Capítulo 7

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Igor ✕


— Logo ela, porra? — Leozinho perguntou ao me vê olhando pra ela — A mina tem maior cara de ser filha da mamãe, mau mau quis dizer o nome dela.

— Ah, então tu já sabe? — cruzei os braços — Fala logo, filha da puta!

— É Camila, mano. Mas que isso, a mina não vai querer se envolver com você não.

— Quem disse que quero me envolver? — dei uma risada — Ela é gostosinha, só isso.

— Tá arrumando pra tua cabeça — deu um gole na bebida — Essas puta daqui da pra tu à beça e tu que a que tem cara de ainda ter cabaço.

— Cala a boca, muleque. Tá falando merda já. — dei um gole na minha bebida e continuei sorrindo, encarando ela.

Então, é Camila. Já imaginava depois do irmão dela ter gritado o apelido, mas só queria ter a certeza mesmo.

Ela era bonita. Bonita pra caralho, não era gorda demais, mas nem magra demais. Tinha bunda, coxa, só o peito que não era grande, mas dava pra dar uma brincada maneira.

Eu queria pegar ela, sabia que ninguém tinha pego ela aqui no morro, e por mais que nós seja bandido, digo por mim que não gosto de ter uma peça que todo mundo já passou a mão.

Ela sentiu que eu estava olhando, ela estava sem jeito e reparei só pelo modo em que ela passava as mãos suadas no short, numa tentativa de seca-las.

Depois de segui-la até o bar e tentar falar com ela, vi que não conseguia nada demais, então fui aonde que sabia que sairia algo. Fui dar uma foda pra vê se ficava de boa. Mas ela não saía da cabeça.

Aperta balão, bafora o lança e o pensamento vai a mil. Senti um esbarro no meu ombro e já virei de cara fechada quando vi a Brenda passar por mim.

— Já tá louco? — Ela perguntou debochada.

— Vê se tô te dando confiança? — Voltei a bafora o lança na toalha

— Tá usando lança? — puxou a toalha da minha mão — É esse o exemplo que tu quer dá pra tua filha?

— Filha da puta! — dei uma porrada no braço dela, fazendo a toalha cair no chão — Quer falar de exemplo com você sendo puta? Não fode.

— Vou nem falar nada com você, Igor. Já é muito grande pra saber o que faz e as responsabilidades que tem e os seus deveres com a Isabela.

— Me esquece, porra! Vê se fico te dando lição de moral? Já ouviu o ditado que quem tem a mão imunda, não aponta o dedo sujo pra merda dos outros? Vai se foder, Brenda e some da minha frente! — ela me encarou por alguns segundos e saiu do meu campo de visão.

(...)

Estava de frente pra ela, meus ombros remexiam no ritmo da música e meus olhos percorriam seu corpo. Ela sentia, mas se mantinha ali, firme!

Enquanto ia em sua direção, umas minas passavam sarrando, mas eu não ligava, meu foco era ela.

Seus olhos pareciam gritar por socorro, parecia que ela queria gritar, seilá, talvez, correr.

Cheguei ao seu encontro e sua postura não mudava, continuava a mesma, intacta.

Ao sentir minha respiração ao seu pescoço, ela piscou os olhos e soltou todo o ar comprimido que havia dentro dela.

— Como é que eu faço pra beijar tua boca? — perguntei.

— Eu.. Eu não posso. — respondeu com a voz trêmula.

— Por que? — lhe dei uma encarada — Tem namorado?

Ela ia responder, mas logo uma menina a puxou, indo em direção a saída.

Eu não segui, deixei ela ir embora. Não sou de render nem de correr atrás, mas se quero uma coisa, eu consigo. A minha hora vai chegar, ela não mora longe, uma hora eu esbarro com ela.

— Ê aí, Leozão! — o chamei com a mão e logo ele veio.

— Fala meu parceiro.

— Leva aquela mina em casa, deixa elas na porta. — ele sorriu e assentiu, sabia do que eu estava falando...

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