Capítulo 39

2.8K 307 36
                                    

Igor —— semanas depois.

Eu e Camila estamos bem. Sério mesmo, bem até demais. Eu amo a Camila, assumo que ela se tornou um dos meus pontos fracos.

Quando ela quer, essa garota é um demônio! Mas quando quer também é meu anjo, da guarda, da sorte, não sei. Sei que é meu anjo!

Ela começou dois cursos, um de fotografia e outro de manicure. Sei que fotografia sempre foi o sonho dela, não é atoa que a câmera que dei a ela vive cheia de fotos da Isabela.

O de manicure é porque ela quer, por que quer ter uma renda, então eu paguei o curso pra ela, ela tá indo tudo direitinho, e tá amando diz ela.

Essa semana ela está muito feliz porque o Davi veio aqui três dias seguidos. Olha, pra essa menina era Deus no céu e Davi na terra. Nunca vi ela babar tanto ele assim. Mas eu entendo, sinto como se fosse a Isa no lugar do Davi, eu ficaria maluco.

Eu tô tentando igualar os turnos, fico na parte da manhã que é o horário que a Camila vai pro curso na boca e a noite, que é a hora que a Camila dorme, mas é o horário que ela mais sente falta.

A noite é só no caso do marreta pedir, de manhã é meu turno normal. Marreta quase não está saindo do morro, mas quando sai, eu tenho que estar atrás.

Camila surta né, só dorme depois que eu chego em casa, eu entendendo mas não posso voltar atrás, tudo que fiz ou faço é pelo bem delas, somente.

O quarto da Isabela ficou pronto essa semana, está do jeito que ela queria, tudo rosa. Reformamos a casa inteira, tanto dentro quanto fora, encima e embaixo, logo vamos fazer nosso quarto encima também, aliás, isso já até começou.

Camila já fez o almoço, me mandou uma mensagem, marquei um dez porque ela deve tá arrumando a casa.

Desci da boca e fui direto pra casa, tava cheio de fome.... Tirei o chinelo né, porque ela fica maluca se sujar o chão dela... Tô dizendo, o demônio essa mulher.

— Camila! — gritei, abaixando o som — Ou garota. — logo ouvi um barulho no quarto e abri a porta. — O que você tá fazendo com isso na mão?

Era uma pistola. Uma 0.40, e ela brincava, como se soubesse atirar.

E ela virou a pistola pra mim, me mirando.

— Para com isso, abaixa essa porra! — eu disse, imóvel.

— Tá com medo? — ela destravou a arma — Tá devendo? — ela dizia rindo, mas ainda sim com a arma mirada em minha direção.

— Camila, isso não é brinquedo... Tá carregado essa porra! — ela riu e travou a arma.

— Quem tem cu tem medo né? — disse rindo — Toma! — ela jogou em mim — Guarda essa porra, ali não é local de ficar não. — ela passou por mim, saindo do quarto.

Confesso que naquele momento eu tive medo da Camila... Eu não sei, às vezes ela dá o surto dela, mas onde ela aprendeu a usar armas? Ela segurava perfeitamente, soube onde travar e destravar a pistola... Meu Deus, tô casado com a mulher de Lúcifer!

— Onde tu aprendeu a usar armas? — perguntei, assim que guardei a arma

— Fiz lasanha, quer com arroz? — ela desconversou.

— Te fiz uma pergunta.

— Eu também. — ela me encarou — Quer com arroz? — neguei com a cabeça e ela passou por mim, colocando minha comida.

Sentamos na mesa e ela comia tranquilamente, mas eu estava apavorado.

— Como você sabia pegar uma arma tão bem, Camila? — perguntei, durante o almoço.

— Tá achando que você me ensinou tudo que sei? — ela me olhou e bebeu um gole de coca — Aliás, não quero encontrar mais isso dentro de casa.

— Você teria coragem de atirar em mim? — perguntei.

— Lógico que não, Igor, tá doido? — ela riu — Ah não ser que você esteja merecendo, aí sim.

— Camila... — digo rude.

— Tô brincando. Só quis saber como era de verdade, não gosto de mexer com essas coisas.

— Onde aprendeu a mexer? — perguntei, levando o garfo a boca

— Você acha que me ensinou tudo? — ela riu, levando o prato a pia

— Eu sabia que você gostava de perigo, mas não tanto assim. — falei, a encarando.

— Talvez você não me conheça tão bem, amor. — ela passou por mim, selando nossos lábios e indo em direção ao banheiro.

Olhei pro lado e pensei o quanto estou fodido com essa mulher, daqui a pouco eu apareço morto aí, Camila que me matou.

Entrei no banheiro e ela estava de costas, abri a porta do box devagar e ela se virou e sorriu, logo a beijei.

Ouso a dizer que seu corpo tinha mais formas, estava mais robusto, seus seios mais fartos, estava com um corpo lindo e de verdade.

— Virou pistoleira agora? — ela riu

— Deveria... Mas ainda não.

— Você não era assim.

— Você também não. — ela disse, prendendo o cabelo molhado e virou as costas pra mim.

Realmente não éramos o mesmo.

Dei um beijo em sua nuca e ouvi seu suspiro, logo ela virou, passando seus braços pelo meu pescoço e selando nossos lábios

— Eu amo você. — ela disse

— Eu amo você também. — a beijei novamente — Tu sabe que quero criar uma família contigo né?

— Mas eu não quero criar uma família com você, na situação que estamos. — disse séria.

— E em qual situação estamos? — perguntei, cruzando os braços.

— Ainda pergunta? — ela desligou o chuveiro e pegou a toalha, se enrolando — Tu acha que eu quero que o pai do meu filho, seja morto a qualquer instante?

— Mas você já me conheceu assim.

— Sim, conheci, me envolvi e não nego. Mas meu intuito nunca foi deixar você naquela vida, eu nunca quis seu dinheiro, seu luxo e nada que você ganhe lá. Você estar lá era uma consequência, mas eu tinha em mente que um dia eu ainda poderia abrir seus olhos... Mas isso se desfez quando você aceitou um cargo maior, com maiores responsabilidades e maiores riscos, não pensando em mim e na sua filha. — ela saiu do banheiro e eu fui atrás.

— Eu sempre, sempre penso em você e na Isabela.

— Pensa mesmo, Igor? Então me diz como você põe em risco sua vida com tanta facilidade? Por que só você morrer amanhã ou for preso, quem cuida da Isa? A Brenda? Eu? Sua mãe? Isso não é pensar na sua filha, é pensar no luxo que você dará a ela, e eu garanto que se ela pudesse escolher, ela escolheria o pai ao invés do dinheiro. — uma lágrima escorreu e logo ela limpou — Não está nos meus planos ser mãe viúva ou ser mãe com o pai do meu filho na cadeia, Igor. Você mais do que ninguém sabe o que é crescer sem o pai. — ela entrou, fechando a porta do quarto

_________________

Oi oi oi oi!!!! Tô sumida né? Pra caralho KKK... Enfim, eu não vou ficar aqui explicando o meu porque até pq eu tô estudando muito em casa pra seguir minha profissão que sempre sonhei, realmente estou conseguindo escrever. Resolvi me esforçar pq esse mês é o mês do meu aniversárioooo, hahaha! Dia 26 fico mais velhinha e queria conseguir descontar minha ansiedade aqui, então prometo que atualizo logo! Obrigada por compreenderem! Amo vocês!❤

Lado Errado Onde histórias criam vida. Descubra agora