Capítulo 91

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Igor ✕

— Caralho, tenho que agilizar esse plano do Marreta aí! — digo ao chegar perto do Smith, apertando o balão

— Qual foi? Tá com maior carão, dormiu de calça jeans, foi?

— Uma semana dormindo no sofá filhão. Camila surtou semana passada, ameaçou sair de casa e os caralhos... E o pior? Não tá errada não.

— Eu te conheço e te avisei. Falei que essa porra requer um plano elaborado, não pode ser assim e pá. Sabe que tu ainda vai ficar com a fama ruim por aqui.

— Se os meus sabem da minha pureza, os outros não me interessam. Ninguém soube como é ficar uma semana direto na boca da Zizi, por conta de abatimento que nem foi meu! Ele tá me aloprando direto filho, eu tô surtando já. Disse que não tenho dívida nenhuma e ele me sufocando!

— Eu sei, Igor... Se quer fazer, vamos fazer direito pra não dá ruim pra tu! — concordei com a cabeça.

— De verdade... — coçei com a cabeça — Vou brotar lá em casa, vê se a Camila não vai me matar e tentar almoçar com ela. — ele riu

— Boa sorte, parceiro, vai precisar! — ri e meti o pé.

(...)

Cheguei em casa e estavam todos na mesa almoçando, até a minha mãe estava aqui.

— Família toda reunida... — eles me olharam — Bença mãe!

— Deus te abençoe! Vai lavar a mão e sentar pra comer.

Assim fiz, lavei a mão e me sentei pra comer.

Minha mãe e Camila conversavam de vez enquanto, mas comigo, nenhuma palavra.

— E aí Igor, e o plano de sair do seu "trabalho" como vai? — minha mãe fez aspas com a mão e ri.

— Vai sair mãe, na fé!

— Preferia que tu servisse o exército. Tem essa adrenalina que tu diz gostar. — ri

— Vida de militar é muito parada, prefiro ser cachorro louco. — Isa riu, sem entender.

— HAHAHAHAHAHA! Meu pai é doido, vó! Quer ser cachorro louco! — todos riram, até a Camila que estava quieta.

— Não liga pro que seu pai diz não, minha filha! — minha mãe disse — Seu pai não é muito bem das ideias não!

— Ainda vai negar palavra pra mim? — perguntei pra Camila e ela só me encarou, me deixando sem resposta.

— Deixa ela, Igor! — minha mãe disse — Tu sabe que ela está na razão dela.

— Não tô falando que ela não está, mãe. Mas porra, ela deveria me ajudar.

— Mais do que ajudo? — Camila disse, irritada — Eu que sempre te pergunto as coisas e você esconde de mim, nunca me conta nada. Eu sou sua amiga, você não é meu amigo. Você não é sincero, não pode cobrar as coisas de mim! — ela saiu da mesa, subiu e bateu a porta do quarto.

Minha mãe ficou quieta, me olhou e ajudou o Thomás a terminar de comer.

— Vamos terminar de comer e ir pra casa da vovó, tá? — Ela disse a Isa e me olhou.

Terminei de comer e tirei a mesa, guardei as panelas e comecei a lavar a louça quando minha mãe se encostou na parede, me encarando.

— Dá logo teu esporro, sei que tu tá doida pra encher minha mente! — ela riu.

— Seja sincero, Igor... Eu sei que você está escondendo as coisas dela. Te conheço meu filho.

— Mãe, eu não estou traindo ela...

— Eu sei! — me interrompeu — Você nem é doido de fazer isso novamente. Mas você está escondendo coisas, você sabe como a Camila é, Igor. Joga limpo!

— Eu não quero que ela se preocupe com os meus problemas, mãe. Ela já faz tanta coisa, não seria justo ela perder o sono por minha culpa.

— E você acha que ela já não perde? — suspirei — Você tá a ponto de perder a sua família por esconder essas coisas. Ela vai te entender e te dá um tempo maior, filho. Eu sei que você quer sair dessa vida, e todos os dias eu peço a Deus pra que isso aconteça. Você é um menino tão cheio de vida, não merece essa vida que leva.

— Eu sei mãe, eu sei.

— Amo você, tá? — ela deu um beijo e eu lhe dei um abraço apertado, não sei o que seria de mim sem minha mãe.

— Amo você também! — lhe dei um beijo — Mais tarde passo lá pra pegar eles.

— Vão dormir comigo hoje, você tem que se preocupar é em relação a Camila. — concordei e ela saiu.

Dei um beijo nas crianças e dei uma conversada com Deus né, Camila não tem os parafusos no lugar, ela com raiva é 300x pior.

Subi as escadas devagar e me encostei na porta, suspirando. Rodei a maçaneta devagar e abri a porta.

— Se for começar pode meter o pé! — ela disse, estava deitada e mexendo no telefone.

— Conversar, posso? — ela não respondeu.

Me sentei na cama e suspirei, a encarando.

— Fala. — ela disse, bloqueando o telefone e me olhando.

— Tô erradão, não estou? — ela concordou com a cabeça — Você me desculpa.

Ela suspirou.

— Não é só desculpar, Igor. — ela se sentou — Eu não sou a sua mulher apenas, eu sou sua amiga, antes de tudo. E eu não escondo as coisas de você, por que você esconde de mim?

— Eu não faço de propósito, eu juro que não faço! — olhei em seus olhos — Eu tento não te envolver nesse assunto, não trazer problema pra cá pra dentro.

— Mas você trás! Você me ameniza de uma coisa e me sufoca em outra! Se você me contasse a verdade, essas coisas não aconteceriam!

— Se eu te disser que eu quero matar o Marreta, você ficaria mais calma? — seus olhos se arregalaram.

— Isso é suicídio, Igor! Você sabe como é as coisas, você vai ficar sendo visto como traidor, não faz isso!

— Tá vendo, é por isso que eu não conto pra você, porque você vai querer ficar se metendo e vai ficar mais nervosa do que já é!

— Igor... — vi seus olhos encherem d'água.

— É por isso que eu não queria te contar! — suspirei — Você confia em mim? — ela concordou com a cabeça — Você confia mesmo em mim?

— Eu moro com você, Igor. É claro que eu confio.

— Então confia em mim quando eu disser que vai ficar tudo bem! Eu faço isso e a gente mete o pé desse morro, e vamos viver nossa vida em paz? Tá? — ela confirmou com a cabeça, chorando — Vai ficar tranquilo cara, vai dar tudo certo!

Limpei as lágrimas de seu rosto e depositei um beijo em sua boca.

— Só confia em mim, tá? — ela concordou com a cabeça — Agora que a gente tá de boa, vamos fazer um amorzinho gostoso? — ela riu, beijando minha boca.

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