Capítulo 43

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Igor ✕

Camila, que mulher filha da puta. Ela me leva do céu pro inferno em segundos e vice versa.

Ela vai do 1 em 1 milhão em minutos. Tudo com a gente é em excesso seja do amor ao ódio.

O pior é que eu amo essa diaba, amo mesmo. Aqui estou eu, observando ela dormir depois de novamente brigarmos e fazer as pazes do nosso jeito feroz mas ao mesmo tempo amoroso. Pensando que amanhã é o último dia do ano, que vou começar um ano novo com ela na minha vida, criando minha família. Não imaginária que ela chegaria fazendo esse rebuliço todo na minha vida. Eu só queria ficar com ela caralho, hoje em dia fico aqui olhando pra ela e me perguntando, como dormindo é uma brisa calma e acordada é como um furacão? Me domou mesmo, e domou bonito essa filha da puta, debochada.

(...)

— Vai tomar no cu, Nano. Teu filha da puta! - digo jogando o pedaço de linha que sobrou no chão - Vai aparar tua mãe, viado!

Filha da puta, tá soltando pipa na rua e veio aparar minha pipa, vai se foder!

Entrei e senti o cheiro do arroz, Isabela via TV e brincava com a boneca que Camila tinha dado a ela...

- Alguém precisa lavar a boca com muito sabão né, Isa? - Camila disse olhando pra mim, logo depois olhou pra Isabela que concordou com a cabeça.

Ela estava cortando pedaços de linguiça calabresa pra por na farofa, íamos fazer um churrasco mais tarde e comer as sobras do natal né, sabe como é ano novo.

- Não Igor... - ela reclamou quando peguei a linguiça - É pra mais tarde, deixa isso daí! - ela tentou me bater e eu sentei no sofá, mudando o canal da tv.

Essa semana estava super tranquila, fui pra boca umas três vezes no máximo, o marreta deu uma descansada essa semana, mas a partir de semana que vem já vai ser osso, vamos começar com os trabalhos.

Eu tô reduzindo com as drogas, Camila me deixa fudidão mesmo, quando chego chapado ela me faz dormir no sofá, e depois sou eu quem curo minha ressaca sozinho... Quando bate o estresse é foda, esse bagulho do marreta me deixou pilhadão filho, tá maluco, o cara já foi preso e já fugiu quinhentas vezes, mesmo assim o filha da puta ainda se propõe a por a cara na pista. Mas quem é dessa vida não pode correr filho, é ficar, trocar, mano a mano, teti a teti. Tem que ser homem de por a cara e o peito, é foda.

Camila sentou no braço do sofá e fechou os olhos, respirando fundo.

- Tá passando mal de novo? - essa semana ela teve queda de pressão umas quatro vezes, minha mãe disse que é por conta do estresse, mas quem disse que a Camila vai no hospital?

- Fiquei em pé muito tempo, e ainda não comi nada... - ela respirou fundo - Tô tonta.

- É isso aí, gosta de passar mal você né? - ela abriu os olhos me encarando e estalou a língua - Tu é muito debochada, esse é teu mal.

- Para de ficar reclamando e pega água e o remédio ali pra mim.

- Para de ficar tomando remédio sem saber o que é, Camila!

- Pega o remédio logo ali pra mim, Igor? - ela me encarou - Por favor?

Levantei e peguei a água e o remédio pra ela, deixa ela tomar, a hora que cair aí no chão vai ficar, pra parar de ser abusada!

Me deitei no sofá novamente e ela tomou o remédio, me pediu espaço, querendo e deitar e repousou a cabeça sobre meu peito, dei um beijo em sua testa e voltei a ver televisão.

(...)

Todos haviam acabado de chegar, até Talita e Léo que passariam aqui com a gente. Entrei no quarto e Camila estava acabando de se maquiar, sentada de frente pro espelho.

Ela estava com um macacão branco, de renda. Era decotado e seus seios pareciam que ia saltar dali a qualquer momento, seu corpo havia tomado mais formas.

Cheguei por trás e beijei sua nuca, ela se virou e selou nossos lábios.

- Tá lindo, tá cheiroso - disse me dando um selinho novamente.

- Tá melhor?

- Um pouco, minhas costas estão doendo muito, fiz muita unha essa semana.

E é verdade. Esse mês estourou unha pra Camila, acrigel, porcelana. Ela comprou a roupa dela e do Davi, e todos os presentes das crianças, da Isabela, do Davi e do Pablo. Ainda deu uns presentes pra minha mãe, pra Deise e pra Talita. Também quis me dá um presente mas eu não quis, por um lado é verdade o que ela fala. Eu não gosto que ela trabalhe porquê me dá a sensação que de que qualquer momento ela pode ir embora, mas do jeito que ela é, ela vai embora com ou sem dinheiro.

(...)

Já estávamos na contagem regressiva, Isabela estava em meu colo e abracei a cintura de Camila de lado, ela repousou a cabeça em meu ombro, enquanto contávamos.

- 3... 2... 1... - abracei Camila e Isabela ao mesmo tempo - Feliz ano novo, meus amores. - olhei pra Camila e seus olhos já estavam marejados, nunca vi pessoa mais emotiva.

- Feliz ano novo, meu amor... - ela selou nossos lábios - E que esse seja o primeiro ano novo do restos das nossas vidas.

- Eu amo você. - digo, olhando em seus olhos.

- Eu também amo você! - ela respondeu, selando nossos lábios novamente.

Só de pensar na paz que eu sentia ali, com a minha família, era difícil saber quando eu sentiria aquela paz novamente...

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