Capítulo 86

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Camila — um mês depois

Eu já estava bem. Totalmente bem. Já havia tirado o gesso, tinha voltado a trabalhar.

O Igor que surta né, me busca no trabalho sempre que pode, até porque ele tá mega atarefado na boca. Outra coisa que ele tá surtando.

Ele chega em casa de madrugada e sai amanhecendo. Passamos muito pouco tempo juntos, parece que nem moramos na mesma casa. Eu sinto falta, sinto muita falta e as crianças também. Mas eu sei que é por uma boa causa, mesmo o Marreta aloprando.

Ele está atolando o Igor de coisas e mais coisas. E pelo que conheço bem esse Homem que eu amo, ele está há um ponto de explodir.

Eu sei que ele só está aguentando isso tudo pela Isa e pelo Thomás. Ele disse que não quer sair da boca assim, de mãos vazias e eu entendo. O Igor sempre foi muito proteror a tudo, é lógico que ele não deixaria de pensar no futuro dos filhos

Hoje era sábado, acordei cedo e dei uma faxina na casa que tinha brinquedos espalhados até no banheiro. Fiz o almoço e dei um banho nas crianças, coloquei apenas o shortinho no Thomás por conta do calor e o deixei na sala vendo televisão, coloquei um topzinho e um short na Isabela, me sentei no sofá, penteando o cabelo dela.

— Camila! — ouvi a Talita gritar do portão.

— Tá aberto, entra! — gritei de volta, fazendo uma trança no cabelo da Isa.

Ela entrou com uma cara de afobada, ali eu já sabia que ela tinha algo pra me contar.

Ela deu um beijo no Thomás e um na Isa e se sentou ao meu lado no sofá.

— Que carinha é essa? O que aconteceu? — perguntei.

— Eu tô muito nervosa Camila... — ela me olhou, tirando um teste de gravidez do bolso — Eu não sei se....

— Pera, é seu? — ela afirmou com a cabeça — Fez no hospital ou em casa?

— Em casa... — suas mãos estavam tremendo — Eu não sei direito...

— Pera aí que vou te ajudar. — terminei a de trançar o cabelo da Isa e prendi com elástico — Filha, senta ali com seu irmão que eu vou colocar o almoço de vocês, tá? — ela concordou com a cabeça e se sentou ao lado do Thomás. — Vem. — chamei Talita pra cozinha.

Caminhamos até a cozinha e ela se sentou no banquinho do galpão que tinha na cozinha, já que era cozinha americana.

— Quer uma água? — ela negou — Me dá aqui, deixa eu ver.

Peguei o teste e o retirei de dentro da caixinha, havia uma linha bem forte e outra bem fraquinha. Com certeza a linha mais forte era a que já vinha no teste, e a outra mesmo sendo clara, era visível.

— Tá fraca mas dá pra ver... — a fitei — Só fez esse?

— Não tive coragem de fazer outro... — ele colocou a mão no rosto — Camila, eu não posso ficar grávida agora! Poxa, eu tô acabando meu curso de enfermagem, consegui um estágio. Estava até pensando em fazer prova pra trabalhar na marinha ou qualquer coisa, mas... — ela respirou — Eu jurei que daria negativo, só fiz por desencargo.

— Fica calma, sua menstruação tá atrasada há quando tempo?

— Quase dois meses.

— Você tem que fazer o exame de sangue, sabe que só ele vai te dar a total certeza. — ela suspirou pesado — Se você estiver, vai abortar?

— O Leonardo me mata, tá doida? E eu não tenho coragem... Mas Cami, eu me previnia. Eu tomava anticoncepcional, fazia a tabelinha, sabia os meus dias certos.

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