos ficaram calados, enquanto o professor escrevia no quadro a próxima conta (30 menos 6 divido por 3 é igual a?).

Poucos segundos depois, com uma expressão determinada, Anne começou a andar em direção à saída.

- Aonde pensa que vai? - ela não se virou - Volte já aqui! - ainda não parou de andar - Shirley! - a garota mal parecia ouvi-lo - Volte aqui! - mas agora ela não ouvia, pois já estava fora da escola - SHIRLEY!

Depois disso, profundamente frustrado e com o bigode tremendo de raiva, o professor continuou a aula como se nada tivesse acontecido.

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