Capítulo 47

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Camila ❁três semanas depois

Treze semanas.  Ontem meu neném fez treze semanas... Eu estou com três meses e algumas semanas pra alguém leigo como eu que não sabe.

Há três semanas que não falo com o Igor, tudo se baseia em "sim, não, aham e ok" três semanas que não nos falamos mais.

Depois daquela confusão nós meio que conversamos, nos desculpamos mas não nos perdoamos...

Não é esse ambiente que eu quero pro meu filho, não é esse ambiente que eu quero pra Isabela.

Dona Nádia veio aqui também, deu um esporro no Igor e outro em mim e disse uma frase com a boca cheia e que eu levarei pelo resto da vida:  "Faça o que tenha que fazer apenas por seu filho, ele sim merece seu esforço, homens vem, homens vão, mas não importa a quantidade de filhos que você tem, eles sempre serão importantes no mesmo nível!"

(...)

Estava colocando a mesa quando o Igor chegou, ainda estamos na mesma, sem nos falar.

— Quer ajuda? — ele perguntou quando me viu levar a panela até a mesa e neguei

Ele bufou e foi até o fogão, pegar as outras panelas

Sentamos e jantamos em silêncio.

Igor foi tomar banho e deitou, eu tomei banho e deitei no sofá, acabei cochilando nele.

Acordei com o vento batendo a porta, tranquei a mesma, fechei as janelas e desliguei a televisão e as luzes e fui para o quarto.

Toda semana é assim. Toda noite. A gente deita de costas, se queixamos e não nos encostamos. Não nos beijamos mais nenhum carinho se quer, e eu sinto falta, muita falta.

Deitei sem sono, mas depois de um tempo acabei dormindo...

(...)

Novamente o vento me assusta, mas não é ele o causador da minha perda de sono...

Depois de tanto me contorcer na cama eu já não aguentava mais.

Soltei um leve gemido de dor e Igor se mexeu.

— Igor... — digo, o balançando.

— Hmmmm — ele resmungou, fechando os olhos novamente.

— Igor, por favor... — deixei uma lágrima solitária cair — Acorda, tá doendo...

— O que tá doendo? — ele disse se sentando na cama e me olhando

— Minha barriga... — digo, apertando a mesma com a mão

Foi velocidade da luz. Igor ligou a luz e colocou uma blusa, pegou um casaco e me vestiu, pegou a chave do carro a colocando no pescoço e me pegou no colo, com cuidado.

— Devagar, por favor. — deitei minha cabeça em seu ombro e chorei, por medo, dor, nervoso.

O Igor estava mega nervoso, ele tremia, não sabe se agia ou se cuidava de mim.

Ele me colocou no banco de trás do carro e foi pro banco do motorista, conseguia ver a força que ele fazia ao segurar o volante, o modo que ele apertava o mesmo.

Uns vinte minutos depois estávamos no hospital, pro meu nome deve ter ido umas trintas multas, só por excesso de velocidade.

No hospital eles me colocaram como emergência e me passaram na frente de todos,  apesar de ser uma maternidade, tinha bastante gente.

O Igor estava tão nervoso que nem a minha ficha ele fez, não conseguia nem lembrar meu nome inteiro.

Informei pro médico quanto tempo de gestação estava, informei os sintomas e o que era estranho pra mim é que não tinha sangramento... Será que era contração?

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