Capítulo 83

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- Espere um minuto - falou Anne, indignada, no caminho até a escola - está me dizendo que você fala inglês, francês e russo?

- Sim; e estou aprendendo português.

- Como eu não sabia disso?

- Não é exatamente importante.

- Não é importante? É claro que é importante! Imagine todos os insultos que você pode me ensinar? E todas as palavras que consigo descrever, mas não falar porque não existem no inglês; idiomas vindos do latim são tão mais descritivos! Francês é a língua do amor, Tania Volkova Stacy, como você se atreve?

- Você já sabia que falo francês.

- Você disse que sabia apenas o básico!

- Porque sei.

- Ler livros em francês não é o básico - exclamou exasperada - durante todo esse tempo você estava andando por aí com livros franceses no bolso e nunca, nenhuma vez, pensou em me emprestá-los?

- Você não entende francês, Anne - disse com uma risada.

- Não é esse o ponto - sacudiu as mãos de agitação.

- Está bem, Nan, me desculpe - cedeu, rindo.

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(N.A.: estou com uma preguiça fodida de escrever a Pantomima, então vamos fazer assim: abre a Netflix, entra na série Anne with an E, temporada 2, episódio 6, e assiste do minuto 28:50 ao 42:18, inserindo uma Tania de calça vermelha e suéter verde de Natal surtando aqui e ali, flertando com o Gilbert em qualquer oportunidade, quase dando um grito ao ver que as danças estavam um desastre e ficando puta com o Billy Andrews por literalmente tudo que sai da boca dele. Obrigada, de nada. Amo vocês)

- Quando a lagosta malvada e o príncipe tiveram seu duelo eu precisei de todas as forças para não gargalhar - disse Anne a Marilla e Tania, que costuravam, mais tarde naquela noite - e o padre não fez uma Madame impecável?

- Nunca mais vou ouvir os sermões do mesmo jeito - riu-se Marilla.

- Foi uma noite emocionante. Eu duvido que pregue os olhos essa noite, ou em qualquer outra. Ah, quero tanto ter outra noite como esta!

- Fiquei muito orgulhosa de você hoje. De Tania também - a citada levantou o olhar do vestido de 'rainha guerreira' que planejara em Charlottetown e sorriu de leve - Deus sabe que ela estava correndo de um lado para o outro atrás daquele palco.

- Acho que nunca bebi tanto café na vida.

- Espero ter feito um menino convincente. Se não tivesse me mandado a Carmody eu não teria praticado - Marilla ergueu uma sobrancelha.

- O que quer dizer com isso? - Anne contara à irmã que, em sua viagem a Carmody com Jerry, havia fingido ser um menino e até jogado bolinhas de gude com alguns garotos, e tinha adorado a experiência.

Entretanto, não era algo que Marilla Cuthbert aprovaria, então ela tratou de aproveitar a entrada de Mathew para mudar de assunto.

- Mathew foi uma coruja nevada magnífica, não acharam?

- Diria que ele roubou a cena - a mulher concordou com alegria.

- Roubou mesmo. Jamais pensei que fosse fazer algo assim.

- Eu também não - riu Mathew, antes de tirar do bolso uma pequenina sacola de pano e a estender para Nan - isto era meu quando era mais novo.

- Bolinhas de gude? - o sorriso de Anne parecia iluminar a sala - Eu o desafio para um duelo! Você aceita?

The Fairy Queen - AwaeOnde histórias criam vida. Descubra agora