Igor ✕ — Três meses depois.
Posso falar que agora tá tudo legal. Minha mãe já saiu do hospital e está se recuperando em casa.
Eu me endividei até a cabeça com os custos do médico, medicamentos, a recuperação e até a anestesia é cobrada naquele caralho. Fora a fisioterapia que ela faz três vezes na semana.
Graças a Deus a minha mãe não ficou paraplégica e nesse dia eu chorei feito criança. Eu não sabia se ela chorava de alegria ou se era de me ver chorando.
Os médico iam todos os dias estimular, tocavam o pé e tudo e ela não sentia nada. Aquilo já estava começando a me desesperar porque naquele momento já era pra ela sentir algo.
Mas foi num dia que estava eu e Camila com ela, no dia da visita e sem querer enquanto fazia uma massagem, passei minha unha na sola do seu pé.
Logo ela reclamou pois sentiu cócegas, ela pediu para mexer nos dedos e disse que sentia, Camila saiu que nem doida atrás de uma enfermeira que quando entrou começou a estimular os dedos da minha mãe. Ver a felicidade dela em sentir os dedos era a minha. Eu chorava igual a ela ou pior. Aquele dia eu agradeci a Deus. Minha mãe é tudo pra mim, eu já fiquei feliz por ela ter ficado viva, mas ia ser péssimo ver minha mãe de cadeiras de rodas. Uma mulher tão ativa, naquele estado seria uma barra.
É lógico que ela ficou com algumas sequelas, mas é coisa boba.
Assim que ela chegou estava andando de andador, hoje ela já anda de muletas e é um grande progresso!
Camila tá sendo meu alicerce. Nunca pensei que ela me apoiaria nessa decisão. Minha mulher merece ter a chance dela comigo e quando isso tudo estava se aproximando, isso acontece. Parece que acontece de tudo pra eu desistir e não sair mais do tráfico.
Quem amou isso foi o Marreta, era explícito o sorriso dele no rosto, sabe que vou traficar por um bom tempo. Se minha "conta" já era grande, agora mesmo ela é gigante.
(...)
Hoje era o dia do chá de bebê do filho do Léo. É o Lucca. Eles não fizeram o chá revelação por conta do que aconteceu com a minha mãe, então eles resolveram fazer o chá de bebê normal.
Eu e Camila éramos os padrinhos, mais um pra conta, agora só falta a Camila me dá outro.
— Tá tão cheirosa... — cheguei por trás e beijei o seu pescoço
— Obrigada amor... — ela se virou, colocando a mão em meu rosto — Você também tá um gato. — Beijou meus lábios de leve.
— Então... — sorri, malicioso.
— Eu conheço esse sorrisinho Igor, pode saindo! — segurei em sua cintura e a deitei na cama, beijando — Para amor, já estamos atrasados! — ela riu
— É uma coisa rápida, vai que esse chá de bebê trás sorte pra gente! — ela riu.
— Não, sai de cima de mim Homem, não quero mais filho não, já temos dois.
— E daí, podemos ter o terceiro.
— Não Igor! — ela tentou me empurrar — Sai garoto! — ela riu.
— Uma rapidinha então? — ela negou — Uma coisa tipo o flash? — ela riu, Isa tinha mania de falar isso quando era pra fazer uma coisa muito rápida.
— Nem flash, nem nada. Tarado! — ela riu, se levantando — Já estamos atrasados amor.
— Tu não sabe o quanto rezo pra esse teu remédio falhar! — ela riu
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Lado Errado
Teen FictionCamila é uma jovem de 17 anos que mora no complexo do Lins junto a sua mãe e seu irmão. Sonha em ser uma fotógrafa e dar uma vida melhor a sua família, mas se ver conturbada ao ter a vida cruzada com Igor, de 19 anos que um garoto da vida errada com...